quinta-feira, 28 de maio de 2020

Covid-19: curva continua em trajectória ascendente em África, há 4200 casos por dia


Saiba sobre a situação nos PALOP

Parte deste crescimento é justificado pelo aumento do número de testes realizados pelos países. Taxa de letalidade é de 3%. Seis países - África do Sul, Argélia, Egipto, Marrocos, Nigéria e Gana - concentram mais de metade das infeções. Nos PALOP, a Guiné-Bissau tem mais casos.

A curva epidémica da covid-19 continua a subir em África, com uma média de 4200 novos casos por dia, disse hoje o director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

“A curva continua a subir. Entre 21 e 27 de Maio, houve 30 mil novos casos registados comparado com a semana anterior, em que tivemos registo de 21.700 novos casos. É um aumento de 1,4 vezes. Temos uma média de 4200 novos casos diários no continente”, disse John Nkengasong.

O director do África CDC, que falava na conferência de imprensa semanal, a partir da sede da União Africana, em Adis Abeba, assinalou que parte deste crescimento é justificado pelo aumento do número de testes ao novo coronavírus realizados pelos países.

Quase um terço dos novos casos foi registado na África Austral (30%), seguida do Norte de África (24%), da África Ocidental (16%), África Central (15%) e África Oriental (13%).

Globalmente, o continente africano regista 124.482 casos acumulados de infecções pelo novo coronavírus e 3696 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 3%.


John Nkengasong sublinhou os progressos alcançados na realização de testes à covid-19, assinalando que o continente passou de menos 400 mil testes, no início de Abril, para quase dois milhões actualmente.

“Desde Abril, aumentámos significativamente o número de testes. Há países que hoje estão a fazer entre cinco mil e sete mil testes por dia. Até ao final desta semana, o África CDC terá distribuído 2,5 milhões de testes aos Estados-membros”, disse.

Apesar do progresso, o director do África CDC reconheceu que o continente está ainda longe do nível ideal de testagem. “Com um continente de 1,2 mil milhões de pessoas, o nosso objectivo é testar 1% da população, ou seja, temos de fazer 12 milhões de testes. Estamos próximo dos dois milhões, ainda temos uma lacuna de dez milhões”, apontou.

Segundo o África CDC, o número de mortos subiu nas últimas 24 horas de 3589 para 3696 (+107), enquanto os casos de infecção aumentaram de 119.391 para 124.482 (+5091).

O número total de doentes recuperados subiu de 48.618 para 51.095 (+2477).

O Norte de África é a região mais afectada pela doença no continente, com 1708 mortos e 37.566 infectados. A África Ocidental regista 663 mortos e 31.279 infecções, enquanto a África Austral contabiliza 575 mortos e 27.858 casos, quase todos num único país, a África do Sul (25.937).

A África Oriental regista 383 mortos e 13.850 casos registados e na África Central há 367 vítimas mortais em 13.939 casos.

Seis países - África do Sul, Argélia, Egipto, Marrocos, Nigéria e Gana - concentram mais de metade (57%) das infecções no continente e mais de dois terços das mortes associadas à doença. O Egipto é o país com mais mortos (816) e tem 19.666 infecções, seguindo-se a Argélia, com 623 vítimas mortais e 8857 infectados.

A África do Sul é o terceiro com mais mortos (552), continuando a ser o país do continente a registar mais casos de covid-19 (25.937). Marrocos totaliza 202 vítimas mortais e 7601 casos, a Nigéria regista 254 mortos e 8733 casos, enquanto o Gana tem 34 mortos e 7303 casos.

Situação nos PALOP

Entre os países africanos lusófonos, a Guiné-Bissau é o que tem mais infecções, com 1.195 casos, e regista sete mortos. 

São Tomé e Príncipe contabiliza 443 casos e 12 mortos e Cabo Verde tem 390 infeções e quatro mortos.

Moçambique conta 227 doentes infectados e um morto e Angola tem 73 casos confirmados de covid-19 e quatro mortos.

Público | Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana