sexta-feira, 24 de maio de 2019

"Merkel fez a coisa certa na crise migratória", diz Juncker


Jean-Claude Juncker, que deixa presidência da Comissão Europeia em outubro, elogia política de boas-vindas aos refugiados da chanceler federal alemã. Ele afirma que "a história provará que ela tem razão".

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, elogiou o trabalho da chanceler federal alemã Angela Merkel, principalmente sua política de boas-vindas aos refugiados no outono europeu de 2015. Segundo ele, a história mostrará que a política conservadora alemã estava certa. 

"Angela Merkel fez a coisa certa no outono [europeu] de 2015, e a história vai provar que ela tem razão", afirmou Juncker em entrevista publicada nesta sexta-feira (24/05) pelo tabloide alemão Bild. "Se ela tivesse fechado as fronteiras alemãs, a Áustria e a Hungria teriam tido um colapso sob o peso dos refugiados. Essa é a verdade."



Ao ser indagado se Merkel havia liderado ou dividido a União Europeia, Juncker respondeu: "Há muito que se pode fazer na Europa a partir de Berlim. Mas uma única pessoa não pode liderar nem dividir a UE. Na Europa, você precisa sempre de aliados confiáveis e de muitos amigos se você quiser conseguir alguma coisa."

Ele afirmou que a Alemanha não é uma "lancha" na UE, mas um "navio-tanque lento". Em momentos cruciais, porém, Merkel e outras "mentes brilhantes" conseguiram "reunir coisas e pessoas".

Na entrevista, Juncker chamou Merkel de "mulher inteligente", dizendo que se pode "rir maravilhosamente com ela". Ele disse, ainda, que os dois tiveram também "muitos confrontos".

Nesta quinta-feira, as eleições para o Parlamento Europeu tiveram início na Holanda e no Reino Unido. Até domingo, mais de 400 milhões de eleitores nos 28 Estados-membros da UE poderão eleger 751 novos eurodeputados.

O resultado decidirá a distribuição dos assentos no Parlamento, e são grandes as chances de o deputado europeu pela Alemanha Manfred Weber, um correligionário de Merkel, assumir a presidência da Comissão Europeia no lugar de Juncker, que deixará o cargo de chefe do braço executivo da UE em 31 de outubro, após ter completado um único mandato.

FC/dpa/ots | Deutsche Welle

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