A
ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas,
fazem a atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus
(Covid-19) em
Portugal. Acompanhe aqui em direto.
Conhecidos
os dados do boletim epidemiológico desta sexta-feira, a
ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral de Saúde, Graça
Freitas, atualizam na habitual conferência de imprensa a informação
sobre a evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal.
Marta
Temido começou por se referir aos dados do boletim desta sexta-feira indicando
que, dos 312 casos, 236 se registaram em Lisboa e Vale do Tejo e que os três óbitos registados
dizem respeito a pessoas com mais de 80 anos. A taxa de letalidade global
é agora de 3,5% e a taxa de letalidade acima dos 80 anos de 16,1%, atualizou.
Em
termos genéricos, e face ao total de casos confirmados que o país registou até
agora, 68,2% de recuperados, 27,4% dos doentes estão a ser tratados em casa, há
0,9% de doentes hospitalizados e, "a lamentar 3,5% de óbitos".
206
surtos ativos em Portugal
Marta
Temido referiu também que há, neste momento, 41 surtos ativos no
Norte, 13 no Centro, 134 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Alentejo e 13 no
Algarve.
Sobre
o número de internados, a ministra salientou como um "bom indicador"
hoje estarem menos 29 pessoas nessas circunstâncias face aos dados de
ontem. Dos 447 doentes internados, detalhou, 385 estão em LVT - ou
seja, 86%. Desses, 302 estão em hospitais que servem cinco concelhos
"sobre os quais continuamos a focar a nossa principal ação em
termos de combate à doença".
A
ministra adiantou na conferência de imprensa desta sexta-feira que o risco de
transmissão (RT), calculado para os dias 10 a 14 de julho, é de 0.96,
"um valor que indica que o número de novos casos por cada infetado se
mantém aproximadamente constante", ainda assim baixando ligeiramente. Por
regiões, este valor é de 1.04 no Norte; 0.99 no Centro; 0.94 em LVT; 0.89
no Alentejo e 1.17 no Algarve.
Testagem intensiva
continua
Marta
Temido sublinhou que ao longo dos últimos dias o foco das autoridades tem-se
mantido "naquelas que são as grandes estratégias de continuar com uma
política de deteção precoce de novos casos através da utilização intensiva
de testes de casos sintomáticos e alguns rastreios". Nesse sentido,
revelou a governante, no dia 15 de julho, foram realizados 15.866 testes e
que, desses, 688 foram positivos. "Ou seja, mantém-se aquilo que tem sido
a nossa tendência de um número significativo de testes realizados diariamente
com uma percentagem de positivos de alguma inconstância", caraterizou.
Incidência
a diminuir na Grande Lisboa, mas ainda há "inconstância"
Sobre
a situação epidemiológica na Área Metropolitana de Lisboa (AML), e em
particular nas 19 freguesias mais afetadas, a ministra salientou que se
mantém uma "diminuição da incidência nos últimos sete dias nos concelhos
observados, sendo ainda Sintra a situação que ainda se mantém como exeção",
embora "o padrão tenha ainda alguma inconstância que nos leva à
manutenção das medidas". Sobre a durabilidade das medidas, Marta Temido
disse que manterão enquanto forem necessárias.
Lotação
nos transportes? "Não vejo motivo para alterar" regras
Relativamente
à concentração de pessoas em espaços fechados, "temos sido sempre muito
cuidadosos relativamente às nossas decisões", vincou a ministra,
salientando que se trata de um dos factores que aumenta a exposição ao risco. "Portanto,
sendo o transporte público definido por ser um espaço onde se acumula um número
significativo de pessoas, por regra, e um espaço fechado, esse é sempre um tema
que suscita a maior preocupação", sublinhou a ministra quando confrontada
com declarações de Pedro Nuno Santos sobre a eventualidade de as regras da
lotação nos transportes deixarem de existir.
"Naturalmente
que as nossas recomendações são recomendações que conhecem um caráter evolutivo,
até em função daquilo que são as recomendações das organizações internacionais,
mas, neste momento, não vejo motivo para alterarmos aquilo que tem estado a ser
definido", reconheceu ainda, apesar de existirem alguns estudos que
apontam para que não haja uma "causalidade direta entre as
viagens em transportes públicos e a transmissão da infeção".
Apesar
disso, "há um risco por si só nessa circunstância e, portanto,
temos que ter, sobretudo numa fase da pandemia como a que enfrentamos
em Portugal, a maior das cautelas na apreciação de quaisquer
alternativas", acrescentou.
Máscaras
obrigatórias em todo lado?
Sobre
a generalização do uso obrigatório de máscaras, uma ideia defendida pelo PSD de
Lisboa, a ministra afirmou que a capacidade de adaptação, resiliência e
de cumprimento dos portugueses tem marcado todo este período, "sem a
necessidade de autoritarismos, imposições mais forçadas". "Penso que
podemos estar maioritariamente confiantes naquilo que são as regras
estabelecidas", disse a governante,, acrescentando: "Vamos manter o
acompanhamento que se impõe".
Ventiladores
com falhas?
Questionada
sobre ventiladores com falhas existentes na ARS do Algarve, a
ministra referiu que se trata de equipamento doado e não do que fora comprado.
Quem fez a doação está "a tentar resolver" essas questões com o
fornecedor. Aproveitando a pergunta, Marta Temido fez um ponto de situação sobre
os ventiladores do SNS.
Portugal
tem já um total de 1.743 outros ventiladores que estarão em situações diversas
(946 resultantes de compras, algumas já entregues em Portugal, outras ainda na
embaixada da China; 522 resultantes de doação; 156 foram emprestados; outros
que foram recuperados). Dos 946 comprados, 470 estão em testes pelos hospitais
ou já em distribuição pelas unidades de saúde, 205 em apreciação e há 140 que,
de facto, nos quais foram encontrados problemas e desconformidade. Sobre
estes, a ministra admitiu que poderão ser devolvidos se não se conseguirem
suprir os seus constrangimentos. "Ou então serão substituídos", completou.
Melissa
Lopes | Notícias ao Minuto | Imagem: © DGS
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