Donald Trump referiu-se à
possibilidade de mudar para a Polónia parte do contingente militar na Alemanha.
A diplomacia russa disse que a Polónia deve estar ciente dos custos da obtenção
do novo estatuto.
A Rússia parte do princípio de
que a Polónia está ciente dos custos de obter o estatuto de «Estado da linha da
frente», incluindo aqueles que afectam a sua própria segurança, disse à
agência TASS o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros,
Alexander Grushko, ao comentar os planos dos EUA para transferir parte das suas
forças da Alemanha para a Polónia.
«Aparentemente, devemos entender
que, se Varsóvia deseja colocar-se intencionalmente na posição de Estado da
linha da frente ao receber forças estrangeiras de forma permanente, está
aparentemente ciente de todos os custos associados, incluindo os que dizem
respeito à sua própria segurança», disse Grushko.
As observações do diplomata russo
surgem na sequência das declarações proferidas por Donald Trump esta
quarta-feira, em Washington, numa conferência de imprensa conjunta com o seu
homólogo polaco, Andrzej Duda. O presidente norte-americano admitiu que uma parte
do contingente militar actualmente estacionado na Alemanha será «provavelmente»
enviado para a Polónia.
Os polacos «perguntaram-nos se
íamos enviar mais militares. Vamos provavelmente sair da Alemanha para a
Polónia», disse o chefe de Estado norte-americano, tendo acrescentado que os
Estados Unidos vão reduzir as suas forças na Alemanha de forma substancial e
que algumas tropas «irão regressar», enquanto outras irão para outros locais.
«A Polónia será um desses outros locais na Europa», disse.
Donald Trump, que tem criticado
repetidamente Berlim por não contribuir o suficiente para as despesas da NATO (2%
do PIB) e por adquirir energia à Rússia, anunciou na semana passada que iria
proceder a uma redução considerável no contingente militar estacionado em solo
germânico, que se deverá situar nos 25 mil militares. Para Trump, as medidas
que está a tomar enviam um «sinal muito forte» à Rússia.
Por seu lado, Andrzej Duda, o
primeiro dirigente estrangeiro a visitar os Estados Unidos desde que a pandemia
de Covid-19 foi declarada no país, disse ter pedido ao presidente dos EUA que
não reduzisse a presença de forças armadas norte-americanas na Europa, porque
desestabilizaria a «segurança do continente», revela o portal DW.
Duda disse ainda que a decisão do
envio de tropas para a Polónia cabe ao presidente norte-americano,
acrescentando que o seu país está «preparado» para receber mais tropas dos EUA.
O reforço da presença militar
norte-americana na Polónia tem sido discutido por ambos os países desde o
Outono de 2018, refere a agência TASS, que estima que estejam actualmente
estacionadas no país europeu entre 4500 e 5000 tropas dos EUA.
Imagem: Comboio militar da NATO circulando em estradas polacas / US Naval Institut
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