Os bons jornalistas defendem-no, os jornalistas medíocres insultam-no
Patrick
Cockburn [*]
Julian
Assange dirigia a WikiLeaks em
2010 quando divulgou um vasto conjunto de documentos do governo estado-unidense
que revelavam pormenores de operações políticas, militares e diplomáticas
americanas. Com extractos publicados pelo New York Times, The Guardian,
Der Spiegel, Le Monde e El País, o arquivo permitia uma visão
mais profunda das actuações internacionais do Estado dos EUA do que qualquer
coisa já vista desde que Daniel
Ellsberg deu ao media os Pentagon
Papers , em 1971. Mas hoje Ellsberg é celebrado como o santo patrono
dos denunciantes ao passo que Assange está trancafiado numa cela na prisão
de máxima segurança de Belmarsh , de Londres, durante 23 horas e meia
por dia. Nesta fase mais recente dos dez anos de perseguição de Assange pelas
autoridades americanas, ele está a combater a extradição para os EUA.
Audiências em tribunal para determinar se o pedido de extradição será concedido
foram adiadas até Setembro pela pandemia do Covid-19. Nos EUA ele enfrenta uma
acusação de hacking em computadores e 17 alegações sob Lei
de Espionagem de 1917 . Se for condenado, o resultado poderia ser uma
sentença de prisão de 175 anos.
Eu estava em Cabul quando pela primeira vez ouvi falar acerca das revelações da WikiLeaks, as quais confirmava muito do que eu e outros repórteres suspeitavam, ou sabiam mas não podiam provar, acerca das actividades dos EUA no Afeganistão e no Iraque. O tesouro era imenso: cerca de 251.287 telegramas diplomáticos, mais de 400 mil relatórios classificados do exército da Guerra do Iraque e 90 mil da guerra no Afeganistão. Ao reler estes documentos agora fico mais uma vez impressionado pela tortuosa prosa militar-burocrática, com seus acrónimos sinistros e desumanizantes. Matar pessoas é mencionado como um EOF (Escalation of Force), algo que acontecia frequentemente em postos de controle quando soldados nervosos dos EUA ordenavam a parar condutores iraquianos ou faziam complexos sinais de mão que ninguém entendia. O que isto podia significar para iraquianos é ilustrado por breves relatórios militares tais como um intitulado "Escalation of Force by 3/8 NE Fallujah: I CIV KIA, 4 CIV WIA". Descodificado, ele descreve o momento em que uma mulher num carro foi morta e o seu marido e três filhas feridos num posto de controle nos arrabaldes de Faluja,64
quilómetros a oeste de Bagdad. O soldado em serviço dos
EUA abriu fogo porque ele foi "incapaz de determinar os ocupantes do
veículo devido à reflexão do sol vinda do para-brisas". Um outro relatório
assinala o momento que soldados dos EUA dispararam mortalmente sobre um homem
que estava "a rastejar por trás da sua posição de franco-atirador (sniper) ",
só para descobrir depois que ele era o intérprete da sua própria unidade.
