Com 99.9% dos votos apurados,
partido de Cyril Rampahosa reúne 57.5% dos votos. Eleições de quarta-feira
(08.05) tiveram alta taxa de abstenção. Resultados finais anunciados este sábado
(11.05).
O Congresso Nacional Africano
(ANC, na sigla em inglês) é o grande vencedor das eleições parlamentares da
passada quarta-feira (08.05) na África do Sul. Com 99.9% dos votos apurados, o
partido no poder no país desde o fim do "apartheid" em 1994,
conseguiu 57,7% dos votos, o que já lhe assegura uma vitória por maioria. Os
resultados finais da votação devem ser anunciados ainda este sábado (11.05).
Apesar do descontentamento
dos jovens sul-africanos e de uma série de escândalos de corrupção, o
ANC mantém, assim, a maioria no parlamento da África do Sul. O que deverá
garantir que Cyril Ramaphosa se mantenha na Presidência do país por mais cinco
anos de mandato.
Pior resultado de sempre
No entanto, e apesar de ter
ganho, este foi o pior resultado do ANC em eleições. Na votação de 2014,
realizada antes de rebentarem os escandâlos de corrupção - que levaram à
demissão de Jacob Zuma - o ANC tinha obtido 62% dos votos. Uma realidade
que fica a dever-se, disse o secretário-geral do partido, Ace Magashule, ao
número elevado de partidos na corrida eleitoral.
"Participaram quarenta e
oito partidos. O que se deveria esperar? O importante a reter é que a
marca ANC é ainda a marca do povo da África do Sul", declarou.
Também a afluência às urnas fez
história pelas piores razões. Desceu de 74% em 2014 para 65,61%, a mais baixa
registada até à data no país.
Oposição sai reforçada
Os resultados já apurados
consolidam a Aliança Democrática (AD) como o segundo maior partido do país,
apesar de ter angariado menos votos do que em 2014. Nas eleições de
quarta-feira (08.05), a AD conseguiu 20,79% dos votos, o que representa uma
queda de dois pontos percentuais face ao último escrutínio.
"Um dia este país entrará
numa era pós-movimentos de libertação", afirmou o líder da Aliança
Democrática, Mmusi Maimane, à imprensa, dizendo-se "orgulhoso de ter
assegurado o centro contra o nacionalismo, o populismo e as trincheiras
raciais".
Já o partido Lutadores pela
Liberdade Económica (EFF, na sigla em ingles) melhorou a sua expressão no país.
Nestas eleições, o partido fundado há seis anos por Julius Malema, obteve
10,78% dos votos, um aumento de 4% em relação a 2014.
Irregularidades
Um grupo de 35 partidos menores
apresentou uma queixa à comissão eleitoral na sexta-feira (10.05), alegando
irregularidades e pedindo uma auditoria da votação.
Denúncias que surgem depois de,
na quinta-feira (09.05), a imprensa local ter dado conta que mais
de 20 pessoas haviam sido presas por votar duas vezes. A comissão disse aos
jornalistas que iria investigar potenciais falhas no sistema de votação.
Cerca de 28 milhões de eleitores
foram chamados a decidir nas urnas, pela sexta vez desde o fim do
"apartheid" em 1994, o futuro político da África do Sul, após
uma década de fraco
crescimento económico, aumento da corrupção no Estado e tensões raciais.
As eleições para uma nova
Assembleia Nacional e nove legislaturas provinciais são as mais contestadas na
África do Sul e tidas como barómetro da liderança do Congresso Nacional
Africano, do Presidente Cyril Ramaphosa que substituiu em fevereiro
de 2018 Jacob Zuma.
Deutsche Welle | rl, com agências
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