França, Portugal, Irlanda e
Bélgica suspendem aulas. Espanha coloca quatro cidades em quarentena. Museus e
espaços culturais são fechados em vários países. Na Itália, número de mortos
passa de mil.
Diante do avanço do novo
coronavírus, diversos países europeus anunciaram nesta quinta-feira (12/03)
medidas restritivas para tentar conter a epidemia. Na Itália, cujo país todo
foi posto
em quarentena, o número de mortos passou de mil.
Segundo autoridades italianas, as
mortes pelo coronavírus cresceram 23% em apenas 24 horas, chegando a 1.016. O
número de casos registou um aumento de 21,7% neste mesmo período, passando de
15 mil. Esse foi o maior crescimento de infecções diárias desde o início do
surto em 21 de fevereiro.
A Itália está em
quarentena desde o início da semana. Na quarta-feira, o primeiro-ministro
Giuseppe Conte decretou o fechamento do comércio, com exceção para
supermercados, lojas de alimentos e farmácia. O país é o mais atingido pela
epidemia na Europa.
Além da Itália, a Espanha também
determinou nesta quinta-feira a quarentena de quatro cidades ao norte de
Barcelona, na região de Igualada, devido a um surto significativo na área. É a
primeira restrição deste tipo no país. Madrid ordenou também o fechamento de
escolas e universidades por duas semanas. As visitas em prisões foram
reduzidas.
Com quase 2,9 mil infectados e 61
mortes, a França determinou nesta quinta-feira o fechamento de
escolas, universidades e creches a partir da próxima semana por um tempo
indeterminado. O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ainda que pessoas
com mais de 70 anos fiquem em casa.
Num pronunciamento, Macron
afirmou que a luta contra a doença covid-19 precisa ser reforçada.
"Estamos apenas no começo da crise", destacou. Ele anunciou ainda o
adiamento de eleições locais marcadas para o próximo sábado e pediu que
empresas permitam que funcionários trabalhem de casa.
O transporte público não será
interrompido no país. Procedimentos médicos que não forem essenciais devem ser
adiados para liberar funcionários de saúde e espaço em hospitais para o
tratamento de casos graves da covid-19.
Além da França, a Irlanda também
anunciou o fechamento de escolas, universidades, e instituições culturais até
29 de março. O governo irlandês determinou o cancelamento de eventos com mais
de 100 pessoas em locais fechados e mais de 500 em locais abertos. A Holanda também
fechou as portas de principais seus museus até o fim do mês e proibiu reuniões
públicas de mais de 100 pessoas.
Portugal seguiu na mesma
linha e ordenou a suspensão das aulas até antes da Páscoa. Além disso, o
governo determinou o fecho temporário de casas noturnas e limitou as
visitas em asilos.
Já a Bélgica, além suspender
aulas e cancelar eventos culturais, determinou o fechamentos de bares e
restaurantes a partir de sábado. Lojas deverão funcionar somente durante a
semana, com exceção para supermercados e farmácias. "Isso não é um
isolamento. Queremos evitar situações como na Itália. Essas medidas devem
evitar a quarentena", disse a PM belga, Sophie Wilmes.
A Alemanha reforçou o
controle na fronteira com a França. A chanceler federal alemã, Angela Merkel,
pediu nesta quinta-feira que eventos com mais de mil pessoas sejam cancelado, além
daqueles menores que não são estritamente necessários.
Caberá aos estados do país
decidir sobre o fechamento de escolas e jardins de infância. Merkel disse,
porém, que as férias de Páscoa em abril poderiam ser antecipadas. O governo
alemão também recomendou que os hospitais dêem prioridade aos pacientes com
covid-19, cancelando operações e tratamentos que não sejam estritamente
necessários.
"Enfrentamos uma situação
excepcional em todos os aspectos, e eu diria que é mais excepcional do que a
crise financeira de 2008", afirmou Merkel.
Em Berlim, todos os museus e
espaços culturais públicos ficarão fechados até 19 de abril. O número de casos
de coronavírus na Alemanha chegou a 2.369, com cinco mortes registadas.
Alguns países adotaram restrições
de viagens. A Eslováquia proibiu a entrada de todos os estrangeiros,
com exceção de polacos. A República Checa também limitou a entrada
de cidadãos de 15 países no país.
Já a Áustria expandiu o
alerta de viagem para todos os países do mundo e pediu que austríacos voltem
para o casa o quanto antes. "Desencorajamos fortemente todas as viagens
que não são urgentes", disse o ministro austríaco do Exterior, Alexander
Schallenberg, acrescentando que restrições de viagem podem ser decretadas em
breve.
CN/rtr/dpa/afp/ap/ots
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