quinta-feira, 18 de julho de 2019

Brasil | Moro interferiu em negociação de delações, diz jornal


Reportagem da "Folha de S.Paulo" com base em mensagens obtidas pelo "Intercept" aponta que o ex-juiz impôs condições para aceitar acordo de delação que ainda estava sendo negociado pelos procuradores da Lava Jato.

Mensagens atribuídas a procuradores da operação Lava Jato apontam que em 2015 o então juiz Sergio Moro interferiu nas negociações das delações de dois executivos da empreiteira Camargo Corrêa. 

Segundo o conteúdo das mensagens, obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas em parceria com o jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (18/07), Moro teria alertado os procuradores que só aceitaria homologar as delações se eles propusessem sentença de pelo menos um ano de prisão em regime fechado para os executivos Dalton Avancini e Eduardo Leite.

De acordo com a Folha, Moro, que hoje é ministro da Justiça, desprezou os limites da atuação de um juiz ao impor essas condições enquanto os advogados dos executivos ainda negociavam as delações com os procuradores. O jornal citou que a Lei das Organizações Criminosas, de 2013, determina que juízes devem manter distância das negociações e só podem verificar a legalidade dos acordos após sua assinatura.

De acordo com as mensagens, os integrantes da força-tarefa da Lava Jato demonstraram incômodo com a interferência do magistrado e divergiram sobre a melhor forma de utilizar essas delações no processo.

Política e organização social: o que são e como atuam os "coletivos" venezuelanos


Reportagem do Brasil de Fato conversou com líderes de algumas organizações cívico-militares; em Caracas, são mais de 80

Fania Rodrigues | Brasil de Fato, Caracas (Venezuela)

Aos pés do Quartel da Montanha 4F, onde repousam os restos mortais do ex-presidente Hugo Chávez, vivem homens e mulheres de ideias radicais. É nessa região central de Caracas onde estão localizados os bairros populares de La Piedrita e 23 de Enero, considerados históricos pelo chavismo revolucionário.

Trata-se do território das organizações conhecidas na Venezuela como coletivos revolucionários, movimentos sociais armados e que desempenham um amplo papel nas comunidades onde atuam – atividades sociais, políticas, culturais, esportivas, auxílio na organização da economia local, até a defesa em armas da Revolução Bolivariana.

A estimativa é de que existam cerca de 80 coletivos na grande Caracas. Alguns deles fazem parte dos cordões de segurança do palácio presidencial de Miraflores. É o caso do Coletivo Catedral Combativa, cuja sede está a poucos metros do palácio, dentro de sua zona de segurança.

Argentina, cada vez mais colónia: tropas israelitas vigiarão as costas fronteiriças



Cada viragem à direita na América Latina (mas não apenas aí) é acompanhada de um forte acréscimo de dependência em relação aos EUA. Dependência económica, política, diplomática, militar de tal forma subalterna que toma contornos de dependência colonial. No caso da Argentina a presença militar dos EUA é acompanhada da presença de tropas sionistas. Uma aliança contra os povos que não se circunscreve ao Médio Oriente.

Com a desculpa de controlar o contrabando de drogas e mercadorias provenientes de território paraguaio, quatro canhoneiras israelitas Shalgag MKII e consultores desse país estão desde domingo em Posadas, Argentina, capital da província de Misiones que configura a chamada tripla fronteira com o Brasil e o Paraguai, e passarão a controlar quase mil quilômetros nas águas dos rios Paraguai e Paraná.

Como acrescenta o La Jornada, nestes últimos dois anos, desde Março de 2016, começaram a ser assinados acordos militares e de segurança entre o governo do presidente argentino Mauricio Macri e os Estados Unidos e Israel, bem como a efectuar-se a compra de equipamentos e armas e o estabelecimento de bases militares, tanto no extremo sul do país como nas zonas fronteiriças do noroeste e nordeste. O governo autorizou também a presença de tropas norte-americanas do Comando Sul, sem consulta prévia ao Congresso argentino.

