sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Catalunha | Dezenas de milhares de pessoas manifestam-se em Barcelona


Dezenas de milhares de pessoas vindas de toda a Catalunha participam no centro de Barcelona numa grande manifestação convocada pelos sindicatos independentistas contra a condenação dos políticos envolvidos na tentativa separatista de 2017.

A concentração tem lugar no Passeio de Grácia, no centro de Barcelona, num dia de "greve geral" na Catalunha convocada por esses sindicatos e conta com milhares de pessoas vindas a pé em seis "Marchas pela Liberdade" saídas na terça-feira de diferentes cidades da comunidade autónoma.

Inicialmente forma anunciadas cinco "marchas", mas uma sexta formou-se quinta-feira à noite, organizada pelos CDR (Comités de Defesa da República).

À cabeça da manifestação está um cartaz com a palavra de ordem "Pelos direitos e liberdades, greve geral" com o logótipo dos sindicatos que convocaram a concentração.

A atmosfera é de festa e convívio com pessoas de todas as gerações e com vários cartazes a pedir a "libertação dos presos políticos".

Os independentistas consideram que os condenados pelo Tribunal Supremo são "presos políticos", enquanto os defensores da unidade de Espanha afirmam que se trata de "políticos presos".

O QUE SE PASSA NA CATALUNHA


Os média corporativos estão a dar uma cobertura desmesurada aos acontecimentos actuais na Catalunha, mas omitem cuidadosamente as lutas actuais de povos como os do Equador e do Iémen, submetidos à agressão imperialista. No entanto, a análise que fazem é desinformativa pela omissão de factos essenciais.

Convém ressaltar alguns deles:

1) O arcaísmo do Estado espanhol, submetido a uma ridícula monarquia imposta pelo franquismo. O problema das nacionalidades – que a República Espanhola conseguia encaminhar de modo justo – não tem solução no quadro de uma monarquia e constituição caducas.

2) O independentismo catalão é sobretudo um movimento liderado pela burguesia catalã. Estando numa das regiões mais ricas da Espanha, ela quer desvincular-se do resto país a fim de não ter que repartir a sua riqueza com as regiões mais pobres. Mas é duvidoso que os trabalhadores catalães se beneficiassem com uma republiqueta dominada pela sua burguesia local.

3) Aquando da agressão da NATO à Juguslávia a UE promoveu o desmembramento do país e criou um estado fantoche no Kosovo, liderado por um terrorista narco-traficante, rasgando a constituição jugoslava. Assim, é estranho que a UE venha agora a público defender o respeito pela constituição espanhola. A posição da UE é de dois pesos e duas medidas.

EUA aplicam tarifas punitivas sobre produtos da UE


Após aval da OMC, entram em vigor aumentos tarifários de 10% e 25%, afetando 7,5 biliões de dólares em produtos do bloco europeu. Bruxelas poderá retaliar com sanções.

As autoridades de comércio dos Estados Unidos confirmaram que passam a valer nesta sexta-feira (18/10) os aumentos planeados de 10% e 25% nas tarifas de importação sobre aviões da Airbus e uma série de produtos europeus, somando 7,5 biliões de dólares.

A medida entra em vigor após o aval da Organização Mundial do Comércio (OMC), que considerou as novas tarifas americanas proporcionais aos efeitos adversos sofridos pela empresa americana Boeing, a maior concorrente da Airbus, em termos de perdas de vendas e impedimentos na entrega de suas aeronaves.

Nesse litígio que já dura 15 anos, as perdas teriam sido acarretadas por subsídios ilegais fornecidos para a Airbus principalmente pela França, Alemanha, Espanha e Reino Unido. Segundo a OMC, esses quatro países ofereceram financiamentos a juros mais baixos do que os do mercado, o que teria permitido à empresa desenvolver alguns de seus modelos mais recentes e avançados.

Brexit, mais uma vez, com jeitinho


Numa segunda tentativa, UE e o governo britânicos chegaram a um acordo sobre o Brexit. E novamente nada garante que o Parlamento em Londres vá aprovar o pacto. O drama ainda não terminou, opina Barbara Wesel.

E mais uma vez a União Europeia e o governo britânico chegaram a um acordo. E, enquanto a excitação é grande no Reino Unido, em Bruxelas impera a sensação de déjà vu. Porque foi exatamente nesse ponto que já estivemos, um ano atrás, com Theresa May.

E, mais uma vez, não são boas as chances de o acordo ser aprovado na próxima sessão da câmara baixa do Parlamento britânico. Muitos deputados estão preocupados, porque querem permanecer na UE ou devido à futura posição do Reino Unido, que Boris Johnson quer ver muito mais distante da Europa do que sua antecessora.

Também nesta segunda tentativa, mais uma vez foi difícil se chegar a um acordo, que só se tornou possível depois que o primeiro-ministro da Irlanda sugeriu a seu colega britânico uma solução criativa para o problema irlandês. E Boris Johnson já havia entendido que, em vista da situação política em Londres, o Brexit só poderia ser alcançado com um acordo.

Então ele resolveu dar uma virada, esqueceu sua baboseira do passado, jogou escada abaixo todas as preocupações de indivisibilidade da Irlanda do Norte, defendidas com tanta veemência por May. O que foi acordado agora é muito semelhante ao velho backstop norte-irlandês, proposto originalmente pela UE para evitar uma "fronteira rígida" na ilha.

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