Hoje trazemos aqui o Expresso
Curto. Quente e bom, como as castanhas assadas que encontramos ainda pelas
esquinas e ruas de Lisboa. Cristina Peres é a obreira de hoje deste Curto.
A jornalista, talvez em exclusivo
a trabalhar para os interesses do tio Balsemão Bilderberg Impresa e etc., usa
um termo em título que até nem é novidade, escreve que Trump “traiu a nação”,
os EUA. Ora, ora, ele fez isso sempre. Trump e muitos outros. É só uma questão
de dólares, mais nada. É só uma questão de tirarem vantagens de momento e de
futuro. São esquemas que comportam muita “areia” para as nossas camionetas”.
Políticos, salvo exceções, são mesmo assim – uns filhos da mãe que traem a
pobre senhora que os deu à luz”, se necessário. Dizem os povinhos por todo o
mundo e com razão. Confirma-se em muitos casos. Demasiados.
No Curto é referida a maratona do
Orçamento no parlamento. Costa brilhou foscamente e só devemos esperar mais
do mesmo, no lixanço ao mexilhão – que é a plebe que sustenta este país e os
políticos profissionais e amadores que cobram custos, mordomias e o que não se
sabe. Costa fez tudo para agradar, desagradando. Promessas e anúncios
sublimares para manter a esperança à tona nos papalvos que somos nós… Mas não
vai ter sorte nesses enganos. Vê-se isso ao ouvir Costa dizer que quer combater
as desigualdades… Mas não. Não podemos acreditar nessas loas quando já foi de
conhecimento público que as reformas vão ter uns aumentos miseráveis, como
sempre, e desta feita mesmo muito miseráveis para os mais carenciados. Dez ou
vinte euros de aumento nas reformas mais ridículas, mais baixas, seria quase
nada, mas Costa, o governo, preconiza aumentar dois, três, quatro e cinco euros
mensais aos velhos e velhas que tudo deram a este país, durante a ditadura e
depois de Abril de 1974. Se isto é combater as desigualdades… Vamos ali e já
voltamos. Voltamos para assistir ao espectáculo de hipocrisia que estes
governantes nos apresentam. Conversas da treta. Outras injustiças sociais estão
à vista, além das evidentes. Deixem o governo, dito socialista, avançar no
tempo e logo veremos.
Na saúde é o que sabemos. Na educação. Nos
transportes. Na falta de investimento. Na miséria escondida pelos envergonhados
que vão sendo encafuados na prateleira da pobreza… Costa devia ter muita
vergonha pela sua falta de coerência em exemplos evidentes. Mas não. Até porque
o dinheiro que diz não haver para o premente vai para salvar bancos, banqueiros
e correlegionários. Concretiza algumas medidas úteis, de facto, mas sustentar o
neoliberalismo é evidência que não escapa aos olhos de quem quer ver a
realidade.
Combater as desigualdades não é manter reformas de miséria, nem salários mínimos miseráveis. Mas Costa, o PS, o governo, insiste na injustiça social.
Agora por realidade: esta prosa já
vai longa. Acabou, por hoje.
Bom dia e feliz natal – em pequenino
na letra e na realidade dos pobretanas mais velhos (também alguns novos) que têm
suportado uma subvida miserável, vergonhosa e compulsiva – uma pecha dos
portugueses e de muitos outros povos em que a distribuição da riqueza é desigual, impregnada de injustiça
Adiante, na fuga para o Curto do
Expresso.
MM | PG
Bom dia este é o
seu Expresso Curto
É oficial: Trump “traiu a Nação”
Cristina Peres | Expresso
Após três meses de audiências e
investigação, os líderes democratas apresentaram duas queixas formais no
decurso do processo de destituição do Presidente dos Estados Unidos: abuso
de poder e obstrução ao Congresso. Na sessão desta terça-feira, apelou-se à
destituição de Donald Trump por ele ter “posto em perigo a Constituição
dos Estados Unidos, ter comprometido a integridade das eleições de 2020 e ter
dado cabo da segurança nacional”.
