A Organização Mundial de Saúde
(OMS) chamou a atenção, esta sexta-feira, para o rápido crescimento de casos no
Brasil, tendo também chamado a atenção para o uso generalizado de hidroxicloroquina.
"De certa forma, a América
do Sul tornou-se no novo epicentro da doença", disse esta sexta-feira
Michael Ryan, diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) para
Emergências Sanitárias, sublinhando que "o [país] mais afetado, neste
momento, é claramente o Brasil".
O responsável explicou, na
conferência da imprensa daquela organização da ONU, que a Covid-19 está
a ganhar terreno no continente sul-americano nas últimas semanas, com especial
enfoque nos últimos dias, em que se tem assistido a uma subida galopante do número
de casos diários.
Em causa está não só o Brasil
(que é o caso mais grave), mas também o Equador, o Chile e o Peru.
O Brasil, porém, é o país com o
maior número de casos de infeção e de óbitos relacionados
com a Covid-19. De acordo com os dados do Ministério da Saúde brasileiro,
até esta quinta-feira, foram confirmados mais de 310 mil diagnósticos positivos
e mais de 20 mil vítimas mortais. Tanto o Peru (mais de 100 mil casos) como o
Chile (mais de 62 mil casos) também estão a registar crescimento acelerado
de diagnósticos positivos.
Todos estes balanços, porém, não
serão exatos, tendo em conta a baixa oferta de testes, o que resulta numa subnotificação da
doença.
Mike Ryan comentou, ainda, a
resposta do governo brasileiro à pandemia, chamando a atenção para a
intenção da administração de Jair Bolsonaro em autorizar o uso
geral da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo com
todos os alertas em relação aos efeitos secundários. "O governo do Brasil
aprovou a hidroxicloroquina e cloroquina para uso alargado.
As atuais provas clínicas não apoiam o uso generalizado deste
medicamento no tratamento da Covid-19", alertou.
Recorde-se que, conforme já
tinha sido alertado pela Agência Europeia do Medicamento, um estudo hoje divulgado na revista médica britânica The Lancet sugere
que a cloroquina e hidroxicloroquina podem aumentar o risco
de morte e arritmias em doentes hospitalizados com Covid-19.
Anabela Sousa Dantas | Notícias
ao Minuto | Imagem: © REUTERS / Denis Balibouse
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