Os dados atualizados no boletim
epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta sexta-feira revelam um aumento
de 20% dos infetados em relação ao dia de ontem. Estão internadas 354 pessoas,
71 nos cuidados intensivos.
Travar o contágio não será
possível para já, por isso a prioridade continua a ser conter e achatar a curva
epidemiológica do novo coronavírus. "É crucial que as pessoas não adoeçam
todas ao mesmo tempo", dizia, esta quinta-feira, o secretário de Estado da
Saúde António Lacerda Sales. O mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde
(DGS), divulgado esta sexta-feira (27 de março), que inclui os dados recolhidos
até às 24:00 do dia anterior, aponta para 4268 infetados (um aumento de
20% em relação a ontem), 76 mortos e 43 recuperados da infeção causada pela
covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 724 casos e
registadas mais 16 mortes em Portugal.
Estão internadas 354 pessoas, 71
nos cuidados intensivos. Aguardam resultados laboratoriais 3995 cidadãos e
19816 estão em vigilância pelas autoridades de saúde.
A região mais afetada do país
continua a ser o norte (2443 casos, 33 mortes), depois Lisboa e Vale do Tejo
(1110, 24 mortes). Seguem-se o centro (520, 18 mortes), o Algarve (99, uma
morte), o Alentejo (30), os Açores (24 casos) e a Madeira (21).
Mais de 4500 médicos vão reforçar
o SNS
O bastonário da Ordem dos Médicos
apelou a todos os inscritos no organismo que se mobilizassem na luta contra a
covid-19: "Ser médico é estar na linha da frente nos momentos difíceis e
tentar influenciar favoravelmente o rumo dos graves problemas que assolam a
nossa população, com espírito de solidariedade e grande sentido humanista para
com a nossa sociedade e, acima de tudo e sempre, para com os nossos
doentes", escreveu Miguel Guimarães. E estes profissionais de saúde não
ficaram indiferentes. Num comunicado, divulgado esta sexta-feira, pela Ordem é
anunciado que mais de 4500 médicos responderam ao pedido para reforçar o
Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A listagem tem vindo a ser
partilhada com o ministério da Saúde para que se proceda à reorganização dos
serviços, permitido até um maior equilíbrio entre os períodos de trabalho e de
descanso dos profissionais de saúde. À semelhança do que tem acontecido também
na Ordem dos Enfermeiros, que já indicou a disponibilidade de mais de mil
enfermeiros para aumentar a capacidade do SNS.
"É urgente que estes
médicos, que prontamente responderam a este apelo humanista e solidário, tenham
uma resposta e que se organizem os serviços a contar também com o seu apoio,
permitindo um melhor equilíbrio entre períodos de trabalho e descanso",
sublinha o bastonário dos médicos.
Mais de meio milhão de infetados
no mundo
549 147 pessoas foram infetadas
com covid-19 no mundo inteiro (até às 11:30 desta sexta-feira). Entre estas,
morreram 24 863 e recuperam 128 623, segundo
fontes oficiais. Os Estados Unidos da América são agora o pais com
mais casos confirmados - 85 749 - ultrapassando a China (81 340), onde o
surto começou no final do ano passado. Segue-se a Itália com 80 589, o país com
o maior número de mortes registadas no mundo: 8 215, e depois a Espanha, que
atualizou há pouco os dados.
As autoridade de saúde espanholas
confirmaram, esta sexta-feira, mais 769 novas mortes causadas pelo novo
coronavírus, elevando o número de óbitos a 4 858. O total de casos
confirmados subiu no último dia para 64 059, com mais 7871 novas infeções
registadas. Estão internados nos cuidados intensivos mais de quatro mil
cidadãos.
Recomendações da DGS
Para que seja possível conter ao
máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar
os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que
demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos
(pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e
tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as
mãos).
Em caso de apresentar sintomas
coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as
autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar
para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).
Rita Rato Nunes |
Diário de Notícias
Imagem: Boletim epidemiológico do dia 27
de março. © DGS
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