Projetos que fomentem a criação
de emprego no setor cultural em Timor-Leste podem a partir de agora
candidatar-se a um total de 100 mil euros de financiamento, no âmbito de um
programa luso-europeu.
A iniciativa, conhecida como
"Diversidade - Instrumento de financiamento para a diversidade cultural,
cidadania e identidade", é cofinanciada pela UE e pelo Camões, e
tem previsto até 600 mil euros para os seis Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
Os embaixadores de Portugal e da
UE em Díli, José Pedro Machado Vieira e Andrew Jacobs, respetivamente,
participaram no lançamento da iniciativa, no Centro Cultural Português, na
embaixada de Portugal, na capital timorense, na sexta-feira.
"Timor-Leste possui grande
riqueza de saberes locais, que vão de noções espirituais do mundo físico a
métodos tradicionais de governação, bem como uma diversidade de manifestações
culturais, com potencial para a geração de emprego e rendimento", notou
José Pedro Machado Vieira.
Já Andrew Jacobs afirmou que
"a UE está comprometida em promover a cultura timorense como uma força
motriz para a participação democrática" nacional.
"Encorajamos expressões
culturais que promovem a diversidade, o diálogo intercultural, os direitos
humanos e os valores democráticos", disse o diplomata, notando que o
programa vai financiar "pequenas iniciativas e projetos que
contribuirão para fortalecer a diversidade cultural, cidadania e identidade
timorense".
O objetivo é atribuir
"subvenções a pequenos projetos ou ações de pessoas
individuais ou coletivas, que possam contribuir para a criação de emprego
adicional nos setores culturais" e, ao mesmo tempo, "para a
diversidade cultural e para a cidadania através da cultura como valores
sociais".
A "Diversidade" é uma
das atividades do projeto "Procultura PALOP-TL -
Promoção do Emprego nas Atividades Geradoras de Rendimento no Setor Cultural
nos PALOP e Timor-Leste", financiado pela UE, cofinanciado e
gerido pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, em parceria com a rede
de Institutos Culturais dos Estados-membros da UE (EUNIC).
O período de candidaturas ao
financiamento decorre até 30 de novembro de 2022, com um montante
máximo de subvenção de 20 mil euros a cada projeto ou ação.
"Os principais critérios de
financiamento serão a relevância dos proponentes e da
proposta para prossecução dos objetivos do Procultura e
Diversidade, cabendo a gestão em Timor-Leste ao Centro Cultural Português de Díli e
ao Camões.
São elegíveis pessoas individuais
e coletivas, públicas, não estatais e privadas, incluindo instituições de
ensino e formação, com residência permanente em Timor-Leste,
"valorizando-se positivamente as candidaturas de mulheres, jovens e outros
grupos com desvantagens sociais", de acordo com o programa.
Entre as atividades consideradas
elegíveis para os projetos estão iniciativas como o "reforço de
capacidades criativas, técnicas e/ou de gestão em instituições públicas ou da
sociedade civil ligadas à economia criativa e cultural".
A programação ou gestão cultural
geradoras de rendimento sustentável e a promoção e valorização dos setores culturais
em associação com outros setores económicos e sociais, como turismo,
comércio, ambiente, educação e ação social são outras iniciativas
abrangidas.
Serão ainda contempladas
iniciativas como "tecnologia para os setores criativos e
culturais, incluído o desenvolvimento de plataformas digitais de difusão e
comercialização de produtos", a participação em feiras profissionais
internacionais, a promoção de produtos culturais a novos mercados, interno e
externos e seminários ou conferências, entre outras.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © iStock
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