Desdolarizando o império financeiro americano

Michaek Hudson
Michael Hudson -- entrevistado por Bonnie Faulkner

O imperialismo está a obter algo em troca de nada.   É uma estratégia para conseguir excedente de outros países sem desempenhar um papel produtivo e sim através da criação de um sistema extractivo rentista.   Uma potência imperialista obriga outros países a pagarem tributo.   Naturalmente, a América não diz directamente aos outros países:   "Você tem de nos pagar um tributo", tal como os imperadores romanos diziam às províncias que governavam.   Os diplomatas dos EUA simplesmente insistem em que outros países invistam seus influxos da balança de pagamentos e as poupanças dos seus bancos centrais em US dólares, especialmente em títulos do US Treasury.   Este padrão de títulos do Tesouro transforma o sistema monetário e financeiro global num sistema tributário.   É isto o que paga os custos dos gastos militares dos EUA, incluindo suas 800 bases militares espalhadas por todo o mundo.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Sou Bonnie Faulkner. Hoje no [programa] Guns and Butter temos o Dr. Michael Hudson. Apresentamos hoje a Desdolarização do império financeiro americano. O Dr. Hudson é economista e historiador. É presidente do Institute for the Study of Long-Term Economic Trend, analista financeiro da Wall Street e distinto professor investigador de teoria económica na Universidade do Missouri, Kansas City. Entre os seus livros mais recentes incluem-se ...And Forgive Them Their Debts: Lending, Foreclosure and Redemption from Bronze Age Finance to the Jubilee Year ; Killing the Host: How Financial Parasites and Debt Destroy the Global Economy e J Is for Junk Economics: A Guide to Reality in an Age of Deception . Retornamos hoje para uma discussão do livro seminal de 1972 do Dr. Hudson, Super Imperialism: The Economic Strategy of American Empire , uma crítica de como os Estados Unidos exploram economias estrangeiras através do FMI e do Banco Mundial. Discutimos como os Estados Unidos têm dominado o mundo economicamente tanto como o maior credor mundial como, posteriormente, como o maior devedor mundial. Além disso daremos uma olhadela à morte anunciada da dominação do dólar.

Bonnie Faulkner : Michael Hudson, bem-vindo de volta.

Michael Hudson : É bom estar de volta, Bonnie.

BF : Por que o presidente Trump insiste em que o Federal Reserve reduza suas taxas de juro? Creio que elas já estavam extremamente baixas. E se ficarem ainda mais baixas, que efeito teria isto?

MH : As taxas de juro estão historicamente baixas e elas têm sido mantidas baixas a fim de tentar proporcionar moeda barata para especuladores comprarem acções e títulos com o objectivo de fazerem ganhos de arbitragem. Os especuladores podem tomar emprestado a uma taxa de juro baixa para comprar uma acção que produz dividendos (e também fazer ganhos de capital) a uma taxa de retorno mais alta, ou comprando um título tal como títulos lixo corporativos que pagam taxas de juro mais altas e manter a diferença. Em suma, taxas de juro baixas são uma forma de engenharia financeira.

Trump quer que as taxas de juro sejam baixas a fim de inchar o mercado habitacional e o mercado de acções ainda mais, como se isto fosse um indicador da economia real, não apenas do sector financeiro, da economia da produção e do consumo. Para além desta preocupação interna, Trump imagina que se mantiver taxas de juro mais baixas do que aquelas na Europa a taxa de câmbio do dólar declinará. Ele pensa que isto tornará as exportações dos EUA mais competitivas em relação aos produtos estrangeiros.

Trump está a criticar o Federal Reserve por não manter taxas de juro ainda mais baixas do que as da Europa. Ele pensa que se as taxas de juro forem baixas haverá uma saída de capital deste país para comprar acções e títulos estrangeiros que pagam uma taxa de juro superior. Esta saída financeira reduzirá a taxa de câmbio do dólar. Ele acredita que isto aumentará a possibilidade de reconstruir a manufactura de exportações da América.

Este é o grande erro de cálculo neoliberal. É também a base para modelos do FMI.