A última edição do “New York Times” deixa claro que esta medida deixa o Presidente dos Estados Unidos à beira da destituição pela quarta vez na história do país e fornece a análise completa do caso.
Durante algum tempo ainda pareceu que a Câmara dos Representantes acusaria Trump de participar em subornos, definidos na lei como a troca de alguma coisa de valor por influência num ato oficial. A alegação dizia que o PR suspendeu 400 milhões de dólares de auxílio militar à Ucrânia e acenou com uma visita à Casa Branca ao Presidente ucraniano para levar este a anunciar investigações políticas que ajudariam o chefe de Estado americano. Afinal, os líderes daquela Câmara acabaram por escolher alargar o âmbito dos artigos para a destituição: abuso de poder no caso ucraniano e obstrução ao Congresso por recusa de entregar documentos ou permitir que testemunhas prestassem declarações nas audições do processo de destituição.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça demoliu a teoria da conspiração que o Presidente construiu para justificar o seu esforço para destruir a confiança dos cidadãos americanos nas suas agências de segurança nacional. Uma coluna de opinião da CNN comenta que, mesmo assim, não é de esperar que Trump pare de negar a realidade e de demonizar os democratas por apenas quererem, sustenta o POTUS, desfazer o resultado das presidenciais de 2016, que estão na origem de toda a confusão.
Aqui fica a explicação dos passos atuais e seguintes do processo de destituição. Estados Unidos, o país onde “se espalha o vírus da informação falsa e da falta de confiança”, escreve a CNN.
O cenário não é ainda de olho por olho, dente por dente, mas há cada vez mais sinais de impaciência: um juiz federal do Texas acaba de bloquear à administração Trump o uso de milhares de milhões de dólares de fundos do Pentágono para construir o muro na fronteira com o México, tweetava a CNN logo de madrugada.
A última edição do “New York Times” deixa claro que esta medida deixa o Presidente dos Estados Unidos à beira da destituição pela quarta vez na história do país e fornece a análise completa do caso.
Durante algum tempo ainda pareceu que a Câmara dos Representantes acusaria Trump de participar em subornos, definidos na lei como a troca de alguma coisa de valor por influência num ato oficial. A alegação dizia que o PR suspendeu 400 milhões de dólares de auxílio militar à Ucrânia e acenou com uma visita à Casa Branca ao Presidente ucraniano para levar este a anunciar investigações políticas que ajudariam o chefe de Estado americano. Afinal, os líderes daquela Câmara acabaram por escolher alargar o âmbito dos artigos para a destituição: abuso de poder no caso ucraniano e obstrução ao Congresso por recusa de entregar documentos ou permitir que testemunhas prestassem declarações nas audições do processo de destituição.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça demoliu a teoria da conspiração que o Presidente construiu para justificar o seu esforço para destruir a confiança dos cidadãos americanos nas suas agências de segurança nacional. Uma coluna de opinião da CNN comenta que, mesmo assim, não é de esperar que Trump pare de negar a realidade e de demonizar os democratas por apenas quererem, sustenta o POTUS, desfazer o resultado das presidenciais de 2016, que estão na origem de toda a confusão.
Aqui fica a explicação dos passos atuais e seguintes do processo de destituição. Estados Unidos, o país onde “se espalha o vírus da informação falsa e da falta de confiança”, escreve a CNN.
O cenário não é ainda de olho por olho, dente por dente, mas há cada vez mais sinais de impaciência: um juiz federal do Texas acaba de bloquear à administração Trump o uso de milhares de milhões de dólares de fundos do Pentágono para construir o muro na fronteira com o México, tweetava a CNN logo de madrugada.
