O presidente da Caritas Portugal
avisou hoje que a crise no país ainda é uma realidade, criticou o crescimento
dos impostos indiretos e classificou de vergonhoso os preços praticados na habitação
a nível nacional.
"A crise não é passado",
sublinhou Eugénio Fonseca, à margem de uma visita a Macau, no âmbito do
reforço das relações com a Caritas local.
O responsável disse que "é
vergonhoso o que está a acontecer com a habitação", lamentando os altos
preços praticados no mercado imobiliário, "não só no Grande Porto e na
Grande Lisboa", que "estão a atirar as pessoas para as
periferias".
Eugénio Fonseca ressalvou que
Portugal "está melhor do que em 2010 e em 2014", que o emprego
cresceu, mas destacou que é preciso perceber qual a sua natureza, se é
"estável ou precário".
Contudo, lamentou, os dados de novembro do
Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que "há gente que é
pobre apesar de trabalhar, de ter um emprego".
Por outro lado, "há um
crescimento dos impostos indiretos" com impacto no rendimento das
famílias, dificultando a resposta dos agregados em situações imprevistas e de
emergência, sustentou.
As declarações de Eugénio Fonseca
foram feitas após um encontro no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong,
acompanhado pelo responsável pela Caritas de Macau, Paul Pun.
A visita que termina na
sexta-feira serve para reativar a colaboração com a congénere de
Macau, com a qual a Caritas Portugal vai desenvolver projetos conjuntos
em países como São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Bissau, no âmbito da
qualificação de quadros qualificados.
"Vamos contar com o apoio da Caritas de
Macau para projetos internos, nomeadamente no apoio a
desempregados", indicou Eugénio Fonseca à Lusa no início de dezembro,
referindo-se a iniciativas previstas para Portugal.
A Caritas de Macau está
também disposta a financiar projetos para ensino do mandarim, seja
para chegar a novos alunos ou para ajudar os que têm dificuldades, acrescentou.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: Global Imagens
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