Caro director de O País
As minhas calorosas saudações
pelo bom trabalho que este jornal tem feito em prol dos angolanos. Muitos fi
camos agradecidos por conseguirem contar a nossa própria realidade, para que os
angolanos de um ponto do país consigam fi car informados sobre o que se está a
passar noutro ponto do país. Também agradeço o espaço que nos dão, enquanto
leitores, para falarmos das coisas que nos alegram ou preocupam.
O Estado angolano tem falado
muito da autoconstrução dirigida como uma forma para as pessoas resolverem o
problema da habitação. Mas é o mesmo Estado que não legaliza os terrenos e é o
mesmo Estado que, depois de lotear os terrenos, se esquece do cidadão. Temos
muitos exemplos no país; desde Cacuaco, bairros no Huambo, perto do S. João, o
da Graça em Benguela e o do Benfica, em Luanda.
As pessoas construíram as suas
casas e o Estado não vai lá por as infraestruturas - como os esgotos não estarem
acabadas. Todos vivem ao lado de fossas, isso vai causar sérios problemas de
saúde no futuro. Também o Estado não asfalta as ruas.
No Benfica, aquilo é sofrimento
dirigido, boas casas, mas em ruas esburacadas e com pequenas ravinas, cheias de
lama ou poeira, consoante o tempo. Já passou mais de uma década. E lá moram
pessoas com posses, imagine-se o que fazem aos mais pobres. Só Deus.
Marcos Afonso | Viana, Luanda
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