Eu estava em Cabul quando pela primeira vez ouvi falar acerca das revelações da WikiLeaks, as quais confirmava muito do que eu e outros repórteres suspeitavam, ou sabiam mas não podiam provar, acerca das actividades dos EUA no Afeganistão e no Iraque. O tesouro era imenso: cerca de 251.287 telegramas diplomáticos, mais de 400 mil relatórios classificados do exército da Guerra do Iraque e 90 mil da guerra no Afeganistão. Ao reler estes documentos agora fico mais uma vez impressionado pela tortuosa prosa militar-burocrática, com seus acrónimos sinistros e desumanizantes. Matar pessoas é mencionado como um EOF (Escalation of Force), algo que acontecia frequentemente em postos de controle quando soldados nervosos dos EUA ordenavam a parar condutores iraquianos ou faziam complexos sinais de mão que ninguém entendia. O que isto podia significar para iraquianos é ilustrado por breves relatórios militares tais como um intitulado "Escalation of Force by 3/8 NE Fallujah: I CIV KIA, 4 CIV WIA". Descodificado, ele descreve o momento em que uma mulher num carro foi morta e o seu marido e três filhas feridos num posto de controle nos arrabaldes de Faluja,
Estes relatórios são as minudências da guerra. Mas colectivamente eles
transmitem a sua realidade muito melhor do que a maior parte dos bem informados
relatos jornalísticos. Aqueles dois disparos foram repetidos um milhar de
vezes, embora raros fossem relatórios a admitir que as vítimas eram civis. Mais
habitualmente, os mortos eram automaticamente identificados como "terroristas"
apanhados no acto, pouco importando a evidência em contrário. A mais
famosa das descobertas da WikiLeaks referia-se a um evento em Bagdad em 12 de
Julho de 2007 durante o qual os militares dos EUA afirmaram ter matado uma
dúzia de terroristas. Mas o incidente foi filmado pela câmara do helicóptero
Apache que havia executado os disparos – e as pessoas alvejadas eram todas
civis. Estas matanças ficaram bem conhecidas porque entre os mortos estavam
dois jornalistas locais a trabalhar para a Reuters. Também era sabido que tal
vídeo existia, mas o Pentágono recusou-se a divulgá-lo apesar do pedido ao
abrigo da Lei de Liberdade de Informação (Freedom of Information
Act). Estarrecido pelo que o vídeo revelava acerca do modo como os EUA
conduziam a sua guerra ao terror e estarrecido pelos conteúdo dos milhares de
relatórios e telegramas que armazenava, um analista júnior da inteligência dos
EUA chamado Bradley Manning, que posteriormente mudou o seu género legal e
tornou-se Chelsea Manning, divulgou todo o arquivo para a WikiLeaks.
O vídeo ainda tem o poder de chocar. Os dois pilotos do helicóptero caçoaram da
carnificina na rua abaixo. "Ah, Ah, eu os atingi", disse um. "Oh
sim, olhe para aqueles bastardos mortos", disse o outro. Eles confundiram
a câmara empunhada por um dos jornalistas com um lançador de granadas, apesar
de ser improvável que insurgentes armados as ostentassem abertamente em Bagdad
com um helicóptero dos EUA a pairar sobre as suas cabeças. Eles dispararam
outra vez para o ferido quando um deles, provavelmente o assistente da Reuters
Saeed Chmagh, rastejou em direcção a um furgão que parou para resgatá-los.
Quando os pilotos são informados pela rádio que haviam morto um certo número de
civis iraquianos e ferido duas crianças, um deles disse: "Bem, a culpa é
deles por trazerem suas crianças para a batalha".
Os documentos da WikiLeaks revelaram o modo como os EUA, como a super-potência
única, realmente conduzia suas guerras – algo que os establishments militares e
políticos viram como uma bofetada para a sua credibilidade e legitimidade.
Houve algumas revelações devastadoras, o vídeo do helicóptero dentre elas, mas
muitos dos segredos descobertos não eram particularmente significativos ou na
verdade muito secretos. E si mesmos eles não explicam ou grau de raiva que a
WikiLeaks provocou no governo estado-unidense e nos seus aliados. Isto foi uma
resposta ao assalto de Assange ao seu controle monopolista de informação
sensível do Estado, o qual eles encaravam como uma escora essencial da sua
autoridade. Ao tornar pública tal informação, como fizeram Assange e a
WikiLeaks, usaram como arma a liberdade de expressão: se revelações desta
espécie ficassem impunes e se tornassem norma, isto mudaria radicalmente o
equilíbrio de poder entre governo e sociedade – e especialmente os media – em
favor desta última. Foi a determinação do governo dos EUA de defender o seu
monopólio permanente, ao invés do suposto dano feito pela divulgação do
próprios segredos, que o motivou a perseguir Assange e a procurar desacreditar
tanto a ele como à WikiLeaks.
