sábado, 27 de junho de 2020

Os defensores dos direitos humanos


OEstados Unidos sempre se autoproclamaram “defensores dos direitos humanos”, acusando outros países de forma arbitrária, porém, os recentes protestos no país têm exposto as próprias figuras políticas e problemas de direitos humanos. Com todo o mundo a assistir, iniciou-se assim uma investigação aos EUA. 

David Chan | Plataforma | opinião

54 países africanos entregaram uma proposta de resolução ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, exigindo o seguinte: que se crie uma comissão internacional independente para investigar os problemas de violência policial nos EUA; seja investigada a discriminação racial sistemática contra descendentes de africanos nos EUA e em outros países; seja também investigada a atitude das várias instituições governamentais e policiais nos EUA e em outros países em relação aos movimentos de protesto, especialmente ações violentas contra jornalistas e transeuntes. 

O assassinato do afroamericano George Floyd enfureceu os 60 países e regiões do continente africano. É raro 54 países entrarem em consenso, e o próprio Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas agiu após ter recebido esta resolução, organizando um debate urgente sobre direitos humanos nos EUA durante a 43º sessão deste órgão em Genebra, Suíça, no passado 17 de junho.

Esta é a primeira vez que o conselho organiza uma reunião de emergência desde a criação, em 2006, e a primeira para discutir questões de direitos humanos nos EUA. Este país, que abandonou a organização internacional de direitos humanos a 19 de junho de 2018, após uma investigação falhada sobre o massacre de manifestantes palestinianos contra a mudança da embaixada norte-americana para Jerusalém por forças secretas israelitas, irá com certeza opor-se à atual proposta de inquérito e investigação dos direitos humanos no país. No entanto, este debate já destrói por completo qualquer reputação que o país ainda possuía como defensor de direitos humanos.

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