O cerco vai apertar para toda a
população e quem quebrar as regras arrisca mesmo a ser apanhado pela polícia,
que vai estar no terreno por todo o lado e no ar, com drones
É uma inédita conferência de
imprensa conjunta, a PSP e a GNR, apresentaram a "Operação Recolhimento
Total", que começa ao meio dia desta quinta-feira e termina na próxima na
próxima quarta-feira às 23h59.
Esta megaoperação conjunta tem
como objetivo obrigar toda a população a cumprir as regras determinadas pelo estado de emergência, as
quais ficaram ainda mais apertadas com a renovação do diploma na quarta-feira -
por exemplo, estão proibidos ajuntamentos com mais de cinco pessoa e quem
sair de casa para trabalhar deverá apresentar uma declaração da entidade
patronal.
De acordo com os respetivos
diretores de operações da GNR e da PSP, coronel Rodrigues e superintendente
Luís Elias, respetivamente, ambas as forças de segurança vão ter drones no ar
para controlar, quer os fluxos nas estradas e nas zonas onde, tendencialmente,
as pessoas se podem aglomerar mais (espaços públicos, jardins, etc.), quer nas
fronteiras terrestres.
Estão definidos quatro grupos com
regras específicas de limitação de circulação:
-- os infetados e que estão
obrigados a quarentena por parte da Direção-Geral de Saúde (DGS), os quais
cometem crime de desobediência se saírem de casa;
-- os maiores de 70 anos e com
doenças de imunodepressão ou outras doenças crónicas, cujas saídas estão
sujeitas as exceções; a população em geral, cujo dever é também ficar em casa,
mas com mais exceções;
-- os estabelecimentos comerciais,
cuja autorização de funcionamento está limitada aos que fornecem bens
essenciais.
A GNR destaca as seguintes
situações, como exemplo daquelas a que os militares vão estar especialmente
atentos:
1- Fiscalização mais apertada nos
principais eixos rodoviários, que ligam as maiores cidades ao interior do país,
centro e Algarve;
Segundo o responsável pelas
Operações da GNR estará destacado no terreno todo o efetivo territorial,
reforçado pelas unidades de reserva, ou seja os militares das unidades
especiais da Unidade de Intervenção
2- Haverá também também
fiscalização em itinerários complementares;
3- A GNR já está a utilizares
drones com som, na cerca sanitária de Ovar, e com câmaras em pontos de passagem
da fronteira terrestre. Admite que possa também utilizar drones com câmaras
para monitorizar os fluxos rodoviários.
A PSP vai ter a sua fiscalização
focada nas seguintes situações:
1- Controlo apertado sobre as
aglomerações de pessoas (limitadas a um máximo de cinco) nos grandes centros
urbanos;
2- Controlo apertando sobre as
medidas de confinamento e circulação de pessoas nos espaços públicos, zonas
históricas e turísticas;
3- Fiscalização nas grandes vias
- no caso de Lisboa, nas entradas e saídas da Ponte 25 de Abril, ou na marginal
de Cascais
4- Fiscalização nos terminais
rodoviários e ferroviários para averiguar dos motivos de viagem das pessoas;
5- Atenção especial às situações
de violência doméstica e vigilância, através das equipas de investigação
criminal, nos casos identificados como de maior risco.
Também a PSP vai usar drones com câmaras. Segundo avançou o
superintendente Luís Elias, este equipamento "será utilizado nos
momentos e locais que a PSP achar úteis, principalmente para verificar os
fluxos viários e os locais de fruição pública".
Ambos os oficiais salientaram que
"a esmagadora maioria da população" tem, até ao momento sabido
cumprir as regras, embora a partir do meio-dia desta quinta-feira, elas se
tornem mais apertadas e a presença da polícias nas ruas seja mais visível e intensa.
De acordo com o ministério da
Administração Interna, desde o início do estado de emergência dia 22 de março,
até às 18h00 de ontem, quarta-feira, tinham sido detidas 96 pessoas por
crime de desobediência, designadamente por violação da obrigação de
confinamento obrigatório e por outras situações de desobediência ou
resistência. No mesmo período, foram encerrados 1.701
estabelecimentos por incumprimento das normas estabelecidas.
Valentina Marcelino
| Diário de Notícias
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