sábado, 4 de janeiro de 2020

EUA vão sofrer "consequências" da morte do general nos "próximos anos"


O Presidente iraniano, Hassan Rohani, alertou hoje que os Estados Unidos vão sofrer "as consequências" do assassínio do general Qassem Soleimani "não apenas hoje, mas ao longo dos próximos anos".

"Os norte-americanos não perceberam o grande erro que cometeram (...). Sem dúvida, os Estados Unidos são muito mais odiados hoje (do que antes) entre o povo do Irão e do Iraque", disse Rohani, durante uma reunião com a família do general.

O Presidente iraniano disse que "os jovens iranianos seguem e amam o caminho" traçado pelo comandante da força de elite iraniana Al-Quds e, portanto, no Irão "serão criados, se Deus quiser, dezenas de generais Soleimani".

"A vingança do sangue do mártir Soleimani ocorrerá no dia em que virmos que, com a continuidade da luta, será cortada para sempre a mão maligna dos EUA na região", afirmou ainda Rohani, segundo um comunicado da Presidência iraniana.

Segundo Rohani, o ataque realizado em Bagdad pelos Estados Unidos "permanecerá na história dos seus maiores crimes inesquecíveis contra a nação do Irão".

O Presidente enfatizou que Soleimani, de 63 anos, "não era apenas um comandante de guerra e um importante planeador de operações, mas também um político e estratega excecional e talentoso".

Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohamad Javad Zarif, disse que o assassínio de Soleimani levaria à "retirada" de tropas norte-americanas da região do Médio Oriente.

O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Qassem Soleimani, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Reuters

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