sábado, 27 de abril de 2019

Um em cada dez eleitores europeus apoia populistas de direita, diz estudo


Extremistas são grupo político que obtém maior percentual de intenção de votos em pesquisa da Fundação Bertelsmann. Maioria dos consultados prefere votar contra partidos que mais rejeita e não em seu favorito.

Cerca de 10% dos eleitores europeus pretendem apoiar partidos de extrema direita ou populistas de direita nas eleições para o Parlamento Europeu, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Fundação Bertelsmann nesta sexta-feira (26/04).

Entre os demais eleitores, a maioria usará suas cédulas de votação para tentar barrar partidos a que se opõem em vez de apoiar um determinado grupo. Segundo os pesquisadores, esse tipo de votação "do contra" poderá beneficiar os movimentos políticos extremistas e dificultar a formação de uma maioria no Parlamento Europeu.

O estudo da Fundação Bertelsmann indica que 10,3% dos eleitores europeus devem apoiar partidos populistas de direita ou de extrema direita – o mais alto percentual de um agrupamento político. Em contraste, 6,2% dos entrevistados disseram que se identificam com a extrema esquerda ou com populistas de esquerda, e outros 4,4%, com os verdes.



Uma grande parte dos eleitores se mostrou motivada por oposição a um grupo – apenas 6,3% dos entrevistados disseram ter uma identificação positiva com um partido, e 49% nomearam um partido para o qual jamais votariam. Pouco mais da metade (52%) afirmou que jamais votaria em partidos extremistas em nenhum dos lados do espectro político.

Assim, 50,7% dos questionados disseram que jamais votariam nos liberais, enquanto 47,8% não votariam de jeito nenhum nos conservadores, ou democrata-cristãos, e 42% rejeitam as legendas de centro-esquerda e os partidos socialistas.

A pedido da Fundação Bertelsmann, o instituto de pesquisa YouGov entrevistou 23.725 eleitores em 12 países da União Europeia (UE) – dois terços de todos os europeus e três quartos dos alemães questionados afirmaram que planejam participar da eleição europeia em 26 de maio.

Os pesquisadores disseram que os eleitores que acreditam que os principais partidos pró-UE não representam mais seus interesses tendem a acolher mensagens populistas.

"Os partidos populistas conseguiram criar uma base de eleitores estável e leal num espaço de tempo relativamente curto", disse Robert Vehrkamp, um dos autores do estudo e especialista em democracia na Fundação Bertelsmann. "Mas o alto nível de rejeição [desses partidos] também mostra como seria perigoso para outros partidos imitá-los."

"Muitos cidadãos não optam mais por apoiar um partido, mas por votar contra os partidos que mais rejeitam", acrescentou Vehrkamp.

O presidente-executivo da Fundação Bertelsmann, Aart De Geus, afirmou que o sucesso dos partidos populistas em mobilizar simpatizantes significa que o comparecimento às urnas será "crucial para determinar os resultados eleitorais e o futuro da Europa".

"A mobilização do predominante centro pró-UE é um pré-requisito importante" para a criação de maiorias nos grupos de trabalho no novo Parlamento Europeu, segundo De Geus.

PV/afp/dpa | Deutsche Welle

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