Trata-se, na opinião do
responsável da diocese do Porto, de uma questão de “esclavagismo” laboral.
D. Manuel Linda criticou
duramente, durante a homilia do domingo de Páscoa, na Sé do Porto, os “novos
senhores do mundo” que obrigam os cidadãos a trabalhar ao domingo, quando
este deveria ser um dia para e da família.
“Pensemos no novo esclavagismo da
laboração contínua legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam
a economia e, por esta, os governos”, começou por alertar o Bispo do Porto na
missa de ontem, durante a qual garantiu que os “critérios de turnos” existem em “setores
onde, para além da ganância, nada os justifica”.
As críticas de D. Manuel Linda
foram dirigidas ao sistema económico que obriga a que se trabalhe do domingo e
que, além de causar “graves transtornos psicológicos ao trabalhador” leva
ao “fracionamento dos encontros familiares”.
“O mesmo se diga da abertura dos
supermercados e dos centros comerciais ao domingo, expressão de um certo
subdesenvolvimento humano e mesmo económico”, acusou o bispo que lembrou ainda
que os “países mais ricos não abrem supermercados ao domingo”.
Citado pela agência Ecclesia, D.
Manuel Linda “convocou” todos os “cristãos” para “esta árdua tarefa urgente de
trazer nova alma à nossa cultura mediante a inserção nela da crença profunda da
ressureição”, pois o que existe atualmente é uma “civilização fria, sem
alma, individualista” que tem vindo a perder a sua “cultura
humanista”.
Patrícia Martins Carvalho | Notícias
ao Minuto | Foto: Global Imagens
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