Esta campanha tem sido implacável e tem tido um razoável grau de êxito, apesar
do facto de que a maior parte das acusações feitas contra Assange serem
comprovadamente falsas. A respeito da divulgação de documentos, havia duas
linhas de ataque. Primeiro, Assange e a WikiLeaks eram acusados de revelar
informação que punha em perigo ou levava a mortes de americanos ou seus aliados
no Iraque e Afeganistão. Segundo, eram acusados de terem prejudicado o Estado
dos EUA em geral através de actividades que equivaliam a espionagem, as quais
deveriam ser punidas como tais. Muito mais danoso para Assange, contudo, e para
todo o projecto da WikiLeaks, foram as alegações de violação feitas contra ele
na Suécia, também em 2010. Isto levou a uma investigação do Ministério Público
que perdurou aproximadamente dez anos, a qual foi descartada três vezes e três
vezes recomeçada antes de finalmente ser abandonada em Novembro último quando o
estatuto da prescrição se aproximava, para além do qual nenhumas acusações
podiam ser formuladas.
O resultado é que Assange se tornou um pária. Perdido está o facto de que ele a
WikiLeaks fizeram o que todos os jornalistas deveriam fazer, que é fazer com
que informação importante fique disponível para o público, permitindo às
pessoas fazerem julgamentos acerca do mundo em torno delas com base em
evidências, em particular acerca das acções dos seus governos. Dado o constante
martelar de ataques a Assange vindos de muitas direcções pode ser difícil
recordar que em 2010 a
WikiLeaks obteve uma grande vitória para a liberdade de expressão e contra o
segredo de estado e que o governo dos EUA e seus aliados têm feito todos os
esforços para revertê-la.
As primeiras tentativa de desacreditar Assange focaram-se em tentar provar que
as revelações da WikiLeaks levaram directamente a mortes de agentes dos EUA e
informantes. O Pentágono fez um grande esforço para dar substância a esta
alegação: estabeleceu um Information Review Task Force dirigido pelo
responsável sénior de contra-inteligência, brigadeiro-general Robert Carr, o
qual estudou o impacto das revelações e procurou produzir uma lista de pessoas
que podiam ter sido mortas por causa da informação contida nos telegramas. Carr
posteriormente descreveu a extensão do fracasso da sua task force, em
testemunho dado na audição de sentenciamento de Manning em Julho de 2013. Após
longa investigação, a sua equipe de 120 oficiais de contra-inteligência não foi
capaz de encontrar uma única pessoa, entre os milhares de fontes secretas e
agentes americanos no Afeganistão e Iraque, que pudesse ser mostrada como tendo
morrido devido às revelações. Carr disse ao tribunal que em certo ponto sua
força tarefa parecia estar a obter algo: o Taliban afirmou ter morto um
informante dos EUA identificado nos telegramas da WikiLeaks. Era um sinal de
desespero por parte dos oficiais da contra-inteligência que ao procurar
evidências contra a WikiLeaks eles ficassem reduzidos a citar o Taliban como
fonte. E, como admitiu Carr durante o interrogatório da defesa, revelou-se que
o Taliban estava a mentir. "O nome do indivíduo morte não estava nas
revelações [da WikiLeaks]". Apesar de tudo isto, o advogado que representa
o governo dos EUA nas audiências de extradição de Assange em Londres no princípio
deste ano ainda argumentou que Assange havia colocado em risco as vidas de
fontes dos EUS no Iraque e no Afeganistão.
Em Cabul, em 2010, pouco após o meu primeiro olhar aos telegramas diplomáticos
que a WikiLeaks havia revelado, aconteceu reunir-me com um oficial americano
para uma conversa off the record acerca da situação no Afeganistão.
