Acordo firmado com SilvercorpUSA
ainda estabelecia possibilidade de financiamento de 'investidores privados' com
a garantia de 'preferências de investimento' durante o suposto governo de
Guaidó
O governo da Venezuela revelou
na sexta-feira (08/05) partes dos anexos do contrato firmado entre a
oposição venezuelana e a empresa de segurança privada dos EUA SilvercorpUSA que
comprovam que os objetivos da operação eram invadir o país, sequestrar o
presidente Nicolás Maduro e instalar um governo presidido por Juan Guaidó.
"O Provedor de Serviços
[SilvercorpUSA] irá aconselhar e auxiliar o Grupo Parceiro [militares
venezuelanos dissidentes] no planejamento e execução de uma operação para
capturar/deter/remover Nicolás Maduro (daqui para frente referido como
'Objetivo Primário'), remover o regime vigente e instalar o presidente
reconhecido da Venezuela Juan Guaidó", expressa o contrato divulgado na
íntegra pelo jornal Washington Post.
O governo da Venezuela preparou
uma tradução para o espanhol da íntegra do documento, que circula entre
autoridades e funcionários do Estado venezuelano. Opera Mundi teve
acesso a essa versão que pode ser lida aqui.
Sobre os custos da operação, que
foi interceptada pelas autoridades venezuelanas no domingo (03/05), o contrato
deixa claro que os opositores liderados por Guaidó deveriam pagar a quantia
inicial de 1,5 milhão de dólares e, "após a conclusão do projeto, um valor
mínimo de 10,86 milhões de dólares, uma média de 14,82 milhões de dólares e um
máximo de 16.456 milhões de dólares".
O acordo ainda abre a
possibilidade para "investidores privados" com a garantia de
"preferências de investimento" durante o suposto governo de Guaidó.
"O Provedor de Serviços irá assegurar uma linha de crédito para
investidores privados financiarem o projeto. Após a conclusão do projeto, esses
investidores terão um status preferencial com o novo governo da
Venezuela", diz o texto.
A Silvercorp ainda se compromete
em criar uma "Unidade de Objetivo Nacional" que agiria sob comando de
Guaidó para, após a derrubada de Maduro, "conter ameaças à estabilidade do
governo e ameaças terroristas".
"Esses serviços incluem, mas
não se limitam a aconselhamento de missões, recrutamento, seleção e escolha [de
pessoas], programa de testes físicos, programação de alvos, remédios,
comunicações, demolições, métodos de invasão, vigilância, reconhecimento de alvos",
afirma o acordo.
Definindo como "forças
hostis" o presidente Nicolás Maduro, o presidente da Assembleia Nacional
Constituinte, Diosdado Cabello, e "qualquer apoiador armado" do
governo, o contrato destaca que "o uso da força para completar as missões
autorizadas será necessário e proporcional, ou seja, razoável em intensidade,
duração e magnitude".
Invasão fracassada
Um grupo armado tentou invadir a Venezuela no domingo (03/05), em uma
operação interceptada pelas autoridades venezuelanas na região portuária de La Guaira. Na segunda
(04/05), outros
oito membros da operação de invasão, entre eles dois norte-americanos, foram presos
em Chuao, cidade costeira ao norte da Venezuela. De acordo com o governo
venezuelano, os criminosos foram interceptados pelos próprios moradores da vila
e pela milícia bolivariana local, para depois serem entregues à FANB.
Juan José Rendón, assessor
político do autoproclamado presidente da Venezuela Juan Guaidó, admitiu ter contratado a Silvercorp, empresa de segurança e gerenciamento de risco
da Flórida, cujo dono diz já ter prestado serviços na área para Donald Trump,
para invadir o território venezuelano e sequestrar lideranças do governo
legítimo do país, incluindo o presidente Nicolás Maduro.
As declarações foram dadas à CNN em espanhol na noite de quarta-feira
(06/05), logo após o governo venezuelano anunciar a captura de um terceiro grupo de pessoas envolvidas na tentativa de invasão que ocorreu no domingo (03/05).
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