A economia timorense recuou 8% em
2018, depois de uma queda de 4,5% em 2017 e de uma quase estagnação no ano
anterior, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) que espera um crescimento
de 6,6% este ano.
Os dados, que confirmam o impacto
na economia da crise política que o país viveu, fazem parte do relatório
resultado da consulta efetuada no âmbito do Artigo IV por uma equipa que
visitou Timor-Leste no final de março.
O relatório mostra que o Produto
Interno Bruto (PIB) do setor petrolífero recuou 18,3% no ano passado, depois de
recuos anuais de mais de 4 por cento por ano em 2016 e 2017.
No que se refere ao PIB não
petrolífero, a economia cresceu 5,3% em 2016, mas depois viveu uma forte
contração de 4,6% em 2017, permanecendo praticamente estagnada no ano passado.
O menor gasto público fez com que
o défice da conta corrente externa tenha caído quase metade para 10% do PIB em
2017, em comparação com o ano anterior, com importações reduzidas.
“Uma má colheita de café levou a
um declínio nas exportações não petrolíferas, mas as receitas de exportação de
petróleo melhoraram com o aumento dos preços do petróleo”, refere o documento.
Segundo o FMI, os “riscos a médio
e longo prazo estão vinculados ao progresso na implementação de reformas
fiscais e estruturais” no país, sendo um dos principais desafios do país
“conseguir uma maior diversificação económica”.
O FMI refere ainda o “progresso
insuficiente na redução da dependência do setor público e na geração de mais
empregos no setor privado”, o que continuará a fazer pressão adicional nas
finanças públicas.
Isso colocaria em risco “a
sustentabilidade fiscal a longo prazo e contribuiria para deteriorar os
resultados do mercado de trabalho”.
Elogiando os progressos desde a
independência em 2002, os responsáveis do FMI que visitaram Timor-Leste
saudaram a retoma em crescimento económico a curto prazo, apesar de sublinharem
que o país continua a enfrentar grandes desafios.
Garantir a sustentabilidade
fiscal de longo prazo, fortalecer a capacidade institucional, gerar empregos
para uma população jovem e em rápido crescimento e continuar a desenvolver o
sistema financeiro são alguns dos principais desafios.
A equipa do FMI destaca “a
necessidade de adotar uma estratégia fiscal confiável e proteger os ativos do
Fundo Petrolífero do país” enfatizando “a necessidade de melhorar o controle e
aumentar a eficiência dos gastos e melhorar a mobilização de receitas”.
O FMI refere ainda a “solidez do
sistema bancário” e elogia as “melhorias no sistema de pagamento.
O processo de consulta do Artigo
IV, se refere ao artigo do regulamento do FMI que prevê consultas anuais aos
países-membros, nas quais são feitas avaliações do desempenho macroeconómico.
Lusa | SAPO TL
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