O
secretário-geral da Fretilin, maior partido timorense, está confiante que o
novo arranjo político garantirá estabilidade governativa até 2023, admitindo
que o maior risco são eventuais desentendimentos.
"Não
tenho dúvidas que há condições para a estabilidade até 2023. Particularmente
porque a oposição está instável, tem os dias contados", afirmou Mari
Alkatiri, em declarações à Lusa.
"O
maior risco é se aparecer algum desentendimento interno, mas não creio que isso
vá acontecer. A plataforma está sólida", considerou.
Alkatiri
falava à Lusa depois da tomada de posse, na quarta-feira, de 19 novos membros
do VIII Governo, grande parte deles da Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin), no que consolida uma nova aliança de maioria de apoio
ao executivo.
Além
da Fretilin, o Governo conta com o apoio do Partido Libertação Popular (PLP),
do primeiro-ministro Taur Matan Ruak, e do Kmanek Haburas Unidade Nacional
Timor Oan (KHUNTO), tendo recebido recentemente, a nível parlamentar, o apoio
de grande parte da bancada do Partido Democrático (PD).
"O
próprio PD está com uma posição de apoio e não estou a ver por que é que pode
haver riscos", considerou.
A
aliança marca, potencialmente, o fim de um longo período de instabilidade
política a nível do Governo e do Parlamento Nacional, abrindo a porta à
estabilização orçamental do país, que vive em duodécimos desde 01 de janeiro.
O
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, que foi
a maior força política do VIII Governo aquando da sua tomada de posse, em 2018,
acabou por sair da coligação.
Questionado
sobre o programa do Governo -- o executivo apresentou o seu programa numa
altura em que o CNRT estava no executivo e a Fretilin na oposição -, Mari
Alkatiri disse que é preciso definir uma agenda para o que resta da
legislatura, até 2023.
"Acho
que se deve fazer tanto quanto possível a implementação do programa, só que
isso tem estado a atrasar-se. Há um programa que deve ser definido para dois
anos e meio", considerou.
"O
programa é uma ponte para a governação. Quando se faz o programa deve
procurar-se que se execute. Mas durante o percurso da governação há sempre
alterações que têm de ser feitas", considerou.
Lusa
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