A CGTP aprova hoje a sua política
de rendimentos para o próximo ano, reivindicando aumentos salariais
significativos para todos os trabalhadores, que terão de ser superiores a 4%,
para inverter a desvalorização das remunerações dos últimos anos.
"O aumento significativo dos
salários para todos os trabalhadores é essencial para romper com a política de
baixos salários e, por isso, é uma das três linhas de intervenção da nossa
política reivindicativa para 2020", disse à agência Lusa o
secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos.
As reivindicações da CGTP para
o próximo ano vão ser aprovadas hoje pelo Conselho Nacional, na sua primeira
reunião após as férias.
Como é habitual a central
sindical irá aprovar um referencial salarial que servirá de base para todos os setores de atividade.
"O valor do referencial que
o Conselho Nacional vai definir terá de ser mais elevado que o dos últimos
anos, para tentar recuperar da degradação que os salários sofreram",
afirmou Arménio Carlos.
O sindicalista lembrou que em
2017 os salários em Portugal representavam menos peso no PIB do que
em 2001.
Em setembro de 2018 e
de 2017 a CGTP aprovou as propostas reivindicativas para os
anos seguintes, com aumentos salariais de 4% e um mínimo de 40 euros por
trabalhador.
Segundo Arménio Carlos, este
valor é insuficiente para assegurar a recuperação dos salários.
Para o salário mínimo nacional, a Intersindical vai
reivindicar o valor de 850 euros, a aplicar "a curto prazo".
Este ano, a política de
rendimentos não perde importância, neste período de reinício de atividade sindical,
mas terá de dividir a atenção da Intersindical com a estratégia para
levar a revisão do Código do Trabalho, já promulgada, ao Tribunal
Constitucional.
A CGTP fez de tudo para
impedir a aprovação da nova legislação, que considera lesiva dos trabalhadores
e ferida de várias inconstitucionalidades e defendeu junto dos partidos
político a necessidade de fiscalização da constitucionalidade das alterações ao
Código do Trabalho.
"As alterações feitas ao Código
do Trabalho são claramente o que distingue uma política de esquerda de uma
política de direita, por isso vão continuar a ser o mote da nossa ação reivindicativa",
considerou Arménio Carlos.
A CGTP contesta, entre
outras matérias, o alargamento do período experimental dos atuais 90
para os 180 dias, a generalização dos contratos de muito curta duração e a
possibilidade de o contrato de trabalho temporário a termo certo poder ser
renovado até seis vezes, desde que se mantenham os motivos que o justificam.
A melhoria das condições de
trabalho e o combate à precariedade vão continuar a ser uma das
prioridades da Inter em 2020.
Segundo Arménio Carlos, a
dinamização da ação sindical vai intensificar-se no final de setembro,
princípio de outubro.
Notícias ao Minuto | Lusa | Foto:
Global Imagens
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