Empresário madeirense alterou os
estatutos da Associação Coleção Berardo enfraquecendo a posição dos bancos.
Ministério Público (MP) está a
investigar a alegada ‘golpada’ de Joe Berardo aos bancos Caixa Geral de
Depósitos, BCP e Novo Banco, através da Associação Coleção Berardo, a dona das
obras de arte e cujos títulos de participação foram dados em penhor da dívida
de 1.000 milhões de euros junto dos bancos.
Os referidos bancos tinham então
um penhor sobre 100% dos títulos da Associação, contudo, o empresário alterou
os estatutos da mesma e fez aumentos de capital que acabaram por diluir a
posição da banca, tornando praticamente impossível chegar aos quadros.
Na audição a Joe Berardo, os
deputados perceberam por que razão a posição dos bancos tinha sido
enfraquecida. “Eles [os credores pensam que têm maioria, mas não têm”,
disse na altura, dando conta de que foram dados "aumentos de capital”. Ou
seja, nas palavras de Berardo, a posição dos bancos não era diluída “se
tivessem ido aos aumentos de capital”.
“Foi dado um golpe, portanto”,
concluiu a deputada do Bloco, Mariana Mortágua, depois de ouvir estas
explicações do empresário. Quer isto dizer que, alegadamente, e para evitar que
os quadros fossem penhorados pela banca, Berardo alterou os estatutos,
blindando desta forma a coleção, numa assembleia geral para a qual os bancos
não foram chamados.
Este 'truque' usado por Berardo
está agora a ser investigado pela justiça, conforme avençou hoje o jornal Eco, estando o MP a analisar os documentos que
permitiram a Berardo deixar os bancos sem poder dentro da Associação, que é
dona dos quadros.
O Eco adianta ainda que o MP
pediu a transcrição de todas as audições da Comissão de Inquérito à CGD. O Notícis
ao Minuto questionou a Procuradoria-Geral da República sobre a
investigação em curso, aguardando uma resposta.
Melissa Lopes | Notícias ao
Minuto | Foto: Global Imagens
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