A agenda política que se adivinha por trás do senhor Ventinhas
Jorge Rocha* | opinião
Uma vez mais vem ao de cima a confessada intenção, expressa em Congresso dos próprios - por sinal então patrocinada pelo Grupo Espírito Santo - em como ambicionavam transformar o século XXI naquele em que o poder caberia ao judicial, por entenderem terem sido os anteriores os do primado do legislativo e do executivo.
Como não somos inocentes só podemos constatar que, nos países onde essa ascensão do poder judicial se verificou - na Itália antes de Berlusconi ou no Brasil antes de Bolsonaro - o resultado subsequente fala por si quanto à malignidade da solução.
Temos, então, um sindicato, que se comporta como organização golpista, quando descreve a situação da Justiça como se configurasse um cenário de terror, prenunciador de um apocalítico fim do regime. O que pretende é suscitar uma ilegítima e, sobretudo, inaceitável pressão sobre Lucília Gago, com um claro apelo à insubordinação. Razão mais do que justificativa para que o sr. Ventinhas seja indiciado judicialmente por atropelo à nossa ordem constitucional.
É que a Democracia tem de responder firmemente a quem a quer transformar em coisa outra, à medida da agenda de extrema-direita, que se adivinha ser a deste tipo de sinistros paladinos.
jorge rocha | Ventos Semeados | Imagem: António Ventinhas, sindicato do Ministério Público
*Título PG – O subtítulo é o título no original
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