Macau, China, 27 jan 2020 (Lusa)
-- Macau elevou hoje para seis o número de pessoas infetadas com o novo
coronavírus (2019-nCoV), que já causou 80 mortes na China entre os mais de
2.700 indivíduos infetados.
A nova pessoa infetada com o
vírus é um jovem de 15 anos, que reside em Wuhan, província de Hubei, o
epicentro do contágio, filho do quarto caso diagnosticado em Macau.
O paciente não tem febre nem
tosse e vai ficar em isolamento, indicaram as autoridades em comunicado.
No domingo, o Governo de Macau
anunciou que vai impedir a entrada nos casinos dos visitantes que, nos últimos
14 dias, tenham estado na província chinesa de Hubei.
Por outro lado, todos os
visitantes oriundos de Hubei terão de apresentar uma declaração médica para
entrar no território, numa medida que entrará em vigor também na segunda-feira.
Segundo os últimos dados,
encontram-se em Macau desde 01 de dezembro passado 2.132 pessoas da província
de Hubei, das quais 1.390 provenientes de Wuhan, incluindo este número turistas
individuais, alunos, trabalhadores não residentes, pessoas a visitar
familiares, e indivíduos em excursões, de acordo com um comunicado oficial.
A China elevou hoje para 80
mortos e mais de 2.700 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no
final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As autoridades anunciaram 24
novas mortes desde domingo na região de Hubei (e mais de 700 casos), mas não
registaram óbitos provocados pelo vírus fora daquela província.
Além do território continental da
China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan,
Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal,
Malásia, França, Austrália e Canadá.
As autoridades chinesas admitiram
que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.
As pessoas infetadas podem
transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e
duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
A China prolongou já por três
dias as férias do Ano Novo Lunar, até 02 de fevereiro, para desencorajar
viagens e tentar conter a propagação do coronavírus.
Dezenas de milhões de chineses
que visitaram as suas cidades natal ou pontos turísticos deveriam regressar a
casa esta semana no maior movimento de pessoas a nível mundial que se repete
todos os anos, aumentando o risco de o vírus se espalhar em comboios e aviões
lotados.
O diretor da Organização Mundial
de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é esperado hoje em Pequim para discutir a
situação com as autoridades chinesas.
A região de Wuhan encontra-se em
regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.
Alguns países, como Estados
Unidos, Japão e França, estão a preparar com as autoridades chinesas a retirada
dos seus cidadãos de Wuhan, onde também se encontram duas dezenas de
portugueses.
JMC (EJ) // JMC
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