Perguntei-lhe o que pensava dos telegramas; ele respondeu perguntando que
código de classificação aparecia no topo das páginas que eu via. Quando eu lhe
disse, ele foi desdenhoso acerca do grau em que os documentos contivessem
realmente segredos mantidos profundamente, apesar da classificação que pudessem
ter. Ele explicou que o governo dos EUA não era tão ingénuo para acreditar que
informação armazenada numa base dados à qual até meio milhão de pessoas tinha
acesso – uma das quais revelou-se ser o soldado Manning – pudesse permanecer
confidencial por muito tempo. Conhecida como Siprnet (Secret Internet Protocol
Router Network), a base de dados originalmente fora propriedade única do
Pentágono mas foi utilizada mais amplamente após o 11/Set, quando ficou claro
que partes da burocracia dos EUA tinham informação valiosa que outras partes
não sabiam. O Siprnet foi a resposta para o problema da partilha insuficiente:
um arquivo electrónico a que muitas pessoas em vários ramos do governo podiam
ter acesso, desde diplomatas em embaixadas dos EUA por todo o mundo até pessoal
militar de baixa patente como Manning. Em teoria, pelo menos três milhões de
pessoas tinha autorização de segurança (security clearance) para
utilizar o Siprnet: tudo que era preciso era uma palavra-passe. As medidas de
segurança eram limitadas e podiam ser facilmente penetradas. Para a transmissão
de dados realmente secretos, tais como comunicações entre adidos militares dos
EUA, pelo menos quatro outros sistemas mais refinados estavam disponíveis. O
facto de a força tarefa do general Carr, a qual foi capaz de apelar a todos os
recursos do Pentágono, ter sido incapaz de descobrir, em todos os oceanos de
facto divulgados pela WikiLeaks, o nome de um único indivíduo que tivesse
realmente sido morto em consequência pelo Taliban, al-Qaida ou algum outro
inimigo dos EUA, mostra que a exclusão de informação pormenorizada do Siprnet
foi eficaz.
As acusações que Assange enfrentará nos EUA se for extraditado têm tudo a ver
com colocar os EUA e seus informantes em perigo. Mas as percepções públicas sobre ele são
amplamente moldadas, de uma maneira ou de outra, por seu status de suspeito de
violação. Alguns rejeitam as acusações, que consideram inventadas ou injustas.
Outros acreditam que ele deveria ter sido julgado por agressão sexual e que não
se pode fazer uma excepção só porque Assange é um avatar da liberdade de
imprensa. Entre aqueles que o tem apoiado estão Katrin Axelsson e Lisa
Longstaff, duas porta-vozes da Women against Rape, a qual em 2012 publicaram um
artigo opondo-se à sua extradição para a Suécia alegando que o processo
judicial fora "corrompido" e a justiça "negada tanto aos
acusadores como ao acusado": as mulheres envolvidas foram
"destruídas" na internet porque os promotores suecos não conseguiram
proteger seu anonimato; Assange estava sendo "tratado por grande parte dos
media como se fosse culpado, embora nem tivesse sido acusado".
Em 12 de Setembro do ano passado, Nils Melzer, o relator especial da ONU sobre
tortura e outros tratamentos crueis, desumanos e degradantes, enviou uma carta
de 16 páginas ao governo sueco. Tendo empreendido uma revisão pormenorizada dos
procedimentos contra Assange, ele concluiu que "desde 2010, o processo
sueco parece [ter feito] tudo para manter a não qualificada narrativa de
"suspeito de violação" sem que tenha sido feito progresso ou emitidas
quaisquer acusações: isto foi "procrastinação processual". Assange
recusou-se a viajar para a Suécia para interrogatório – ele argumentou através
dos seus advogados que se deixasse a protecção da embaixada equatoriana
inevitavelmente seria extraditado para os EUA – mas os promotores, por sua vez,
passaram seis anos a recusar-se viajar para Londres a fim de entrevistá-lo ou
efectuar interrogatório por ligação vídeo. A carta também revela trocas de
emails entre promotores suecos e o British Crown Prosecution Service, o qual
parecia determinado a que o processo sueco continuasse. Em 31 de Agosto, por
exemplo, a seguir a informações nos media de que a Suécia estava a considerar
abandonar a investigação pela segunda vez, o CPS escreveu ao promotor chefe
sueco: "Não ouse pois podia ficar com os pés frios!!"
