sábado, 21 de dezembro de 2019

Comércio entre Rússia e China apresenta crescimento sem precedentes


A inauguração do gasoduto “Poder da Sibéria” foi um marco nas relações bilaterais entre Rússia e China, em tempos de sanções do ocidente contra ambos os países. Em uma empreitada de cooperação sem precedentes, Moscovo e Pequim consolidam sua posição de parceiros comerciais, assumida em 2014, com a crise da Crimeia. Conforme reportado pelo Sputnik, o comércio Sino-Russo atingiu, em 2019, a marca dos 110 biliões de dólares, representando um crescimento de 3,1%, com base no mesmo período do ano passado (nomeadamente, de janeiro a novembro de 2018).

Há nove anos consecutivos, a China é o maior parceiro comercial da Rússia, tanto em importações, como exportações. De acordo com dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China e publicados pela TASS, o volume de exportações chinesas para a Rússia manteve-se estável nos primeiros oito meses do ano (2019), enquanto as importações chinesas de produtos e serviços russos cresceu 8,3%, sendo a Rússia a maior fornecedora de petróleo bruto para o país. Mais detalhadamente, o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, disse que, até outubro de 2019, as importações de produtos agrícolas de origem russa aumentaram 12,4%, enquanto as exportações de carros chineses para a Rússia cresceram 66,4%

O Primeiro-Ministro russo, Dmitry Medvedev, anunciou a ambição do Kremlin de dobrar o comércio entre Federação Russa e China até 2024, o que acarretaria um faturamento de 200 biliões de dólares em negócios mútuos. As áreas de foco da cooperação seriam a agricultura (principalmente a soja), por intermédio da remoção de barreiras tarifárias; a indústria de alta tecnologia e, é claro, o setor energético.




É importante salientar que a Rússia já tem megaprojetos de infraestrutura aprovados para acontecer neste período de cinco anos, incluindo aeroportos, pontes, autoestradas, portos e ferrovias, dos quais 10% são destinados a facilitar o comércio através do corredor Leste-Oeste. Um exemplo é a Estrada Meridiana (Meridian Highway): uma via de 2.000 quilómetros entre  a Bielorrússia e o  Cazaquistão, a mais curta autoestrada conectando a Europa com a China, para propósitos comerciais.

Embora seja uma relação de longa data, o volume de dinheiro movimentado pelo comércio bilateral entre os países apenas cresceu vertiginosamente nos últimos anos, saltando de 69,6 biliões de dólares em 2016 para mais de 107,1 biliões em 2018* e atingindo novo recorde este ano (2019).

Em reunião de imprensa após discussão com o Presidente chinês, em setembro de 2018, Vladimir Putin confirmou que as relações Federação Russa-China vão além do comércio per se: “Rússia e China reafirmaram seu interesse em expandir o uso das moedas nacionais em acordos bilaterais, o que melhoraria a estabilidade dos serviços bancários durante as transações de importação e exportação sob as arriscadas condições dos mercados globais”.

A parceria segue um caminho promissor. Xi Jinping afirma que a Rússia é o país que mais visitou, e em junho deste ano (2019) premiou o presidente Vladimir Putin com a primeira medalha de amizade da China, considerando-o seu “melhor e mais íntimo amigo”.

Bruna Adamatti | CEIRI | em 19 de Dezembro de 2019

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