sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Um controle médico da ONU para Julian Assange


Aymeric Monville [*]

Porque o advogado britânico de Julian Assange, John Jones, morreu, supostamente por suicídio, em Abril de 2016. 

Porque o seu colega nos Estados Unidos morreu um mês depois.

Porque os Estados Unidos tentam intimidar as testemunhas Chelsea Manning e Jacob Appelbaum.

Porque estamos, infelizmente, sem notícias de Sarah Harrison, que havia ajudado tanto Assange como Edward Snowden.


Porque, no que resta o actual círculo em torno de Assange, Joseph Farrell, apresentado como o embaixador da WikiLeaks tem assento no conselho do Centre for Investigative Journalism, o qual é financiado pela Open Society de George Soros.

Porque uma advogada de Assange, Renata Ávila, desde 2018 é directora executiva da Fundación Ciudadania Inteligente financiada pela Open Society (Soros) e mesmo pela National Endowment for Democracy, fundada durante o governo de Ronald Reagan.

Porque a Bertha Foundation, o escritório do advogado de Assange, Jennifer Robinson, encontra-se frequentemente no mesmo tipo de campanhas de apoio que a Open Society de Soros.

Porque George Soros reconheceu abertamente ter apoiado a revolução laranja na Ucrânia, a qual converge com um plano claramente ostentado pelos apoiantes do imperialismo estado-unidense de fragmentação do espaço ex-soviético, tendo Zbigniew Brzezinski revelado este plano.

Porque a WikiLeaks revelou as conivências entre Soros e a equipe de campanha de Clinton em 2016,

Porque os dirigentes dos EUA, Hillary Clinton inclusive, não ocultam o ódio para com Julian Assange nem a sua vontade de calá-lo para sempre. 

Porque responsáveis como George W. Bush e Dick Cheney reconheceram e justificaram a existência de centros de detenção secretos da CIA e a prática da tortura.

Porque existem centros como Guantánamo que, pelo seu carácter extra-territorial, permitem escapar a qualquer controle da justiça.

Porque o relator da ONU sobre a tortura, Nils Melzer, disse que Julian Assange sofria de tortura psicológica, que o seu estado era preocupante e que podia morrer na prisão.

Porque não nos podemos contentar com o testemunho de um simples jornalista, ainda que bem intencionado e preocupado com a saúde de Julian Assange como John Pilger, para confirmar que Assange continua em Belmarsh e que não está em perigo de morte.

Porque além deste comunicado não temos outras notícias de Assange desde há várias semanas.

Por todas estas razões, e sem fazer processo de intenção a quem quer que seja nem contestar o direito de cada um de ter esta ou aquela opinião política, nem à defesa e aos apoiantes de Julian Assange de se organizarem como entenderem, não podemos entretanto fazer com que a nossa confiança repouse sobre este o aquele indivíduo participante do círculo de Julian Assange – ou melhor, do que resta dele actualmente – para tomar as medidas necessárias a fim de preservar a sua vida e a sua saúde. 


Exigimos que um médico mandatado pela ONU possa entrar na prisão de Belmarch a fim de controlar o estado de saúde de Julian Assange e garantir-nos que ele continua detido no momento actual. Pedimos que a entrevista e a visita sejam filmadas e que um relatório médico muito preciso seja elaborado.

Julian Assange deve igualmente ser libertado de imediato a fim de ser cuidado numa estrutura médica benevolente que o atenda. É inconcebível que o ditador Pinochet tenha sido libertado por razões de saúde enquanto Julian Assange continua sempre nas mãos de Estados que se erigiram em polícias do mundo e cujos crimes ele desmascarou amplamente. 


[*] Redigido com os elementos fornecidos por Véronique Pidancet Barrière para WikiJustice Julian Assange.

O original encontra-se em www.initiative-communiste.fr/... 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

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