sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Portugal | BÉU-BÉUS, MIAUS, ZURROS E MACACADAS


Bom dia Portugal e arredores, Jardim Zoológico incluído. Hoje vamos mais rapidamente para o Expresso Curto que Miguel Cadete aprontou. Tem miolo, o do costume. Nem muito ao mar nem tanto à terra. Abertura acerca da campanha eleitoral e os debates. Debates diabéticos, com falta de sal e açúcar. Além de outros temperos. Há um condimento que falta quase sempre: a verdade, a realidade, o que lhes vai na cabeça. Nem de propósito carregam o “petisco” com carradas de mentiras – daquelas que caçam eleitores e os deixam a "arder". Promessas que se desvanecem com o tempo e não são para cumprir. Já sabemos disso. Ainda há quem tenha pachorra de ver esses tais debates? Grandes pacholas que vocês nos saíram.

Também neste Curto, do tio Balsemão Bilderberg Coisa e Tal, é referida a sondagem que aparecerá no Expresso mais logo. Vamos ver. Mas sondagem com notas rapidinhas publicou o PG agora mesmo (antes desta prosa), gentileza do Expresso. Diz ela (sondagem) que o PSD está tramado, que o PS está a dois deputados da maioria absoluta (lagarto, lagarto, lagarto e batida na madeira), o CDS está nas lonas mas menos que o PSD (olhando para o histórico) PCP e Bloco mantêm a toada do costume e já esperada… 

Os animais do PAN é que estão de parabéns. A sondagem estima que podem eleger 6 deputados para faladrar, miar, ginchar, zurrar, fazer macacadas pendurados no PS… Tudo em defesa dos animais e da natureza. Das pessoas é caso para estudo apurado, só para não os considerem radicais dos bichinhos e das pontas de cigarros, ignorando as pessoas.

Se o PAN eleger tantos deputados (mas porquê!) o PS está garantido e obtém a almejada maioria. Vai ter de avançar com o serviço nacional de saúde para os animais e abandalhar/desprezar o das pessoas que tanto trabalham para alimentar os animais, isso e outros serviços públicos que não sejam primordiais para os lulus, miaus, macaquinhos de imitação e etc.

Fomos breves. Ainda bem. Segue-se o Curto, com muito para contar, como a Nau Catrineta.

Bom dia de béu-béus, miaus, zurros e macacadas.

MM | Redação PG



Bom dia este é o seu Expresso Curto

Os debates não se ganham, só se perdem

Miguel Cadete | Expresso

A teoria não é minha mas do editor de Política do Expresso, que em artículo a ser publicado amanhã na Revista do Expresso assim explica por que razão os líderes partidários têm sido tão defensivos nos debates televisivos desta campanha eleitoral.

Ontem foi a vez de Rui Rio se opor a Jerónimo de Sousa e o resultado foi semelhante ao de outros debates: “convergiram no essencial”, segundo demonstra Miguel Carrapatoso no Expresso online. “Se era suposto ser um confronto entre polos opostos, não foi”. Pois se ambos concordaram nas 35 horas semanais e até no aumento do salário mínimo e do abono de família. Os dois ainda assentiram num outro ponto: “uma maioria absoluta seria uma péssima notícia para o país”.

Ora, eu nada tenho a dizer sobre isto, até porque, seguindo os conselhos avisados dos antigos, não vi o debate que ontem opôs os líderes do PSD e do PCP de maneira a “não me deixar influenciar”. Mas retive a ideia de que o confronto não tem sido a tónica destes encontros televisivos.

Como bem notou Ângela Silva, ainda ontem, no Expresso Diário, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é que percebeu tudo, logo em 2015, quando ainda era comentador da TVI e acusou António Costa de, nessa campanha eleitoral, “optar pela esquerda” e “esquecer a direita”, desperdiçando “esses eleitores (que) estavam disponíveis para aceitar uma proposta segura, sem aventura, mas que desse esperança”.

