De todos os países da União
Europeia, Portugal é o que tem uma maior percentagem de dívida em dinheiro e
depósitos. O Eurostat mostrou também que, até ao final de 2019, o país era o
terceiro com maior percentagem de dívida nas mãos das famílias.
Portugal tem 12,7% da sua dívida
total guardada em depósitos e dinheiro, o que significa que é o país da
União Europeia (UE) com uma "almofada" financeira maior, segundo os
dados divulgados nesta segunda-feira, dia 22 de junho, pelo Eurostat, relativos
ao final do ano passado.
De acordo com o instituto de
estatística da UE, Portugal surge na "pole position" enquanto país
que tem a maior cobertura da sua dívida em dinheiro e depósitos, uma tendência
vincada após a crise de dívida soberana de 2012 e o consequente pedido de
assistência financeira internacional, nessa mesma altura. Esta percentagem
chegou a tocar nos 20%. Em caso de turbulência ou crise financeira, quanto
maior for a "almofada" financeira, mais tempo pode o país estar sem
recorrer ao financiamento de dívida nos mercados.
Apesar de "o dinheiro e os
depósitos geralmente representarem percentagens relativamente pequenas da
dívida", existem três países que são a exceção. Para além de Portugal, a
completar o pódio estão Irlanda (11%) - outro dos três países que solicitaram
um resgate à Troika (o restante é a Grécia) - e Itália (9%), segundo o
Eurostat.
Até ao final de 2019, os títulos de dívida eram o instrumento financeiro mais utilizado pela maioria dos Estados-Membros da UE. Com 92% da dívida alocada em títulos do Tesouro, a República Checa é o país da região com uma percentagem maior, seguida da Húngria, Eslovénia e Espanha, todas com 87%.
Suécia, Portugal e Itália surgem como os países da UE que têm uma maior proporção de dívida em maturidades curtas. No caso do país nórdico, 21% da dívida está alocada a títulos com maturidade inferior a um ano. Portugal (18%) e Itália (15%) surgem abaixo do patamar dos 20%. Por osmose, a maioria dos países tem a sua dívida suportada em maturidades mais longas. Lituânia, Bulgária, Polónia, Eslováquia e República Checa tem 98% em títulos de longa duração.
Até ao final de 2019, os títulos de dívida eram o instrumento financeiro mais utilizado pela maioria dos Estados-Membros da UE. Com 92% da dívida alocada em títulos do Tesouro, a República Checa é o país da região com uma percentagem maior, seguida da Húngria, Eslovénia e Espanha, todas com 87%.
Suécia, Portugal e Itália surgem como os países da UE que têm uma maior proporção de dívida em maturidades curtas. No caso do país nórdico, 21% da dívida está alocada a títulos com maturidade inferior a um ano. Portugal (18%) e Itália (15%) surgem abaixo do patamar dos 20%. Por osmose, a maioria dos países tem a sua dívida suportada em maturidades mais longas. Lituânia, Bulgária, Polónia, Eslováquia e República Checa tem 98% em títulos de longa duração.
No entanto, os empréstimos
continuam a ser o instrumento a que alguns países mais recorrem, como é o caso
da Estónia (88% da dívida) e da Grécia (81%).
Portugal é o terceiro país da UE onde as famílias têm maior peso na dívida
Portugal é o terceiro país da UE onde as famílias têm maior peso na dívida
No mapa geográfico da União Europeia verificam-se particulares diferenças, quanto ao setor económico que maior percentagem de dívida acumula. No caso de Portugal, 15% da sua dívida está nas mãos das famílias portuguesas, sendo o terceiro país do bloco central com a percentagem mais elevada neste campo.
Até ao final do ano passado, só Hungria, com 28% da dívida nas famílias, e Malta, onde de verifica que 26% da dívida está nas mãos das famílias, superam Portugal. A Irlanda apresenta 11% da dívida a cargo do setor não financeiro (famílias). Estes são os únicos países que apresentam uma percentagem superior a 10% da dívida neste setor.
Contudo, a maioria dos países mostra que grande parte da sua dívida está alocada no setor financeiro e corporativo, com a Dinamarca (74% da dívida) e a Suécia (73%) a liderarem neste campo.
Por contraste, Chipre (80%), Lituânia (76%) e Letónia (74%) têm grande parte da sua dívida nas mãos de não residentes.
Gonçalo
Almeida | Jornal de Negócios
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