Comité
de solidariedade condena o estreitamento de relações diplomáticas e económicas,
num momento em que o governo israelita “se prepara para anexar grande parte do
território palestiniano ocupado”. Bloco de Esquerda questiona o ministro da
Ciência.
Em
comunicado, o Comité de Solidariedade com a Palestina (CSP) condena a recente
reunião online do ministro português da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
Manuel Heitor, com o ministro da Ciência e Tecnologia de Israel. Ver notícia no esquerda.net.
O
CSP sublinha que o governo português ao apelar, neste momento, a uma
“cooperação renovada, efetiva e tangível” está a fomentar a impunidade de
Israel. O comité lembra que “o governo de extrema-direita israelita se prepara
para anexar formalmente uma grande parte do território palestiniano ocupado”, o
que constitui uma grave violação do direito internacional e um ataque ao povo
palestiniano e às perspetivas de paz.
Note-se
que Benjamin Netanyahu anunciou que, a 1 de julho de 2020, se iniciava a
anexação da Palestina, 30% da Cisjordânia, de acordo com o plano de Donald
Trump.
No
comunicado, aponta-se ainda que “a política hipócrita do atual governo não se
limita a esta reunião”, lembrando que, em 2019, a “Força Aérea
Portuguesa assinou um contrato de 50 milhões de euros (link is external) com
a empresa de armamento israelita Elbit Systems”, que testa o seu material na
repressão a civis palestinianos.
A
Solidariedade com a Palestina pede o “fim à política de cumplicidade do governo
português com o apartheid israelita”, exige o fim das colaborações coniventes e
a imposição de sanções ao governo israelita.
O
CSP salienta ainda que a política do governo contrasta com o crescimento do
movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), nomeadamente em
Portugal.
Reunião
num contexto de violação do direito internacional por parte do Estado de Israel
Em pergunta ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Manuel Heitor, o Bloco de Esquerda salienta que a reunião do ministro
com o seu homólogo israelita teve lugar “num contexto de violação do direito
internacional por parte do Estado de Israel”.
No
documento, os bloquistas lembram que o “plano tem sido contestado por vários
países, entre os quais a França, a Alemanha, o Egito e a Jordânia” e que o
atual governo de Israel “aguarda apenas a luz verde do presidente dos Estados
Unidos para avançar com a anexação”.
O
Bloco sublinha que “as agressões ao povo palestiniano têm sido
constantes", que “o Estado de Israel tem aprofundado a via para um
estado-étnico, de exclusão dos israelitas árabes, e de colonização agressiva
dos territórios que são palestinianos à luz do direito internacional”.
Neste
quadro, uma reunião entre ministros do Governo português e do Governo israelita
“é, em última instância, uma demonstração de apoio a um Estado que está, uma
vez mais, a comprometer a paz no Médio Oriente”, frisa o Bloco, considerando
que é “fundamental que o Governo esclareça esta situação”. O Bloco pergunta
ainda se o Ministério vai manter o projeto de cooperação “no caso de o Estado
de Israel prosseguir com a anexação ilegal dos territórios da Cisjordânia”.
Em
anexo - PDF:
Sem comentários:
Enviar um comentário