O número de mortos na violência
ocorrida após o anúncio da reeleição do Presidente indonésio, Joko Widodo,
subiu hoje para sete, depois de duas noites de confrontos entre a polícia e apoiantes
da oposição em Jacarta.
As forças de segurança foram
significativamente reforçadas hoje para tentar controlar os confrontos que
paralisam o centro de Jacarta desde a noite de terça-feira.
Cerca de 58 mil polícias e
militares foram enviados para a capital, um número superior aos cerca de 30 mil
enviados anteriormente, visto que os manifestantes atacaram novamente a polícia
na noite de quarta-feira.
"Sete amotinados morreram e
nove polícias ficaram feridos", disse hoje o porta-voz da Polícia
Nacional, Mohammad Iqbal, sem especificar o número de feridos no lado dos
manifestantes.
As vítimas dos confrontos eram
jovens, incluindo um estudante do ensino médio de 17 anos e um jovem de 19
anos, de acordo com relatos dos media locais.
As circunstâncias de suas mortes
não são conhecidas e a polícia diz que não usou munição real contra a multidão.
Desde o anúncio oficial da
reeleição de Joko Widodo, os apoiantes do candidato derrotado Prabowo Subianto recusam-se
a reconhecer a derrota e tomaram as ruas para denunciar a fraude que ocorreu
nas eleições.
A equipa de Subianto vai recorrer
contra o resultado eleitoral ao Tribunal Constitucional indonésio.
"Prendemos mais de 300
suspeitos, interrogamo-los e temos provas" de um movimento organizado,
disse Dedi Prasetyo, porta-voz da polícia nacional à AFP, acrescentando que
"dinheiro, foices, facões e fogo de artifício" foram apreendidos.
Dois suspeitos confessaram
ligações com uma organização radical islâmica GARIS (Gerakan Reformis Islam,
movimento de reforma do Islão), que prometeu fidelidade ao grupo Estado
Islâmico (EI), segundo Mohammad Iqbal.
O centro da capital estava calmo
hoje, mas muitos escritórios, centros comerciais e escolas permaneceram
fechados e as linhas de transporte público, como o metro, só funcionaram em
regime parcial.
Várias embaixadas pediram aos
seus cidadãos que não visitassem o centro da capital, onde a polícia bloqueou
as estradas que levam à Comissão Eleitoral (KPU) e ao órgão de supervisão
eleitoral (Bawaslu).
Essas instituições, alvo de
manifestantes, estão protegidas por arame farpado e centenas de polícias e
militares.
A Comissão Eleitoral anunciou, na
terça-feira, a vitória de Joko Widodo contra o antigo general Prabowo Subianto,
por 55,5% dos votos contra 44,5%.
Desde as eleições de 17 de abril,
o candidato derrotado recusa-se a admitir a derrota invocando "fraude maciça",
o que não foi confirmado pelo órgão de supervisão eleitoral indonésio ou por
observadores independentes.
Jacarta já sofreu grandes
protestos nos últimos anos, mas a atual violência foi a pior há
mais de uma década.
Lusa | Notícias ao Minuto
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