Só um ponto reuniu o consenso dos
dois líderes partidários: há um fosso enorme que os separa.
Os líderes do PS, António Costa, e
do CDS-PP, Assunção Cristas, travaram hoje, na TVI, um debate cerrado, sem
quaisquer pontos de consenso, com "um enorme fosso" a separá-los em
termos de propostas políticas.
No final de 30 minutos de
discussão dura, a presidente do CDS-PP deixou um alerta aos portugueses para os
"perigos" de acordarem na manhã de 7 de outubro, dia seguinte às
legislativas, com uma maioria de dois terços da esquerda no parlamento.
António Costa contrapôs que o
perigo seria os portugueses acordarem no dia 7 de outubro com
"aventureirismos" de reduções fiscais e procurou depois definir o PS
como "o partido do bom senso, do equilíbrio político e da
estabilidade".
A estes temas lançados, o
secretário-geral do PS ainda juntou mais tarde um quarto, esse sobre as
propostas fiscais do CDS-PP. E esses temas acabaram por dominar grande parte do
debate, com a líder democrata-cristã a rejeitar as críticas que lhe foram apresentadas
por António Costa.
Perto do final do debate - e
questionada sobre se a sua liderança no CDS fica em risco se eleger menos do
que 18 deputados (o número atual do CDS) -, Assunção Cristas garantiu que o que
que a preocupa é a situação de Portugal.
"O país que tem a maior
carga fiscal de sempre e que não tem uma alternativa à esquerda que seja viável
e para a qual é preciso construir uma alternativa de centro-direita. Quero ser
muito clara: para as pessoas do centro-direita que entendem que o jogo está
feito e que o PS já ganhou e não vale a pena ir votar, quero dizer-lhes que
podem acordar no dia 7 com um Parlamento dois terços à esquerda. Garanto que é
um risco enorme no país", atirou a líder centrista.
"Não acredito num país bem
governado nem com maiorias absolutas de um só partido, nem num país governado
com maioria à esquerda", reforçou Cristas.
Já António Costa, questionado
sobre se tem opinião diferente de Mário Centeno - que defendeu na TSF ser mais
fácil assumir algumas medidas com maioria absoluta -, o líder socialista
limitou-se a pedir uma maioria confortável para o PS, em detrimento de um
governo de direita no país.
"Desejo que os portugueses
acordem no dia 7 de outubro tranquilos, sem receio de que vamos entrar em
aventuras de reduções fiscais que se traduzem ou num enorme desequilíbrio de
contas públicas, ou num enorme aumento de impostos", explicou António
Costa.
"Há uma coisa que os
portugueses sabem quanto ao PS desde que Mário Soares o fundou: é o partido do
bom senso, do equilíbrio e da estabilidade", rematou.
Num ponto - e só num ponto -
Cristas e Costa estiveram de acordo: Um enorme fosse separa as propostas do PS
e as do CDS-PP.
TSF com Lusa, ontem às 22:30 |
Foto: © Tiago Petinga/Lusa
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