Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
Tudo começou com as maiores
reservas, profecias apocalípticas e um termo depreciativo:
"geringonça". Volvidos quase quatro anos, o balanço era francamente
positivo até sexta-feira da semana passada.
A crise criada em torno do
descongelamento do tempo integral do tempo de serviço dos professores pode não
ter feito as vítimas mais evidentes à direita, como pode ter comprometido o
futuro de uma solução política única e exemplar - a "geringonça".
António Costa quis fazer
cheque-mate à direita, mas pelo caminho pode estar a fazer cheque-mate junto
dos partidos que o apoiaram, sobretudo quando parte para a chantagem das
eleições antecipadas, convencido de uma pretensa maioria absoluta que, estou
plenamente convencida, nunca chegará.
Depois de Cristas e Rio procurarem
salvar o que resta dos tiros nos pés que desferiram, importa também à esquerda
o empenho na reflexão sobre o futuro de uma geringonça que podia muito bem
repetir-se se Costa não fosse igual a si próprio e procurasse salvar a própria
pele, indo desta feita ainda mais longe, apostando na maioria absoluta. Deste
modo, ficamos sem saber se resta alguma base para um futuro entendimento quando
Costa perceber que a maioria absoluta nunca passou de uma miragem.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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