Jorge Rocha* | opinião
1. Há muito tempo, que não via a
SIC por ser tão evidente a linha editorial imposta por Ricardo Costa para
prejudicar o mais possível o irmão. Embora pouco dado a assuntos bíblicos
detesto cains, que não olham a meios para satisfazerem os seus interesses egoístas,
nem que para tal assassinem os irmãos. A exceção hoje feita àquela regra só deu
razão à justeza de a prosseguir: o «moderador» escolhido por Ricardo Costa para
o debate sobre as Eleições Europeias só se preocupou em interromper Pedro
Marques sempre que iniciava uma linha de raciocínio no seu discurso, enquanto
permitiu total liberdade a Paulo Rangel para dizer o que queria ou, pior ainda,
permitir a Nuno Melo o lamentável espetáculo de demagogia primária, que explica
bem porque está efetivamente voxizado.
2. Pode-se explicar a estratégia
de Bento Rodrigues como causa-efeito das deceções acumuladas pelas direitas nos
meios de comunicação nos dias mais recentes: não só engoliram em seco com o
fracasso do golpe de Guaidó na Venezuela como se viram obrigadas a reconhecer a
vitória socialista no país vizinho. Terem a expetativa de verem a Península
Ibérica confiada a governos socialistas constitui-lhes pesadelo, que ameaça
causar-lhes insónias por muitos e bons anos.
4. Do dia fica, igualmente, o
artigo de António Costa sobre o Serviço Nacional de Saúde a assumir a regra da
gestão pública, só se recorrendo à gestão privada em circunstâncias excecionais
e devidamente fundamentadas, supletiva e temporariamente. Seu apoiante
incondicional tenho de reconhecer que me soube a pouco, porque defendo o que no
mesmo jornal («Público») escrevia Teresa Gago: que o PS perderá a legitimidade
de se dizer o partido do SNS se trair o legado de António Arnaut. O que
aconteceria se renovasse as PPP’s com empresas privadas nos hospitais de
Cascais, Loures e Vila Franca, cujos contratos estão a terminar.
*jorge rocha | Ventos Semeados
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