Melzer descreve uma investigação que foi politizada desde o momento em que, em
20 de Agosto de 2010, duas mulheres, então conhecidas apenas como AA e SW,
foram a uma esquadra de polícia em Estocolmo "para perguntar se o Sr.
Assange poderia ser obrigado a fazer um teste HIV". Dentro de horas,
"o promotor sueco ordenou a prisão do Sr. Assange e informou o
tablóide Expressen que ele suspeito de ter violado duas
mulheres". Ao longo dos nove anos seguintes, quando a investigação foi
repetidamente fechada por um promotor só para ser reaberta por outro, a Suécia
regularmente indicava que queria interrogar Assange, mas na prática mostrava
pouco desejo de fazer isso ou de levar a investigação a uma conclusão. O efeito
principal do para-arranca do processo judicial foi manter a ferver a
controvérsia sobre o que fez Assange em Estocolmo em 2010. O governo sueco
finalmente respondeu à carta de Melzer só para dizer que "não tinha nova
observação fazer"; no dia seguinte a investigação foi formalmente
encerrada.
Nada disto provavelmente mudará o modo como Assange é encarado. De acordo com a
experiência passada, quase nenhum media de referência prestou qualquer atenção
às questões de Melzer acerca da condução do caso. Os maiores jornais do mundo,
que em 2010 publicaram revelações do WikiLeaks nas suas primeiras páginas,
distanciaram-se de Assange logo depois, muitas vezes declarando que ele era uma
pessoa difícil de lidar ou que era descuidado no manuseio dos telegramas e
relatórios do governo dos EUA. Ele foi acusado de ser "narcisista",
como se isso fosse algo mais do que um viés de carácter, ou como se viéses de
carácter – fossem quais fossem – tivessem qualquer influência nas informações
que foram reveladas.
Dada a gravidade das questões em causa, o silêncio de jornalistas acerca da
detenção de Assange em Belmarsh a seguir à revogação pelo Equador do seu status
de asilado é gritante. Havia evidências de uma mudança radical na política de
segurança dos EUA, em direcção à posição adoptada por países como Turquia e
Egipto, os quais procuraram criminalizar críticas ao Estado e confundir a
publicação de notícias que não querem que o público ouça com terrorismo ou
espionagem. A crescente supressão da liberdade de imprensa na Hungria e na
Índia é frequentemente criticada pelos comentaristas ocidentais. Mas, como
destacou Glenn Greenwald no Intercept, os media ocidentais "ignoraram
amplamente o que é, de longe, o maior ataque à liberdade de imprensa pelo
governo dos EUA pelo menos na última década: a acusação e tentativa de
extradição de Julian Assange por alegados crimes decorrentes da publicação do
WikiLeaks – em conjunto com os maiores jornais do mundo – dos registos da
guerra do Iraque e do Afeganistão e dos telegramas diplomáticos dos EUA".
Eles não podiam encarcerar o editor do New York Times, de modo que ao
invés disso perseguem Assange.
Assange e a WikiLeaks mais do que cumpriram plenamente o objectivo principal da
colecta de notícias. "O primeiro dever da imprensa", escreveu Robert
Lowe no Times em 1852, "é obter a inteligência mais precoce e
mais correcta dos eventos da época e instantaneamente, revelando-os, para
torná-los propriedade comum da nação. O homem de Estado colecta suas
informações secretamente e por meios secretos; ele retém até a inteligência
actual do dia com precauções ridículas". A imprensa, em contraste,
"vive de revelações". As revelações de Assange em 2010 seguiram
exactamente esta prescrição e é por isso que ele corre o perigo de passar o
resto da vida na prisão.
15/Junho/2020
[*] Jornalista
O original encontra-se www.lrb.co.uk/the-paper/v42/n12/patrick-cockburn/julian-assange-in-limbo
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
O original encontra-se www.lrb.co.uk/the-paper/v42/n12/patrick-cockburn/julian-assange-in-limbo
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