Jacarta, 23 set 2019 (Lusa) -
Pelo menos 20 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em novos distúrbios
que eclodiram hoje na Papua, província da Indonésia, atingida pela violência
desde meados de agosto, anunciaram fontes militares.
"A maioria morreu num
incêndio", indicou um porta-voz militar, Eko Daryanto, acrescentando que o
"balanço pode aumentar, uma vez que muitas pessoas ficaram presas em lojas
em chamas".
Depois dos incidentes racistas
contra a população melanésia, protestos e tumultos, às vezes mortais, ocorrem
na Papua desde 19 de agosto tendo sido também relançados os pedidos de um
referendo para a independência.
Segundo as autoridades, 16
pessoas morreram hoje na cidade de Wamena, onde várias centenas de pessoas
participaram numa manifestação durante a qual edifícios foram incendiados.
Um soldado e três civis foram
também vítimas mortais, em Jayapura, capital da província, de confrontos entre
forças de segurança e manifestantes.
Cerca de 300 pessoas foram
detidas, disse Eko Daryanto relatando 65 feridos.
Os estudantes reuniram-se em
frente à Universidade de Jayapura para protestar contra o racismo.
No entanto, ocorreram confrontos
com a polícia que disparou tiros de aviso para deslocá-los para outro local, de
acordo com um jornalista da agência noticiosa France-Presse (AFP).
Em Wamena, a sede do departamento
foi destruída devido a um incêndio bem como outros edifícios e lojas, constatou
outro jornalista da AFP.
Anteriormente, um porta-voz da
polícia, Dedi Prasetyo, disse que as autoridades "tomaram medidas para
impedir que os tumultos aumentassem".
Os serviços de Internet foram
parcialmente cortados na região, segundo um jornalista da AFP e o aeroporto de
Wamena foi fechado, provocando o cancelamento de cerca de 20 voos, de acordo
com os relatos da imprensa local.
Desde 19 de agosto, muitas
localidades em Papua assistiram a manifestações, algumas degenerando em
tumultos com edifícios em chamas e confrontos com a polícia.
A agitação começou em reação aos
incidentes racistas contra estudantes de Papua na Surabaya, a segunda maior
cidade da Indonésia na ilha de Java, tendo sido também relançados os pedidos
para um referendo sobre a independência.
SYSC // ANP
Sem comentários:
Enviar um comentário