José Mário Vaz voltou este sábado
(01.06) a afirmar que só vai nomear um novo Governo após o fim do impasse para
a eleição da mesa da Assembleia Nacional Popular.
De regresso da cimeira da
Organização da Conferência Islâmica, que decorreu na Arábia Saudita, José Mário
Vaz, disse, em curtas declarações aos jornalistas no aeroporto de Bissau, que
aguarda "que haja um compromisso, um diálogo franco, entre os deputados"
para de seguida nomear o novo primeiro-ministro e consequentemente o Governo.
O Presidente guineense disse ter
ficado triste com o que viu logo no primeiro dia dos trabalhos do novo
parlamento, saído das eleições, mas espera que os deputados saibam ultrapassar
as diferenças para desta forma "fazer o país arrancar".
José Mário Vaz afirmou ainda que
é também triste quando os políticos não conseguem acatar os conselhos, de
diálogo e compromisso, que são feitos pelos líderes religiosos, quando usam a
sociedade civil para atiçar divisões ou quando tentam envolver as Forças
Armadas nas disputas políticas.
Mas, por ser "um homem de
crença", o Presidente guineense acredita que o país vai ultrapassar o
impasse político em que se encontra.
José Mário Vaz aproveitou as suas
declarações, sem direito a perguntas, para agradecer e felicitar as Forças
Armadas, as quais pediu que se mantenham nas casernas e em obediência à
Constituição do país.
O líder guineense aproveitou a
ocasião para criticar, sem citar nomes, aqueles que se vão envolvendo nos
problemas internos do país. "O mais triste é que as pessoas aproveitam-se
desta situação para se intrometerem nos assuntos que não têm direito, porque
isto é um país soberano", observou José Mário Vaz, salientando que todos
os países do mundo têm problemas, mas que nunca viu nenhum a vir à Guiné-Bissau
pedir conselhos.
Impasse
Mais de dois meses depois das
eleições legislativas, a 10 de março, o novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau
ainda não foi indigitado pelo Presidente guineense e o novo Governo também não
tomou posse devido a um novo impasse político, que teve início com a eleição
dos membros da Assembleia Nacional Popular.
Depois de Cipriano Cassamá, do
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), ter sido
reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da Assembleia
do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), ter sido eleito
primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o
nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15),
Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.
O Madem-G15 recusou avançar com
outro nome para cargo e apresentou uma providência cautelar para anular a
votação, mas que foi recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Por outro lado, o Partido de
Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro
secretário da mesa da assembleia.
O Parlamento da Guiné-Bissau está
dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado
nas legislativas, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o
Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15
(segundo partido mais votado) e o PRS, com 48. O Presidente guineense termina o
seu mandato a 23 de junho.
Agência Lusa | Deutsche Welle
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