segunda-feira, 3 de junho de 2019

Portugal | Eles comem tudo e deixam a dívida pública para pagarmos, além de outras


A dívida pública de Portugal continua a subir, tal qual a divida da UE. A brutalidade da dívida lusa já vai além dos 250 mil milhões. Como é isto possível se na realidade sobrevivemos à míngua e também os portugueses plebeus cheios de calotes. Pequenos calotes, é certo, mas que nos obrigam a uma ginástica financeira permanente quando olhamos para as contas correntes inevitáveis de renda casa, eletricidade, água e alimentação, escolas, transportes, etc. Para não falar de meios de comunicação já imprescindíveis como a Internet e o sacramental telemóvel – para não incluir aqui o computador.

Ordenados baixos, próprios do esclavagismo da modernidade. Pensões miseráveis. Tudo do pior e mais rasca para a grande maioria dos portugueses. Os mais velhos, apesar de terem alimentado uma guerra colonial, construído o país, conquistado a liberdade e a democracia, esses, são ricos em tratos de polé com os sempre certos maus tratos e uma velhice de suplícios. A juventude por aí anda “pendurada” nos pais e nos avós, na família e amigos… Na droga e na delinquência também.

Mas, afinal, que país é este em que os senhores da política, os da banca, os do grande empresariado, os das elites, não se cansam de tecer elogios à economia e ao progresso? Falam olhando para os seus umbigos e por eles e pelas suas corporações. Vivem à larga e no fausto. Certo e sabido é que o fazem à custa da exploração da maioria dos portugueses, das vigarices e até de roubos puros e duros a que lhes chamam imparidades de muitos milhões (calotes) para com o Estado. E esse somos todos nós. Assim, impunemente, salvo raras exceções, não pagam e nem são responsabilizados por isso, o que significa que andam uns quantos a viver à grande com a enorme e tantas vezes total contribuição  de milhões de portugueses que sobrevivem na miséria ou muito perto dela.


Diz-se na canção Vampiros, do Zeca, que “eles comem tudo e não deixam nada”. Aconteceu exatamente assim. Na atualidade tal refrão perdeu o sentido real porque agora “eles comem tudo” mas deixam alguma coisa: a dívida ou as dívidas que têm de ser pagas por milhões de portugueses, os que quase sempre andaram a penar e a terem existência de pobreza extrema ou daquela a que chamam “remediada”.

Desprovidos de vergonha vimos este e aquele a elogiar a situação a favor de ladrões e chulos da sociedade, esperançados em que as suas loas convençam mais ou menos 10 milhões de escravos a continuarem a sobrealimentá-los e a sustentá-los de tudo do bom e do melhor enquanto que as carências, os apertos e os sacrifícios lhes estão destinadas graças ao nacional-carneirismo de um povo que perde o norte quando lhe acenam com umas migalhas do que lhe pertence mas que lhe roubam e continuarão a roubar enquanto a vítima só reagir balindo mansamente e nada mais para além disso, guardando a revolta no compartimento da fome e de outras carências.

Ser português… Pois.

A seguir: sobre a atualidade da famigerada dívida pública…

Mário Motta | PG


 Novo máximo. Dívida pública aumentou para 252,4 mil milhões em Abril

Dados foram divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), esta segunda-feira. A dívida pública voltou a subir. O Banco de Portugal (BdP) divulgou, esta segunda-feira, que o valor da dívida pública superou o patamar dos 252 mil milhões de euros, com as emissões de títulos a impulsionarem. 

"Em abril de 2019, a dívida pública situou-se em 252,4 mil milhões de euros, aumentando 2,0 mil milhões de euros relativamente ao final de março. Para este aumento contribuíram essencialmente as emissões de títulos de dívida", pode ler-se no relatório do BdP.

Quer isto dizer que o valor da dívida pública na ótica de Maastricht, que é a que conta para Bruxelas, atingiu um novo valor máximo. Em março, era de 250,3 mil milhões, segundo os dados do BdP.

Ainda assim, sublinhe-se, o valor da dívida pública costuma ser maior nos primeiros meses do ano, porque é quando a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realiza mais leilões de obrigações.

O supervisor revela também que o 'peso' da dívida pública no produto interno bruto (PIB) era de 123% no final do primeiro trimestre deste ano, acima dos 121,5% no último mês do ano passado.

No Programa de Estabilidade 2019-2023, o Governo antecipa um rácio da dívida pública de 118,6% do PIB este ano. Já para 2023, o último ano considerado no Programa hoje apresentado, o executivo antecipa que a dívida pública se situe abaixo dos 100%, nos 99,6%.

Beatriz Vasconcelos | Notícias ao Minuto

Sem comentários:

Mais lidas da semana