O secretário-geral do PCP acusou
hoje o PS de estar a tentar "desfazer a atual correlação de forças"
no parlamento e reiterou que o partido manterá a sua posição sobre a
contabilização do tempo de serviço dos professores.
"O PS está a querer
desfazer-se da atual correlação de forças e da força do PCP. Já todos
compreenderam que é o calculismo eleitoral e a fixação pela maioria absoluta
que leva o Governo a ameaçar demitir-se", afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista falava esta
tarde na Amadora, no distrito de Lisboa, durante um almoço de militantes, que
decorreu no refeitório de uma escola secundária.
Jerónimo de Sousa comentava desta
forma a polémica gerada pela aprovação da recuperação integral do tempo de
serviço congelado para os professores, em comissão parlamentar de educação, que
levou o primeiro-ministro, António Costa, a anunciar na sexta-feira que o
Governo se demitiria caso o parlamento aprovasse esta medida em plenário.
Durante a sua intervenção, o
secretário-geral do PCP ressalvou que, apesar das ameaças de demissão do
Governo, os comunistas serão "coerentes com a sua posição", ao
contrário de outros partidos, como o CDS-PP.
"A posição do PCP é
coerente, refletida e determinada ao contrário de outros, como o CDS, que, como
se vê, simulam as suas posições ditadas por critérios de calculismo. Um
taticismo em que a palavra dada é retirada, procurando navegar à bolina. Da
parte do PCP mantemos a nossa posição", afirmou.
Estas críticas de Jerónimo de
Sousa surgem no mesmo dia em que o CDS-PP, em comunicado, admitiu votar ao lado
do PS contra o diploma dos professores se não forem aceites as condições do
partido, como sustentabilidade financeira e crescimento económico.
Mais tarde, em declarações aos
jornalistas, em Bruxelas, Assunção Cristas rejeitou que o partido tenha recuado
na questão da contabilização total do tempo de serviço dos professores,
afirmando que tem adotado "a mesma posição, clarinha como a água, desde o
primeiro minuto".
Por seu turno, o presidente do
PSD, Rui Rio, fará esta tarde num hotel do Porto, pelas 18:30, uma declaração à
imprensa, sobre este tema.
Lusa | Notícias ao Minuto
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