Esqueça por uns instantes a tradicional e clássica divisão entre esquerda e direita. Nos Estados Unidos da América, Donald Trump venceu as eleições ao colocar-se do lado da Velha Economia para captar o eleitorado do “rusty belt”. Em França, Emmanuel Macron arranjou um sarilho dos diabos com os coletes amarelos quando quis impor impostos que abriam caminho para a transição energética. E no Reino Unido, Boris Johnson ainda está a tentar resolver o referendo do Brexit, em que os mais novos votaram a favor da permanência na União Europeia enquanto os mais idosos preferem sair para, consideram, garantir desde logo as suas pensões.

Ora, segundo esta perspetiva, É António Costa e o PS quem está do lado da Velha Economia: ontem almoçou no Hotel Ritz em Lisboa com empresários e gestores, onde propôs “uma coligação” com o mundo empresarial. Tal como reporta Filipe Santos Costa, sublinhando que a divisão entre esquerda e direita talvez não seja de grande utilidade neste momento: “se há uma direita que prefere ver Costa a governar sozinho em vez de ter de dar contas ao BE ou ao PCP, muita dela estava no salão do Ritz”.

A favor dos recibos verdes e agora também defensor de um “eco socialismo” (nas palavras de Catarina Martins), está o Bloco de Esquerda, no que só é acompanhado pelo PAN. Ainda que possam não ter uma ideia muito definida sobre o que isso é, são essas forças partidárias que se preocupam com a “gig economy” e com as alterações climáticas e que passam essa mensagem junto do eleitorado.

A sondagem SIC/Expresso que começa a ser publicada hoje, às 18 horas, ajuda a clarificar esses pontos. Não é apenas a intenção de voto que está em causa e, portanto, a percentagem que caberá a cada partido no dia 6 de outubro. É também a forma como cada líder é percecionado pelos (seus) eleitores e pelos dos outros partidos que dá a entender que não existe uma alternativa clara, consistente e credível.

Vale a pena lembrar que na anterior sondagem SIC/Expresso (publicada no final de julho), são a saúde e a corrupção os temas que lideram as preocupações dos portugueses. A ecologia, a sustentabilidade ou as alterações climáticas e a desigualdade não surgem com qualquer destaque. E a insustentabilidade política e dos regimes está-lhe obviamente associada.

No Twitter, esse poço sem fundo da informação, o economista Ricardo Reis adiantava, na quarta-feira, razões, causas e consequências para este choque de culturas, provavelmente entre uma Velha e uma Nova Economia, mas certamente sobre a importância do desenvolvimento económico na política, notando o caso da Itália: “depois de 20 anos de crescimento zero, o pior de todos (…) ainda nos surpreendemos porque se encontra o sistema político italiano em crise?”

Entre 1998 e 2018, a Itália foi o país cuja economia menos cresceu entre as 36 mais evoluídas do mundo. O seu PIB per capita subiu uns miseráveis 0,1% e, daí, não espanta que deste caldo surjam Salvinis, ou Bolsonaros, Trumps e Boris Johnsons.

Portugal não fica bem no retrato. Se a Itália tem o pior desempenho, nós estamos em 3º lugar a contar do fim. Nos últimos 20 anos, o PIB per capita da economia portuguesa cresceu 0,8%. “Ainda queremos chamar a isto ‘milagre económico’?”

OUTRAS NOTÍCIAS

Estado atrasado no ambiente. Lê-se na manchete do “Jornal de Notícias”. O Estado português está atrasado no pagamento dos apoios europeus para o ambiente. “Dívida a câmaras e privados ascende a 5,2 milhões”. A justificação: “falta de pessoal”.

Rui Rangel fica com recurso da Operação Marquês. Ao juiz, suspeito na Operação Lex, o que lhe valeu uma suspensão, foram atribuídos por sorteio seis processos no regresso às funções. Um deles é da Operação Marquês, em que se encontra envolvido José Sócrates, diz o “Público”.

BCE está a ficar sem munições. O pacote de medidas ontem apresentado por Mario Draghi mantém os estímulos à economia europeia apesar desta ficar bastante mais dependente dos orçamentos de cada país. Isto é, da Alemanha, conclui Jorge Nascimento Rodrigues. A Europa está nas “nas mãos do governo alemão, que é o que dispõe de maior margem orçamental para prosseguir uma política de estímulos à economia que é o ‘motor’ da zona euro”. Draghi está de saída e vai dar o lugar a Christine Lagarde.

