O português infetado com o
coronavírus Covid-19 num navio de cruzeiros no Japão foi hoje transferido para
um hospital na cidade de Okazaki, na província de Aichi, disse à Lusa a sua
mulher, Emmanuelle Maranhão.
A mulher de Adriano Maranhão
afirmou que tinha acabado de falar com o marido, que estava a ser transportado
de autocarro em direção ao Fujita University Health
Hospital, um hospital recém-construído e cuja inauguração estava prevista para abril.
"Após os testes e análises,
que se parte do princípio que lhe vão fazer, irão encaminhá-lo para outro
hospital", acrescentou Emmanuelle Maranhão, que estava a enviar
um e-mail dirigido à embaixada portuguesa no Japão a solicitar o acompanhamento
do marido, tripulante do cruzeiro Diamond Princess, onde foram confirmados 700
casos, que resultaram em quatro mortes, com o último óbito a ser anunciado
já hoje pelas autoridades japonesas.
"Espero agora que alguém vá
junto destas autoridades e acompanhá-lo, não digo estarem ao lado dele,
obviamente, porque ele vai estar em isolamento, mas alguém tem de estar lá a
representar a família, a representar Portugal, a representar este português, já
que a empresa também tem um representante, mas pelos vistos não o consigo
encontrar em lado nenhum", desabafou.
Ou seja, defendeu, "é
muito importante que o Governo neste momento não saia do lado dele".
Afinal, sublinhou, "a
embaixada tem de lá estar para o ajudar... a traduzir, a perceber o que está a
acontecer com ele, o que é que lhe vão fazer, quais são os resultados... porque
se não falarem inglês ou ele não perceber, alguém tem de estar ao lado dele".
Na segunda-feira, a diretora-geral
da Saúde dissera que o português, canalizador no navio de cruzeiros atracado no
porto japonês de Yokohama, seria enviado esta madrugada para um hospital de
referência local.
Graça Freitas explicou que os
sintomas do tripulante do navio de cruzeiros Diamond Princess indicavam que a
situação não fosse grave e expressou a sua "empatia e simpatia" para
com a família do trabalhador português, cuja mulher tem manifestado, em
declarações à comunicação social, queixas de falta de acompanhamento da
situação do marido.
A responsável afirmou que
inicialmente havia suspeitas de infeção entre oito portugueses que
estavam no navio - três passageiros e cinco tripulantes.
Os passageiros não acusaram a
doença e, dos tripulantes, quatro tiveram resultados negativos.
Quanto a Adriano Maranhão,
canalizador no Diamond Princess, não tinha inicialmente sintomas, mas o exame
revelou-se positivo.
O surto do Covid-19, que
começou na China no final do ano, já matou 2.700 pessoas e infetou mais de 80
mil, de acordo as autoridades de saúde de cerca de 30 países afetados.
Além de 2.663 mortos na
China continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul,
Itália, Japão, Hong Kong, Filipinas, França e Taiwan.
Em Portugal, já houve 14 casos
suspeitos, que resultaram negativos após análises, estando um novo caso a ser avaliado.
A Organização Mundial de Saúde
declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública
internacional e alertou, na segunda-feira, para uma eventual pandemia, considerando muito preocupante
o aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.
Notícias ao Minuto | Lusa
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