"Eu tenho um sonho" - Martin Luther King jr. |
David
Chan* | opinião
Desde
a morte do afro-americano George Floyd nos EUA que o país assiste a uma série
de protestos contra discriminação racial que não parecem abrandar. Porém, a
resposta da polícia americana tem sido igualmente forte, levando à morte de um
afro-americano durante os protestos, e apenas alastrando ainda mais o
movimento.
Na
verdade, tanto os afro-americanos como outras minorias beneficiaram com a
revolução industrial. O desenvolvimento do capitalismo levou a uma melhoria nos
seus direitos humanos básicos. Durante este processo de mudança histórica
existiram apoiantes e opositores, no entanto, aqueles que beneficiam da
mudança, os afro-americanos, nunca foram donos do seu destino. A segunda
tentativa no país de mudar esta realidade aconteceu a 28 de agosto de 1963,
quando Martin Luther King Jr. proferiu o seu famoso discurso “Eu tenho um
sonho”, em frente ao Memorial Lincoln. Mais tarde assistimos ao seu
assassinato, que iniciou o movimento de luta pelos direitos dos afro-americanos
na era moderna dos EUA. Embora os manuais escolares americanos declarem que a
“emancipação do Homem negro” seja um símbolo da liberdade no país, e o início
dos seus direitos humanos, foi realmente este acontecimento que levou ao
nascimento dos movimentos de protesto? O governo americano anteriormente nunca
pareceu temer estes protestos. Caso se juntasse um grande número de pessoas,
poderiam sempre recorrer ao uso das forças policiais, Guarda Nacional ou até
mesmo Forças Armadas. Mas desta vez Trump foi até obrigado a usar o seu bunker
como proteção durante os protestos contra a morte de George Floyd. Embora tanto
autoridades nacionais como locais tenham anunciado algumas reformas policiais
como resposta, o principal foco das mesmas é a redução de violência excessiva
contra cidadãos negros, continuando a ser usada a força considerada necessária.
O Homem negro continua a lutar pelo seu sonho de ser igual detentor da sua
nação, porém, parece que continuará a viver num país inundado por uma ideologia
de supremacia branca.
Tal
como quando Trump se escondeu no seu bunker para se proteger dos protestantes e
foi apelidado pelos media de “criança numa gruta”, podemos ver a elite
americana a decidir brincar com a cobardia do seu presidente em vez de abordar
todas as causas que levaram a estes protestos contra a discriminação racial. A
elite americana que beneficia dos seus privilégios como brancos, escolhe assim
simplesmente ignorar as vozes e indignação dos afro-americanos.
Plataforma
Sem comentários:
Enviar um comentário