sexta-feira, 17 de julho de 2020

Há 206 surtos ativos de Covid-19 em Portugal. 134 em Lisboa


A ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, fazem a atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19) em Portugal. Acompanhe aqui em direto.

Conhecidos os dados do boletim epidemiológico desta sexta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, atualizam na habitual conferência de imprensa a informação sobre a evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal.

Marta Temido começou por se referir aos dados do boletim desta sexta-feira indicando que, dos 312 casos, 236 se registaram em Lisboa e Vale do Tejo e que os três óbitos registados dizem respeito a pessoas com mais de 80 anos. A taxa de letalidade global é agora de 3,5% e a taxa de letalidade acima dos 80 anos de 16,1%, atualizou. 

Em termos genéricos, e face ao total de casos confirmados que o país registou até agora, 68,2% de recuperados, 27,4% dos doentes estão a ser tratados em casa, há 0,9% de doentes hospitalizados e, "a lamentar 3,5% de óbitos".

206 surtos ativos em Portugal

Marta Temido referiu também que há, neste momento, 41 surtos ativos no Norte, 13 no Centro, 134 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Alentejo e 13 no Algarve. 

Sobre o número de internados, a ministra salientou como um "bom indicador" hoje estarem menos 29 pessoas nessas circunstâncias face aos dados de ontem. Dos 447 doentes internados, detalhou, 385 estão em LVT - ou seja, 86%. Desses, 302 estão em hospitais que servem cinco concelhos "sobre os quais continuamos a focar a nossa principal ação em termos de combate à doença".

 Risco de transmissão

A ministra adiantou na conferência de imprensa desta sexta-feira que o risco de transmissão (RT), calculado para os dias 10 a 14 de julho, é de 0.96, "um valor que indica que o número de novos casos por cada infetado se mantém aproximadamente constante", ainda assim baixando ligeiramente. Por regiões, este valor é de 1.04 no Norte; 0.99 no Centro; 0.94 em LVT; 0.89 no Alentejo e 1.17 no Algarve.

Testagem intensiva continua 

Marta Temido sublinhou que ao longo dos últimos dias o foco das autoridades tem-se mantido "naquelas que são as grandes estratégias de continuar com uma política de deteção precoce de novos casos através da utilização intensiva de testes de casos sintomáticos e alguns rastreios". Nesse sentido, revelou a governante, no dia 15 de julho, foram realizados 15.866 testes e que, desses, 688 foram positivos. "Ou seja, mantém-se aquilo que tem sido a nossa tendência de um número significativo de testes realizados diariamente com uma percentagem de positivos de alguma inconstância", caraterizou.

Incidência a diminuir na Grande Lisboa, mas ainda há "inconstância"

Sobre a situação epidemiológica na Área Metropolitana de Lisboa (AML), e em particular nas 19 freguesias mais afetadas, a ministra salientou que se mantém uma "diminuição da incidência nos últimos sete dias nos concelhos observados, sendo ainda Sintra a situação que ainda se mantém como exeção", embora "o padrão tenha ainda alguma inconstância que nos leva à manutenção das medidas". Sobre a durabilidade das medidas, Marta Temido disse que manterão enquanto forem necessárias. 

Lotação nos transportes? "Não vejo motivo para alterar" regras

Relativamente à concentração de pessoas em espaços fechados, "temos sido sempre muito cuidadosos relativamente às nossas decisões", vincou a ministra, salientando que se trata de um dos factores que aumenta a exposição ao risco. "Portanto, sendo o transporte público definido por ser um espaço onde se acumula um número significativo de pessoas, por regra, e um espaço fechado, esse é sempre um tema que suscita a maior preocupação", sublinhou a ministra quando confrontada com declarações de Pedro Nuno Santos sobre a eventualidade de as regras da lotação nos transportes deixarem de existir.

"Naturalmente que as nossas recomendações são recomendações que conhecem um caráter evolutivo, até em função daquilo que são as recomendações das organizações internacionais, mas, neste momento, não vejo motivo para alterarmos aquilo que tem estado a ser definido", reconheceu ainda, apesar de existirem alguns estudos que apontam para que não haja uma "causalidade direta entre as viagens em transportes públicos e a transmissão da infeção".

Apesar disso, "há um risco por si só nessa circunstância e, portanto, temos que ter, sobretudo numa fase da pandemia como a que enfrentamos em Portugal, a maior das cautelas  na apreciação de quaisquer alternativas", acrescentou. 

Máscaras obrigatórias em todo lado? 

Sobre a generalização do uso obrigatório de máscaras, uma ideia defendida pelo PSD de Lisboa, a ministra afirmou que a capacidade de adaptação, resiliência e de cumprimento dos portugueses tem marcado todo este período, "sem a necessidade de autoritarismos, imposições mais forçadas". "Penso que podemos estar maioritariamente confiantes naquilo que são as regras estabelecidas", disse a governante,, acrescentando: "Vamos manter o acompanhamento que se impõe". 

Ventiladores com falhas?

Questionada sobre ventiladores com falhas  existentes na ARS do Algarve, a ministra referiu que se trata de equipamento doado e não do que fora comprado. Quem fez a doação está "a tentar resolver" essas questões com o fornecedor. Aproveitando a pergunta, Marta Temido fez um ponto de situação sobre os ventiladores do SNS.

Portugal tem já um total de 1.743 outros ventiladores que estarão em situações diversas (946 resultantes de compras, algumas já entregues em Portugal, outras ainda na embaixada da China; 522 resultantes de doação; 156 foram emprestados; outros que foram recuperados). Dos 946 comprados, 470 estão em testes pelos hospitais ou já em distribuição pelas unidades de saúde, 205 em apreciação e há 140 que, de facto, nos quais foram encontrados problemas e desconformidade.  Sobre estes, a ministra admitiu que poderão ser devolvidos se não se conseguirem suprir os seus constrangimentos. "Ou então serão substituídos", completou. 

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto | Imagem: © DGS

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