A dívida pública de Portugal continua a
subir, tal qual a divida da UE. A brutalidade da dívida lusa já vai além dos
250 mil milhões. Como é isto possível se na realidade sobrevivemos à míngua e
também os portugueses plebeus cheios de calotes. Pequenos calotes, é certo, mas
que nos obrigam a uma ginástica financeira permanente quando olhamos para as
contas correntes inevitáveis de renda casa, eletricidade, água e alimentação, escolas, transportes, etc. Para não falar de meios de comunicação já imprescindíveis como a Internet e o
sacramental telemóvel – para não incluir aqui o computador.
Ordenados baixos, próprios do
esclavagismo da modernidade. Pensões miseráveis. Tudo do pior e mais rasca para
a grande maioria dos portugueses. Os mais velhos, apesar de terem alimentado
uma guerra colonial, construído o país, conquistado a liberdade e a democracia,
esses, são ricos em tratos de polé com os sempre certos maus tratos e uma velhice
de suplícios. A juventude por aí anda “pendurada” nos pais e nos avós, na família
e amigos… Na droga e na delinquência também.
Mas, afinal, que país é este em
que os senhores da política, os da banca, os do grande empresariado, os das elites, não se cansam de tecer
elogios à economia e ao progresso? Falam olhando para os seus umbigos e por
eles e pelas suas corporações. Vivem à larga e no fausto. Certo e sabido é que
o fazem à custa da exploração da maioria dos portugueses, das vigarices e até
de roubos puros e duros a que lhes chamam imparidades de muitos milhões
(calotes) para com o Estado. E esse somos todos nós. Assim, impunemente, salvo
raras exceções, não pagam e nem são responsabilizados por isso, o que significa
que andam uns quantos a viver à grande com a enorme e tantas vezes total
contribuição de milhões de portugueses
que sobrevivem na miséria ou muito perto dela.
Diz-se na canção Vampiros, do
Zeca, que “eles comem tudo e não deixam nada”. Aconteceu exatamente assim. Na
atualidade tal refrão perdeu o sentido real porque agora “eles comem tudo” mas
deixam alguma coisa: a dívida ou as dívidas que têm de ser pagas por milhões de
portugueses, os que quase sempre andaram a penar e a terem existência de
pobreza extrema ou daquela a que chamam “remediada”.
Desprovidos de vergonha vimos
este e aquele a elogiar a situação a favor de ladrões e chulos da sociedade,
esperançados em que as suas loas convençam mais ou menos 10 milhões de escravos a
continuarem a sobrealimentá-los e a sustentá-los de tudo do bom e do melhor
enquanto que as carências, os apertos e os sacrifícios lhes estão destinadas
graças ao nacional-carneirismo de um povo que perde o norte quando lhe acenam
com umas migalhas do que lhe pertence mas que lhe roubam e continuarão a
roubar enquanto a vítima só reagir balindo mansamente e nada mais para além disso,
guardando a revolta no compartimento da fome e de outras carências.
Ser português… Pois.
A seguir: sobre a atualidade da famigerada
dívida pública…
Mário Motta | PG
Dados foram divulgados pelo Banco
de Portugal (BdP), esta segunda-feira. A dívida pública voltou a subir. O
Banco de Portugal (BdP) divulgou, esta segunda-feira, que o valor da dívida
pública superou o patamar dos 252 mil milhões de euros, com as emissões de
títulos a impulsionarem.
"Em abril de 2019, a dívida
pública situou-se em 252,4 mil milhões de euros, aumentando 2,0 mil milhões de
euros relativamente ao final de março. Para este aumento contribuíram
essencialmente as emissões de títulos de dívida", pode ler-se no relatório
do BdP.
Quer isto dizer que o valor da dívida
pública na ótica de Maastricht, que é a que conta para Bruxelas, atingiu um
novo valor máximo. Em março, era de 250,3 mil milhões, segundo os dados
do BdP.
Ainda assim, sublinhe-se, o valor
da dívida pública costuma ser maior nos primeiros meses do ano, porque é quando
a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realiza mais
leilões de obrigações.
O supervisor revela também que o
'peso' da dívida pública no produto interno bruto (PIB) era de 123% no final do
primeiro trimestre deste ano, acima dos 121,5% no último mês do ano passado.
No
Programa de Estabilidade 2019-2023, o Governo antecipa um rácio da dívida
pública de 118,6% do PIB este ano. Já para 2023, o último ano
considerado no Programa hoje apresentado, o executivo antecipa que a dívida
pública se situe abaixo dos 100%, nos 99,6%.
Beatriz Vasconcelos | Notícias ao
Minuto
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