domingo, 27 de outubro de 2019

Hong Kong: MNE chinês critica violência que diz ser apoiada por forças estrangeiras


O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi criticou ontem “a violência pura e simples” dos manifestantes em Hong Kong, afirmando que foi “encorajada por forças estrangeiras”, em entrevista à agência de notícias francesa AFP.

“O que se passa hoje em Hong Kong não tem nada a ver com manifestações pacíficas. É violência pura e simples. São actos inaceitáveis em qualquer país”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi, evocando “manifestantes que atacam transeuntes”, a polícia e “paralisam os transportes”.

O chefe da diplomacia chinesa afirmou à AFP que “há forças estrangeiras que encorajam esse género de violência nas ruas com o objectivo de desestabilizar Hong Kong, de semear o caos (…) para destruir o progresso histórico alcançado com a aplicação da política ‘um país, dois sistemas’”. “Posso dizer-vos que tais acções nunca serão bem-sucedidas”, afirmou.

Wang Yi afirmou-se igualmente convicto de que “o governo da região administrativa especial conseguirá restabelecer a ordem social e o respeito pelo Estado de direito em conformidade com a lei” e que, com o apoio de Pequim, Hong Kong “vai continuar a aplicar a política de Um País, Dois Sistemas”. “Neste momento, o mais importante, e para o que mais precisamos de apoio, é o fim da violência, restabelecer a ordem económica e gerir os assuntos relacionados com o Estado de direito”, disse. Wang Yi sublinhou que “nenhum descontentamento pode servir de pretexto para a violência”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês criticou ainda que “certos meios de comunicação social estrangeiros, num desprezo total pela realidade, classifiquem essa violência de ‘movimento democrático e pacífico’ e não hesitam em classificar a acção da polícia como violenta”. “Se essas alegações podem ser entendidas como a realidade, como é possível imaginar que ainda exista justiça no mundo?”, interrogou-se o ministro.

A contestação social que se vive em Hong Kong desde o início de Julho foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de emendas à lei de extradição, que o Governo de Carrie Lam já retirou formalmente, em resposta a uma das exigências apresentadas pelos manifestantes. Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo.

Ponto Final (Macau) |  Lusa | Imagem: EPA

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