Dia 30 de Abril de 2019
assistiu-se nas televisões e meios de comunicação de massa alinhadas com o
império da hegemonia unipolar, a um exercício tanto ou mais grotesco que os
acontecimentos “no terreno” em Caracas!
Martinho Júnior, Luanda
1- Os acontecimentos traduzem-se
num exercício perverso e subversivo duma tentativa de golpe, que mobilizou
apenas nas primeiras horas, pequenos grupos de militares que foram atraídos a
uma falsa missão e como tal enganados, o que serviu para a passagem de
mensagens golpistas do deputado Juan Guaidó, o cavalo-de-tróia dos falcões da
administração de Donald Trump na Venezuela e a fuga da prisão domiciliar de
Leopoldo Lopez, outro elemento da extrema-direita, representante do que de mais
retrógrado persiste no antro da oligarquia clientelista venezuelana
umbilicalmente conectada ao império da hegemonia unipolar.
“No terreno” as mensagens
emitidas por Juan Guaidó estavam forjadas para dar a sensação do exercício dum
poder numa versão apta e disponível, “em directo”, para as caixas de ressonância
tornadas centros de difusão da hegemonia unipolar.
A ilusão gerada nas primeiras
horas do dia, aproveitando os incautos de dentro e de fora, foi um sinal
rapidamente expandido, o que quer dizer que entre os falcões gestores do
império e seu sistema de vassalagem, com as respectivas caixas de ressonância,
estão “oleadas” a ponto de rapidamente corresponderem aos
reflexos de Pavlov!
Não é de admirar, pois muitos
acontecimentos anteriores, ao longo dos anos, foram transmitidos em directo e
serviram de experiência: desde a guerra nos Balcãs, à do Afeganistão, à do
Iraque, à da Líbia, à da Síria…
Com as imagens, as mensagens
eram “trabalhadas” de feição da aristocracia financeira mundial e
seus dilectos lóbis, até à exaustão: uma mentira de tanto ser repetida passava
como verdade e esse maquiavelismo foi repetido milhares de vezes!
“Fake news”!
Todas as manipulações se
inscrevem nos interesses e conveniências do império da hegemonia unipolar, da
NATO e de sua panóplia de meios, particularmente os meios ao dispor no seu
sistema de vassalagem que submerge espaços como a União Europeia, como se estivéssemos
a viver em pleno feudalismo!
2- Agora porém as manipulações
mediáticas já não se encontram no mesmo pé de antes do Wikileaks, do Julian
Assange, ou do Edward Snowden, entre outros…
Desde o momento em que de forma
tão continuada como massiva se começaram com toda a transparência a expor as
entranhas do monstro que é o exercício criminoso do poder nos Estados Unidos,
que a opinião pública foi sendo sistematicamente alertada.
Mentir, provocar ingerências e
manipulações e formatar a mentalidade de feição depois desses anos todos
começou a ser muito mais difícil e, por outro lado, a própria emergência
multilateral se começou a encarregar das contramedidas em termos veiculares
para a informação de cobertura global que não contrariasse a transparência e a
fiabilidade.
A administração de Barack Hussein
Obama que tinha como Chefe do Departamento de Estado Hillary Clinton, “Killary
Clinton”, foi a última a tentar conseguir exercer a gestão intestina de
segredos que afinal se tornaram, à escala global, segredos de polichinelo!
O advento do republicano Donald
Trump alimentou-se do fim dessa hipótese em sua própria campanha eleitoral, na
perspectiva do capitalismo protecionista face ao capitalismo financeiro
transnacional e neoliberal.
O Presidente Donald Trump,
durante a primeira fase do seu primeiro e único mandato, contribuiu directa ou
indirectamente para se desfazerem muitos dos equívocos, mas pressionados pelas
contramedidas dos democratas, acabou por ceder aos falcões ao serviço dos lóbis
do armamento e da energia que o rodearam de entidades como Pompeo, Rubio, ou
Bolton, envoltos no casulo do excepcionalismo do poder criminoso que se
pretende manter como dominante!
