Na tentativa de apagar
responsabilidades do agravamento fiscal que protagonizou, o CDS-PP apresentou
hoje (14.06) um pacote de medidas para a «defender os contribuintes dos
abusos» da Autoridade Tributária.
AbrilAbril | editorial
Num salto em frente para fazer
esquecer as medidas fiscais – realizadas pelo anterior governo do PSD e do
CDS-PP – que agravaram as condições de vida das populações e dos trabalhadores,
Assunção Cristas apresentou hoje, em conferência de imprensa, um conjunto de
propostas que parece querer ressuscitar a velha ideia de que este pode ser «o
partido dos contribuintes».
A ex-ministra anuncia ideias no
sentido de «aumentar as garantias» de defesa dos contribuintes, designadamente
em torno de penhoras fiscais para fazer face a «acções desproporcionais e
abusivas» levadas a cabo pela Autoridade Tributária, as quais farão parte do
programa eleitoral do partido para as próximas eleições legislativas.
No entanto, o CDS-PP não
faz mea culpa quanto ao que representou o aumento de tributação sobre
os rendimentos do trabalho, ou seja, o peso que impôs a esses mesmos
contribuintes. Recorde-se a sobretaxa extraordinária do IRS, a redução dos
escalões em sede e a diminuição das deduções à colecta no IRS, ou
o aumento do IVA, em particular sobre a restauração. Tudo isto feito a par
da delapidação dos serviços públicos e cortes nos apoios sociais, ao mesmo
tempo que se favoreciam grupos económicos e financeiros.
O CDS-PP fez parte do governo dos
cortes que malhou forte nos contribuintes e nos trabalhadores, ao
mesmo tempo que deu a mão a grandes grupos económicos e financeiros. Dessa
marca não se livra: é o partido dos contribuintes, mas só daqueles que
concentram grandes lucros através da exploração.
Foto: Aventar
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