Pode Concluir-se que o Capitalismo Não Regulamentado está a Destruir o Mundo



Existem hoje relatórios sobre a propagação de algas tóxicas que afectam a Riviera francesa, o Lago Erie e o Golfo do México.

A agricultura empresarial (corporativa) é um grande contribuinte para a propagação das algas tóxicas. Outrora, a agricultura era praticada de forma inteligente. Todos os anos a terra era deixada com plantas que eram aradas e incorporadas nela. Essa prática impedia que o solo se esgotasse. A agricultura de hoje é praticada para extorquir todo o centavo de lucro da terra. A utilização excessiva esgota o solo. Os produtos químicos ocupam o lugar da rotação de culturas. A agricultura corporativa exige a aplicação intensa de fertilizantes químicos. As chuvas fazem com que o fósforo seja arrastado para os riachos, que transportam o poluente para rios, lagos e mares. O Golfo do México possui grandes áreas de “zonas mortas” onde não existe vida. O fósforo entra nos aquíferos e polui o suprimento de água. Essas circunstâncias altamente dispendiosas ocorrem, porque se permite às empresas agrícolas impor a sua exploração e prejudicar o meio ambiente e terceiros que dependem dos recursos ambientais, que são degradados e destruídos pelo capitalismo não regulamentado.

Actualmente, o capitalismo está a derrubar as florestas que restam para obter lucros a curto prazo, cujo valor será ensombrado pelos custos das consequências ambientais. Na verdade, um capitalismo não regulamentado é um empreendimento criminoso que está a destruir o ambiente que sustenta a vida. Outra maneira de dizê-lo é que o capitalismo não regulamentado é um assassino em massa (ou agente de genocídio).

No entanto, o assassino em massa tem muitos defensores e apologistas. De facto, muito mais defensores do que tem um adversário corajoso do estado policial, como Julian Assange.

Para os americanos, fazer dinheiro rapidamente e sem esforço, através de meios desonestos, sem escrúpulos ou eticamente duvidosos é o valor mais alto da sociedade. As pessoas que fazem dinheiro dessa maneira não se importam se estão a tornar o mundo inabitável. Terão os seus barcos de recreio, os seus aviões particulares, as suas mansões e as suas mulheres deslumbrantes. No entanto, a sua descendência, se ela existir, terá um futuro diminuído.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

Email: luisavasconcellos2012@gmail.com

EUA estariam preparando envio de militares à Arábia Saudita, segundo mídia


As tensões entre Washington e Teerã cresceram nos últimos meses, com o Irã se retirando das obrigações voluntárias do acordo nuclear de 2015 (JCPOA) e os Estados Unidos aumentando sua presença militar no Oriente Médio sob o pretexto da 'ameaça iraniana".

Nesse contexto, de acordo com informações obtidas pela CNN, a administração do presidente Donald Trump estaria preparada para enviar seu pessoal militar para a Arábia Saudita. Fontes ouvidas pelo órgão de mídia dão conta de que 500 soldados devem ser enviados para a Base Aérea Prince Sultan, localizada a leste da capital do país, Riad.

As novas tropas serão reforços para o Exército dos EUA e para o pessoal de apoio já no local, com início dos preparativos para um sistema de mísseis superfície-ar Patriot, uma pista e outras melhorias no aeródromo. 

​Segundo a CNN, essa base foi escolhida por estar localizada em uma área remota, mais distante dos mísseis iranianos.

Assange não usou embaixada do Equador em Londres para espionagem, diz Correa


O presidente equatoriano Rafael Correa disse em diálogo com a Sputnik que o ciberativista australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, não realizou atividades de inteligência implicando hackers russos enquanto tinha asilo na embaixada do país sul-americano em Londres.

"Nós não soubemos de atividades de inteligência de Assange [...] e nós nunca teríamos permitido se fosse o caso, se tivéssemos conhecimento do fato", declarou o ex-mandatário.