Cigarros electrónicos: maus ou piores ainda? Surgiram 450 casos de doenças associadas aos cigarros electrónicos. Nos EUA registaram-se seis mortes. Em Portugal, a Direção Geral de Saúde diz que está a acompanhar a situação. Mas as dúvidas persistem: Helena Bento responde a 12 questões que preocupam os fumadores destes dispositivos (e não só).

Demissões no Hospital Garcia de Orta. Dez chefes de serviço e dez internistas demitiram-se no hospital de Almada depois de a administração ter decidido “retirar a Cirurgia Geral da presença física no Serviço de Urgência”.

Debates nos EUA. Os 10 candidatos a Presidente do partido Democrata debateram ontem, pela primeira vez em conjunto, em Houston, as suas propostas. Para o “Washington Post”, os grandes vencedores foram Elizabeth Warren e Pete Buttigieg. Entre os grandes perdedores contam-se Kamala Harris e Julian Castro. Hélder Gomes faz o relato aqui no Expresso

Afinal eram homens. Em 2009 foi descoberta uma necrópole na cidade italiana de Modena. Entre os achados estavam dois esqueletos de mãos dadas, um casal que, milhares de anos depois, ainda se olhava com ternura. Ficaram conhecidos para a arqueologia e para o turismo como os “Amantes de Modena”. Agora descobriu-se que são dois homens.

FRASES

“Há objetivos que são mais fáceis de atingir com maioria absoluta”. Mário Centeno, ministro das Finanças, em entrevista à TSF

“Não tolero a hipocrisia”. Helena Freitas, bióloga, ex-coordenadora da nova Unidade de Missão para a Valorização do Território, sobre as medidas climáticas nos programas eleitorais, em entrevista ao “Jornal de Negócios

“No ambiente os cidadãos estão mais avançados do que os políticos”. Damien Carême, defensor do ambiente e dos direitos dos migrantes, vencedor do Prémio NorteSul, ao “Diário de Notícias”

“É o SNS que mantém a sustentabilidade económica e social do país. Não pode ser visto como despesa”. José Aranda da Silva, presidente da Fundação para a Saúde SNS no jornal “i”

O QUE ANDO A VER

Teve início ontem a Comic Com de Lisboa, certame que, apesar da distância para os grandes eventos de San Diego ou São Paulo, é facilmente identificável como o ponto alto da cultura comics em Portugal.

O facto deste ano, como em 2018, se realizar no Passeio Marítimo de Algés promove uma associação aos festivais de música. Pois bem, essa associação é bem capaz de estar correcta. No ano passado, estima-se que nos vários dias do evento tenham estado presentes 110 mil almas sequiosas de mundos fantásticos.

Este ano, os grandes destaques do cartaz vão para a presença de Millie Bobby Brown, a atriz que representa Eleven na série “Stranger Things”, mas também para a evocação de Stan Lee, o mago da Marvel que se finou (mas a sua obra não) há poucos meses.

Autores de banda desenhada, realizadores, argumentistas e atores de filmes – como Joaquim de Almeida – estarão presentes, responderão a perguntas e darão autógrafos. Há também stand up comedy, competições do cosplay, estreias de filmes, gaming a dar com um pau e, claro, mercado de tudo e mais alguma coisa.

Este ano, também há música ao vivo. A banda Variações, resultante do filme que celebra a vida do barbeiro de Braga que se fez cantor em Lisboa, vai atuar no domingo.

Quem quer um fim de semana agitado?

Por hoje é tudo. Siga toda a informação atualizada em permanência no Expresso online. Hoje começa mais uma jornada da Liga de futebol e amanhã joga o Benfica. Acompanhe na Tribuna. Na BLITZ há notícias, entrevistas e reportagens sobre o mundo da música. E no Vida Extra espreita-se o melhor que há em lazer.

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