Vera Daves, a nova ministra das
Finanças de Angola, foi nomeada no início de outubro. É a primeira mulher a
ocupar o cargo em 44 anos de independência do país, e tem uma grande tarefa
pela frente.
Vera Esperança dos Santos Daves
de Sousa nasceu na província de Luanda. Formou-se em economia na Universidade
Católica de Angola, onde também é docente, e, aos 35 anos, é a primeira mulher
a ocupar o cargo de ministra das Finanças em 44 anos de independência de
Angola.
O jurista Manuel Pinheiro
caracteriza a governante como "uma pessoa de fácil comunicação e
que vem desempenhando vários cargos no aparelho governativo".
Entre os cargos exercidos pela
nova ministra está o de administradora executiva da Comissão de Mercado de
Capitais, entre 2014 a 2016, e de presidente da Comissão de Mercado de
Capitais, de setembro de 2016 a outubro de 2017.
Antes de ser
nomeada ministra, Vera Daves foi secretária de Estado para as Finanças e
Tesouro. Rendeu no cargo Augusto Archer de Sousa Mangueira, que ocupa agora a
pasta de governador da província do Namibe, no sul do país.
Agora, Daves tem uma grande
tarefa pela frente: consolidar as finanças públicas. Depois de tomar posse, a 9
de outubro, a ministra disse que essa é uma das suas prioridades:
"Queremos continuar o curso
da consolidação fiscal para assegurarmos os indicadores da boa saúde financeira
do Estado, que se reflitam no bem-estar
das populações. Sabemos que nem tudo depende do ministério das Finanças, o
Executivo é constituído por vários departamentos ministeriais, o que vamos ter
que fazer é trabalhar em equipa".
A economia angolana está em
recessão. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê para este ano um
crescimento económico negativo de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Em
agosto, a inflação rondou os 18%, e a dívida pública aumenta cada vez mais face
à quebra das receitas do petróleo.
O FMI estima que o endividamento
público suba este ano para 95% do PIB.
No ano passado, Vera Daves disse
que 25% da dívida pública era resultante de serviços não prestados ao Estado. O
jurista Manuel Pinheiro entende que, agora, como ministra, Daves poderá
explicar melhor a questão.
"Penso que chegou o momento
processual oportuno de ela, na qualidade de ministra das Finanças, explicar à
Nação os contornos da dívida pública angolana cada vez mais crescente e,
segundo as suas próprias palavras, 25% da mesma pode ter sido induzida.
Uma dívida que, na verdade, não correspondente a encargos contraídos pelo
Estado angolano."
Manuel Luamba (Luanda) | Deutsche
Welle
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