Os Estados
Unidos sempre se autoproclamaram “defensores dos direitos humanos”,
acusando outros países de forma arbitrária, porém, os recentes protestos no
país têm exposto as próprias figuras políticas e problemas de direitos humanos.
Com todo o mundo a assistir, iniciou-se assim uma investigação aos EUA.
David
Chan | Plataforma | opinião
54
países africanos entregaram uma proposta de resolução ao Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas, exigindo o seguinte: que se crie uma comissão
internacional independente para investigar os problemas de violência policial
nos EUA; seja investigada a discriminação racial sistemática contra
descendentes de africanos nos EUA e em outros países; seja também investigada a
atitude das várias instituições governamentais e policiais nos EUA e em outros
países em relação aos movimentos de protesto, especialmente ações violentas
contra jornalistas e transeuntes.
O
assassinato do afroamericano George Floyd enfureceu os 60 países e regiões do
continente africano. É raro 54 países entrarem em consenso, e o próprio Conselho
de Direitos Humanos das Nações Unidas agiu
após ter recebido esta resolução, organizando um debate urgente sobre direitos
humanos nos EUA durante a 43º sessão deste órgão em Genebra, Suíça, no passado
17 de junho.
Esta
é a primeira vez que o conselho organiza uma reunião de emergência desde a
criação, em 2006, e a primeira para discutir questões de direitos humanos nos
EUA. Este país, que abandonou a organização internacional de direitos humanos a
19 de junho de 2018, após uma investigação falhada sobre o massacre de
manifestantes palestinianos contra a mudança da embaixada norte-americana para
Jerusalém por forças secretas israelitas, irá com certeza opor-se à atual
proposta de inquérito e investigação dos direitos humanos no país. No entanto,
este debate já destrói por completo qualquer reputação que o país ainda possuía
como defensor de direitos humanos.
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