O
sistema de saúde timorense consegue conter eventuais novos casos de covid-19
que surjam no país, mas teria dificuldades perante um contágio de maior
dimensão, apesar de alguns preparativos nos últimos meses, segundo um porta-voz
do centro de crise.
"Com os mínimos que temos,
se surgir um novo caso ou poucos casos, ainda dá para conter", disse à
Lusa um dos porta-vozes do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), Pedro
Klamar Fuik, criado pelo Governo para lidar com a pandemia.
"Mas se surgirem casos
noutra dimensão, dificulta imenso a capacidade de o sistema de saúde do Estado
responder", sublinhou.
Pedro Klamar Fuik falava à Lusa
no dia em que em Timor-Leste -- atualmente sem casos ativos da doença, de um
máximo de 24 atingido a 24 de abril --, termina o terceiro mês consecutivo do
estado de emergência.
O país está sem casos ativos
desde 15 de maio e, desde aí, as autoridades têm continuado a atuar, realizando
testes a pacientes com sintomas de doenças respiratórias, no âmbito da
"vigilância sentinela" implementada.
Mais de 150 pessoas estão ainda
em quarentena ou em auto isolamento e quase 150 pessoas estão ainda à espera de
conhecer os resultados dos testes. O país realizou até ao momento testes a
quase 2300 pessoas, com mais de 2500
a passarem já pelo período de quarentena.
O fim do estado de emergência,
que termina às 23:59 de hoje, hora local (15:59 hora de Lisboa), marca o fim do
CIGC, cujas responsabilidades passam agora para o Ministério da Saúde e a sua
equipa de vigilância epidemiológica, desde este mês liderado por uma nova
ministra da Saúde, Odete Belo.
"Esperemos que voltando a
esta situação de coordenação do Ministério de Saúde possam trabalhar ainda
melhor para viabilizar aquilo que falta para fazer das condições necessárias
para estar em prevenção adequada, caso surja alguma situação", disse
Klamar Fuik.
Ao longo dos últimos meses, o
Governo tem insistido que este período permitirá melhorar as condições do
sistema de saúde, especialmente a nível de infraestruturas, equipamentos e
medicamentos.
Ainda assim, e apesar de algumas
melhorias no único centro de isolamento, em Díli, onde estiveram os pacientes
positivos até recuperarem, e da preparação de um centro de quarentena nos
arredores da capital, as condições gerais melhoraram pouco.
"O estado de emergência
dificultou as compras e a aquisição de todos os recursos necessários para
responder à situação real. Felizmente não houve transmissão local e conseguimos
conter e controlar os casos", frisou.
"Mas a situação dos recursos,
sobretudo infraestruturas e equipamentos ainda está dependente de todos os
equipamentos dados por países amigos e organizações internacionais,
especialmente máscaras, alguns ventiladores, luvas e equipamento de proteção
individual", sublinhou.
A pandemia de covid-19 já
provocou quase 484 mil mortos e infetou mais de 9,5 milhões de pessoas em 196
países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias
France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um
novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro
da China.
Depois de a Europa ter sucedido à
China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o
que tem mais casos confirmados e mais mortes.
Lusa
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