Os Estados Unidos vivenciam um
considerável aumento de crimes de ódio e atos de terrorismo associados aos
grupos que defendem a supremacia branca e neonazistas durante a última década.
Após o ataque terrorista de um
supremacista branco contra fiéis muçulmanos na Nova Zelândia, nesta
sexta-feira, a imprensa dos EUA apontou o também para o aumento do terrorismo
doméstico praticado por grupos racistas e nacionalistas na América do Norte,
informou CBS News.
Em outubro de 2018, uma igreja em
Pittsburgh, na Pensilvânia, foi alvo de um ataque que matou 11 pessoas. Em
Charlottesville, Virgínia, um comício contra manifestações nacionalistas
terminou com três mortos, depois que um supremacista branco avançou em seu
carro contra a multidão.
Após o incidente na Nova Zelânda,
mesquitas em todos os EUA tiveram sua segurança reforçada. Embora oficiais e
investigadores tenham notado que não houve uma ameaça direta, as forças de
segurança do país afirmaram que o extremismo de direita e o terrorismo motivado
por motivos raciais parece estar aumentando nos Estados Unidos.
"Estamos vendo um aumento na
propaganda", observou o vice-chefe de contraterrorismo do estado de Nova
York, John Miller.
"[Grupos de ódio de direita]
estão tomando emprestadas técnicas de propaganda de outros grupos
terroristas", acrescentou ele, citado pela Cbsnews.com.
Ataques de nacionalistas de
extrema-direita contra imigrantes na Europa aumentaram em 43% entre 2016 e 2017,
enquanto nos EUA os extremistas de direita foram ligados a um mínimo de 50
assassinatos em 2018, um aumento de 35% em relação ao ano anterior, segundo a
CBS News.
"Eu diria que a maior
responsável por isso é propagada online. Na verdade, esta manhã, depois dos
ataques [da Nova Zelândia], eu estava vendo celebrações dos ataques online nos
sites de ódio anti-muçulmanos. É realmente repugnante", observou, Ibrahim
Hooper, porta-voz dos Conselho Muçulmano dos Estados Unidos, citado por Msn.com.
Em fevereiro deste ano, um
tenente da Guarda Costeira da ativa foi preso depois de ser apurado que ele
estava guardando grande quantidade de armas para iniciar o que a supremacia branca
chama de uma "guerra racial".
"Todos esses caras estão
observando", alertou Fran Townsend, ex-assessora de Segurança Interna da
Casa Branca.
"Eles observam a reação,
eles observam as táticas daqueles que vieram antes deles. E devemos
reconhecer que há um aumento no […] nacionalismo em todo o mundo",
acrescentou ela, citada por Cbsnews.com.
O FBI atualmente estima estar
acompanhando cerca de 900 casos de terrorismo doméstico ativo, e muitos estão
relacionados aos supremacistas brancos, segundo relatos.
Sputnik | Foto: Andrew
Caballero-Reynolds / AFP
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