Em 2012, Assange se refugiou na embaixada do Equador, depois de perder todas as apelações contra a extradição para a Suécia que o Reino Unido estava pronto para atender, a pedido de um procurador sueco que queria que ele fosse julgado por supostos crimes sexuais.

O ciberativista rejeitou sua extradição alegando que a Suécia iria entregá-lo para os EUA, onde ele poderia enfrentar a pena de morte por publicar milhares de documentos secretos sobre operações militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

O Equador cancelou o asilo ao ciberativista australiano em 11 de abril deste ano.

Portugal | Lei de Bases da Saúde – a luta segue dentro de momentos


A  necessidade de uma nova Lei de Bases da Saúde tem sido defendida sobretudo para introduzir uma visão sistémica diferente da adoptada na Lei de 1990, a qual estará na origem de um crescimento das prestações de serviço privadas à custa dos recursos públicos alocados ao Serviço Nacional de Saúde, cujo primeiro “S” para muitos já não significa “Serviço” mas sim “Sistema”.

Nuno Ivo Gonçalves | Jornal Tornado | opinião

Do conflito ao acordo, ou melhor, à trégua

No entanto será erróneo responsabilizar pela Lei vigente, como já vi escrito, apenas Cavaco Silva / Arlindo de Carvalho[i]  e mais tarde Durão Barroso / Luís Filipe Pereira. É que os Governos do Partido Socialista de António Guterres e José Sócrates comungaram plenamente das virtualidades do modelo, a ponto de a antiga Ministra Maria de Belém, mesmo enquanto Presidente do PS, ter vindo a ficar ligada a um grupo privado de saúde e do antigo Secretário de Estado  Óscar Gaspar presidir agora à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada. As oscilações do Partido Socialista durante o ultimo ano parlamentar poderão assim dever-se menos a divergências ideológicas internas do que à influência do que tenho vindo a denominar “Partido Socialista dos Negócios”.

A ponto de, perante  a necessidade de expansão / aumento de capacidade da rede hospitalar, se colocar sempre a questão de ela dever  ser ou não assegurada através do recurso a Parcerias Público-Privadas (PPP), e de o Presidente da República em funções ter ameaçado com a não promulgação da nova Lei, caso viesse a pôr em causa não os interesses empresariais privados já instalados, mas as futuras novas oportunidades de negócio.

Portugal | Trabalhadores da Caixa travam saída de clientes fartos de polémicas


A comissão de trabalhadores diz que, muitas vezes, os clientes não percebem que quem trabalha na CGD não tem culpa nenhuma das decisões de gestão.

As sucessivas notícias e polémicas a envolver a Caixa Geral de Depósitos (CGD) têm levado muitos clientes a pensar em "abandonar" o banco do Estado. O aviso é da comissão de trabalhadores que admite que, nos últimos tempos, a vida nos balcões da Caixa não tem sido fácil.

Muitos clientes não percebem que as decisões polémicas não são culpa dos trabalhadores. A coordenadora da comissão de trabalhadores da CGD explica que com frequência estes têm sido "visados pelos clientes como se fossem os responsáveis por tudo o que aparece na empresa", com críticas que aumentam quando surge mais alguma notícia sobre o banco.

Portugal | A direita e os impostos


Ricardo Paes Mamede | Diário de Notícias | opinião

Abriu a corrida à descida dos impostos. Primeiro o PSD depois o CDS vieram propor que o Estado português abdique de receitas superiores a três mil milhões de euros. Não é surpreendente: a redução da "carga fiscal" tem sido uma bandeira distintiva das direitas. Mas há três problemas. Primeiro, PSD e CDS foram responsáveis há apenas seis anos pelo maior aumento de impostos de que há registo - e não foi por acaso. Segundo, a diminuição das receitas fiscais que propõem tornaria mais difícil resolver os problemas que PSD e CDS acusam o governo de ter descurado. Terceiro, quando se defende uma medida política convém justificá-la - e a justificação que apresentam é menos válida do que pode parecer.