OUTRAS NOTÍCIAS
O debate quinzenal desta terça-feira foi uma maratona. Supostamente versando sobre o tema Orçamento de Estado (OE), foi usado pelo primeiro-ministro para adiantar mais promessas para a Saúde e para enviar uma carta a Bruxelas com o objetivo de poder vir a reduzir o IVA consoante os diferentes escalões de consumo. “António Costa tentou esvaziar a discussão do OE e deixou cair uma frase que pode ser interpretada como um desejo de se candidatar a um terceiro mandato”, escreve o Expresso. Por cá se disse que 2020 poderá ser o primeiro ano sem défice, a esquerda deixou o Governo em banho-maria e a direita também não abriu o jogo. O Governo reuniu com todas as bancadas parlamentares incluindo o PSD, apesar da ausência de Rui Rio. Apenas não reuniu com a deputada do Livre que estava em representação da AR em Madrid na COP25. O Governo tem menos de uma semana para negociar, o OE terá de ser apresentado na próxima segunda-feira. O Governo vai hoje anunciar em Conselho de Ministros o novo plano plurianual para a Saúde, em resposta às dificuldades de gestão e de suborçamentação. Ouça aqui a 107ª Comissão Política, o podcast da secção de Política do Expresso, que se debruça sobre o Orçamento
Quarenta e seis milhões de eleitores votam amanhã no Reino Unido. O Sistema Nacional de Saúde (NHS, na sigla inglesa) é o principal tema da campanha dos trabalhistas, os conservadores não desarmam ao afirmar que também o defendem e o primeiro-ministro Boris Johnson desculpa-se de raspão pelo que corre mal nessa área. A fotografia de uma criança deitada no chão de um hospital fez mossa nos órgãos de comunicação britânicos. O repórter do Expresso já desceu da Escócia para o norte de Inglaterra e escreve: “Não vai haver maioria” Escócia, território “entalado entre o Brexit e a independência”. O último “Mind the vote #21” analisa os extertores finais da campanha que hoje termina com a frase mais repetida por BJ e mais ouvida pelos eleitores nos últimos meses: “Get Brexit done”.
O sétimo dia de manifestações e greve em todo o território de França será marcado pela paralisação dos transportes. O número de pessoas que se manifestou ontem contra a alteração do regime de pensões foi ligeiramente menor, mas a determinação manteve-se. O Governo argumenta com a sustentabilidade do sistema, mas os sindicatos são unânimes. É hoje que o primeiro-ministro, Edouard Philippe, vai anunciar o plano de alteração do sistema de pensões. O Presidente Macron insiste querer acabar com “a confusão ”dos 42 regimes diferentes que coexistem atualmente no país.
Às 13h de Lisboa (14h em Bruxelas) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresenta aos eurodeputados o Pacto Ecológico Europeu. O novo “Pacto Ecológico Europeu”, visa tornar a Europa no primeiro continente com impacto neutro no clima. Seguem-se as reações das bancadas e Frans Timmermans, o vice-presidente executivo da Comissão responsável pela proposta, encerra a sessão.
A União Europeia vai passar a ter uma lista negra onde vão constar os nomes de pessoas que abusem dos direitos humanos. No futuro, estes poderão ver os seus bens congelados e serem proibidos de viajar de acordo com um novo modelo de sanções a aplicar nestes casos acordado por unanimidade pelos ministros dos Negócios Estrangeiros reunidos no início da semana em Bruxelas.
Um helicóptero comercial resgatou 12 pessoas da White Island, a ilha da Nova Zelândia onde um vulcão entrou subitamente em erupção. Há seis mortos confirmados, mais oito presumíveis e 27 das 31 pessoas hospitalizadas apresentam queimaduras sérias.
O gelo da Gronelândia está a derreter a uma velocidade sete vezes superior ao ritmo que seguia nos anos 90. Não é nada boa notícia.
Manchetes dos diários: “Governo quer reduzir IVA da eletricidade para combater ‘crise climática’”, Público; “Dois milhões por hora. Desde 2010 que as famílias não se endividavam tanto”, DN; “Centeno em guerra com quatro ministros”, CM; “Ex-governante suspeito de receber avença por favores a empresário”, JN; “O direito a viver com o pai e a mãe”, i; “Marcelo quer medidas anti-corrupção concretas”, Destak
O juiz Carlos Alexandre quer ouvir António Costa em pessoa, o primeiro-ministro é testemunha do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na fase de instrução do processo de Tancos. Só falta a luz verde do Conselho de Estado.
