Numa reunião de emergência
realizada na sexta-feira (22), todos os aliados da OTAN teriam apelado aos
Estados Unidos para não deixarem o Tratado de Céus Abertos, informa a agência
AMNA.
Após os EUA terem anunciado sua
retirada do Tratado de Céus Abertos na sexta-feira (22), os chanceleres dos
países-membros da OTAN realizaram uma reunião urgente para discutir a
"salvação" do tratado internacional. Alemanha insistiu para que os
EUA revissem sua posição, segundo informa a agência grega AMNA.
Chanceleres da Alemanha, Bélgica,
Espanha, Finlândia, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal,
República Tcheca e Suécia assinaram um comunicado onde expressaram seu
"lamento pelo anúncio do governo dos EUA sobre sua intenção de se retirar
do Tratado de Céus Abertos".
"O Tratado de Céus Abertos é
um elemento fundamental do quadro de consolidação de confiança que foi criado
nas últimas décadas com o objetivo de melhorar a transparência e a segurança
abrangendo a zona euro-atlântica", diz o comunicado publicado no site do Ministério das
Relações Exteriores da França.
Entretanto, o secretário-geral da
aliança, Jens Stoltenberg, declarou que a "implementação seletiva da
Rússia de suas obrigações no âmbito do Tratado de Céus Abertos tem prejudicado
a contribuição deste importante Tratado para a segurança e estabilidade na
região euro-atlântica" e apelou para que país volte a implementar suas
obrigações.
"O retorno da Rússia ao
cumprimento é a melhor maneira de preservar os benefícios do tratado",
afirmou Stoltenberg em comunicado publicado no
site da OTAN na sexta-feira (22).
O chefe da aliança lembrou que
"os aliados pediram à Rússia que cumprisse totalmente o tratado desde a
Cúpula de Gales em 2014, um apelo que repetiram na Cúpula de Varsóvia em 2016 e
na Cúpula de Bruxelas em 2018".
"Os aliados da OTAN e os
países associados mantiveram contactos com a Rússia, tanto das capitais quanto
da OSCE [Organização para Segurança e Cooperação na Europa] em Viena",
para trazer Moscovo "de volta ao cumprimento o mais rápido possível".
Além disso, segundo Stoltenberg,
os países da OTAN "permanecem abertos ao diálogo no Conselho Rússia-OTAN
sobre redução de riscos e transparência".
EUA anunciam saída
Na quinta-feira (21), o
presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que seu governo abandonará o Tratado de Céus Abertos e
explicou que a decisão se dará por supostas violações do acordo por parte da
Rússia.
No entanto, o presidente
mencionou a possibilidade de reverter essa decisão ou elaborar um acordo
semelhante, se a Rússia cumprir o tratado novamente.
Por sua vez, o secretário de
Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou em comunicado que seu país
deixará o Tratado de Céus Abertos dentro de seis meses a partir desta sexta-feira (22).
O vice-ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Alexandr Grushko, afirmou que a Rússia respeitará o
Tratado de Céus Abertos enquanto permanecer em vigor e confia que outros
Estados-partes farão o mesmo.
O Tratado de Céus Abertos,
assinado em 1992 em Helsínquia, permite que observadores militares realizem voos
desarmados de vigilância aérea para obter imagens de movimentos de tropas e navios em um
vasto território, da cidade canadense de Vancouver ao porto de Vladivostok, no
Extremo Leste da Rússia.
Hoje, esse documento, em vigor
desde 2002, possui 34 signatários, incluindo a Rússia, que o ratificou em maio
de 2001.
Sputnik | Imagem: © AP Photo /
Virginia Mayo
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