Foi no final de 2012 que o governo PSD-CDS anunciou, pela boca do então ministro das Finanças Vítor Gaspar, um "enorme aumento de impostos". O número de escalões de IRS foi reduzido de oito para cinco (aumentando assim a taxa efetiva do imposto) e criou-se uma sobretaxa de quatro pontos percentuais. Como resultado, a receita fiscal aumentou em 4,5 mil milhões de euros entre 2012 e 2013, o equivalente a 2,3% do PIB. Desde que há dados disponíveis nunca houve em Portugal um aumento de impostos tão significativo.

Dir-se-á, com razão, que o enorme aumento de impostos de Gaspar foi uma resposta excecional a uma situação de urgência e que hoje a situação é distinta. A questão que se coloca é: e se ocorresse uma nova crise internacional, o que faria um futuro governo do PSD e do CDS? Voltaria a subir os impostos como fez em 2013? Se sim, esta instabilidade fiscal não teria custos elevados na reputação do país junto de investidores internacionais? Se não, como iria o governo compensar a perda de receita fiscal (assumindo que não poria em causa o cumprimentos das regras orçamentais da UE)? Por outras palavras, em que despesas públicas iria o governo cortar? E por que não o fizeram em 2013? Haverá mais para cortar hoje do que havia na altura?

Brasil | Universidades: a “nova” estratégia do governo


Pressionado pelas ruas, Planalto tenta sair da defensiva com o “Future-se”. Sentido é claro: vasta privatização. Mas objetivo principal pode ser criar cortina de fumaça para confundir resistência e manter desmonte do ensino público

Maria Caramez Carlotto | Outras Palavras

Antes de entrar na análise do conteúdo do Future-se, é fundamental considerar o contexto em que esse projeto surge.

A educação era uma das áreas mais mal avaliadas do governo. No centro das críticas, estavam o caráter excessivamente ideológico da cúpula do MEC e a completa ausência de projeto por parte dela. Somou-se a isso que o corte de verbas foi profundamente mal recebido pela sociedade e uniu e mobilizou o setor de educação contra a atuação do MEC. As maiores manifestações populares contra o governo aconteceram nessa área e a educação transformou-se, não por acaso, em catalisadora e vanguarda política da oposição ao governo.

O Future-se tem o potencial de mudar drasticamente esse quadro ao contornar essas três críticas principais. Se der certo, devolve a iniciativa ao governo e coloca o movimento da educação na defensiva. Como?

Brasil vive novo tipo de ditadura: “Orwelliana, de ocupar as mentes”, diz Castells


As redes sociais hoje são usadas "tanto pelos manipuladores como pelos jovens que tentam mudar o mundo", e a esquerda perdeu neste jogo para a extrema-direita

Jornal GGN – O Brasil vive, desde a eleição de Jair Bolsonaro, um novo tipo de ditadura. Nela, “as instituições estão preservadas, mas se manipulam tanto por poderes econômicos, quanto por poderes ideológicos.” Como os regimes autoritários já não ocorrem mais com golpes e tanques nas ruas, o que temos é uma “ditadura Orwelliana, de ocupar as mentes.” É o que afirma o pensador Manuel Castells em entrevista divulgada pelo jornal O Globo nesta terça (17).

“O Brasil, nesse momento, perdeu a influência da Igreja Católica que foi muito tradicional durante muito tempo na História, mas ganhou algo muito pior que são as igrejas evangélicas, para quem claramente não importa a ciência e a educação, porque quanto mais educadas e informadas estejam as pessoas, mais capacidade terão de resistir à doutrinação. O mesmo acontece com o presidente (Bolsonaro) e com o regime que está instalando. Não se pode fazer uma ditadura antiga, que se imponha com o exército, mas uma ditadura Orwelliana, de ocupar as mentes”, disse.

“Isso se faz acusando de corrupção qualquer tipo de oposição. Como a corrupção está em toda parte, então persegue-se apenas a corrupção de políticos e personalidades que se oponham ao regime. Esse tipo de ditadura só pode funcionar com um povo cada vez menos educado e mais submetido à manipulação ideológica”, acrescentou.

Mais lidas da semana