Vai haver novas regras da pré-reforma da função pública a partir dos 55 anos de idade. Há pedidos, mas nenhum foi aprovado por falta de legislação. E os prémios de desempenho da função pública podem ser pagos a 100%.
O Benfica venceu o Zenit por 3-0 garantindo a sua permanência na Liga Europeia.
Maria e Francisco foram os nomes mais populares de bebés nascidos em 2019. João passou ao segundo lugar.
Esperança reforçada: não houve vencedor do Euromilhões e há 37 milhões de euros à espera das apostas dos jogadores.
FRASES
“É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí”, Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil referindo a ativista pelo clima sueca Greta Thunberg. Em resposta, a jovem alterou a sua biografia no Twitter para “pirralha” como já fizera quando foi ofendida por Donald Trump
“O partido estará sempre presente, como sempre esteve, mas com eficácia e constância acrescida, a prestar todo o suporte para que o mandato parlamentar de Joacine Katar Moreira pelo LIVRE seja exercido com uma qualidade tão grande quanto os membros e apoiantes do LIVRE desejam e os nossos concidadãos merecem”, resolução da Assembleia do Partido Livre, citada pelo jornal i
“Merecíamos um bocado mais. Não foram estes dois últimos jogos que ditaram este desfecho”, Pizzi, capitão do Benfica, autor do segundo golo ao Zenit e melhor em campo
“Muitos dos problemas do momento atual devem-se ao triunfalismo que tivemos sobre o futuro e a forma como esse triunfalismo moldou as nossas decisões políticas”, Yascha Mounk, cientista político alemão especialista em populismo ao Expresso
O QUE ANDO A LER (E A VER)
Não estou certa de que a ficção de espionagem que radica na Guerra Fria seja a melhor, mas está muito próxima de ser a minha preferida. Depois de meses às voltas com os 30 anos da queda do Muro de Berlim, aproveitava eu o mês gratuito da HBO quando é lançada a série checa “The Sleepers”. Se não fosse já por si tão refrescante ouvir contar uma história de 1989 numa língua incompreensível porém central para a geografia da trama da fita e, principalmente, para a intriga política da Guerra Fria, a série, que tem um enredo cativante e elaborado à escala da situação política, um leque de atores ótimos e uma reconstituição plástica que não fica a trás de nenhum museu sobre o tema foi um brinde excecional. Para quem gosta do género recomendo também “The Americans”, uma série americana disponível na Netflix, que já vai na quinta temporada, o que é o céu para quem a descubra só agora. Nas férias de novembro li o último livro de John Le Carré, “Agente em campo”, numa ótima tradução de Francisco Agarez (algum dia haveria de escrever isto!) para a D. Quixote. Para minha surpresa, resta ainda bastante do universo dos microfilmes trocados em esquinas escuras por agentes que negam a existência um do outro e seguem o seu caminho sem chegarem a olhar o outro. Le Carré escreve bem, muito bem, o enredo passa-se no presente e está atravessado pelo bruxedo do Brexit ao qual o autor não poupa críticas no livro como em declarações públicas na vida real. No entanto, não consegui parar de imaginar a maioria das cenas descritas como passando-se com personagens em roupas dos anos 60 de cocktail na mão, fins de tarde de conversas em clubes londrinos, muitos dos quais já fecharam. Os tempos perdidos da idade do escritor. Percebi que havia razão de sobra para essa sensação quando Le Carré descreve a mulher do seu personagem a acompanhar o pequeno-almoço com a sua indispensável edição em papel do dia do jornal “The Guardian”.
Num registo completamente diferente, recomendo vivamente “O Brasil que não entra na novela”, um trabalho multimédia do Expresso.
E para que se mantenha fiel ao nome: fim do curto. Respire fundo, muna-se de paciência para evitar as filas que prenunciam as Festas e passe uma ótima quarta-feira na nossa companhia. Somos www.expresso.pt, Tribuna Expresso, Vida Extra, Blitz.
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