Trump ele mesmo tornou-se num
perverso autor de “fake news”, um verdadeiro campeão de “fake news” que
deveria constar no Guiness Book!
As máfias do armamento e da
energia, com sua ementa de arsenais e transnacionais, tomaram conta da
administração de Donald Trump, que não tem a mesma plasticidade para um
continuado exercício de mentira como seus anteriores, até por que está a viver
o rescaldo da filtração de tantos segredos das entranhas do monstro!...
Por isso agora “o rei vai
nu”!
3- Os lóbis do armamento e da
energia, que tradicionalmente e no quadro da aristocracia financeira mundial
suportam o lado republicano dos mecanismos do poder dominante no quadro do
império da hegemonia unipolar, como já não podiam exercer a plasticidade dum
Obama, ou duma Hillary Clinton (que mesmo assim tiveram múltiplos reveses), só
podiam, ao fazer cair as máscaras, adoptar um exercício fascizante nos
relacionamentos internacionais, que se casasse com o capitalismo proteccionista
protagonizado pela campanha e início da actividade presidencial de Donald Trump
e a “tradicional excepcionalidade” estado-unidense, qualquer que
fosse o grau dos crimes em evidência.
Deste modo desapareceram as
versões indexadas às “justificações iluminadas” da existência de
teorias da conspiração, face ao impacto das filtrações intestinas e passou a
haver, sem máscara, as correntes práticas de conspiração, tão evidentes na
América Latina, como na Ásia, em África e até na Europa.
Os acontecimentos de 30 de Abril
na Venezuela puseram a descoberto e evidência as práticas de conspiração, de
fio-a-pavio, em toda a cadeia de mensagens, desde as produzidas no terreno pelo
cavalo-de-troia Juan Guaidó até, por exemplo, ao nível duma SIC, caixa de
ressonância ao dispor dos circuitos do grupo Bilderberg na vassalagem do regime
oligárquico implantado desde o 25 de Novembro de 1975 em Portugal!
Tudo pode ser verificado como
prática de conspiração ao longo dessa cadeia e, com isso, estão a nu as
sucessivas “fale news” que um processo dessa natureza implica!
O Presidente Nicolas Maduro, na
sua comunicação feita durante a noite de 30 de Abril de 2019, demonstrou a
sucessão dos acontecimentos no terreno, desde a alvorada em que ocorreram e por
isso todos aqueles que foram saltando de cadeia em cadeia nas transmissões
televisivas avassaladas, puderam constatar o grotesco das práticas de
conspiração do império da hegemonia unipolar, o grotesco de suas mensagens em
nome duma “Operação Liberdade” e só as mentes ainda formatadas
encontram justificação, ou espaço cínico, hipócrita e submisso para se fazerem
sentir.
A continuidade das arruaças em
nome da propaganda duma “Operação Liberdade” são a expressão do caos
injectado pelos falcões de Trump e seus vassalos latino-americanos, são a
expressão de suas práticas de conspiração por que agora já não podem fazer de
outra maneira, mas o exercício do poder dum estado como o bolivariano,
alicerçado pela trincheira institucional cívico-militar e erguido com o esforço
patriótico em torno das múltiplas missões em curso, está em resistência
contraditória dialética, com o recurso a toda a sua capacidade mobilizadora e
de opções!
Na Venezuela as práticas de
conspiração do império da hegemonia unipolar não passarão, por que há uma
certeza, qualquer que seja o maquiavelismo da mentira: a Venezuela Bolivariana
vencerá!
Martinho Júnior - Luanda, 1º de Maio de 2019
Imagens: Três fotos dos rostos daqueles
falcões que, em nome da aristocracia financeira mundial se dedicam às práticas
de conspiração contra a Venezuela Bolivariana e noutros expedientes correntes,
a título de assim corresponderem e alimentarem a excepcionalidade
estado-unidense no âmbito dos exercícios típicos do império da hegemonia
unipolar em maquiavélica decadência.
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