segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A queda do modelo Ocidental

Thierry Meyssan*

O modelo ocidental, baseado no capitalismo e na democracia, já não consegue garantir nem o interesse geral, nem a soberania popular. Ao acumular estas duas falhas, junta os dois ingredientes para uma revolução generalizada.

A crise do capitalismo

Historicamente, a crise do Ocidente começou com a crise do capitalismo americano, em 1929. À época, maioritariamente os livros e os jornais afirmavam que a concentração de capital esterilizava a economia ao impedir a concorrência em muitos domínios. Enquanto a fome reinava nos EUA, três modelos políticos eram propostos pela imprensa da época para sair deste impasse económico:

-- o leninismo com a nacionalização de todos os bens de produção, com o risco de liquidar toda a iniciativa individual;
-- o fascismo do antigo representante de Lenine em Itália, Benito Mussolini, o qual previa não lutar contra a concentração do capital, mas antes organizá-lo no seio de corporações, com o risco de fazer perder aos assalariados qualquer possibilidade de resistir aos empregadores que abusassem;
-- o progressismo de Franklin Roosevelt, para o qual a tecnologia devia relançar a economia e trazer a solução, ao mesmo tempo que se restabeleceria a concorrência desmantelando as grandes sociedades (segundo a doutrina de Simon Patten).

Foi Lenine, ele próprio, quem constatou o falhanço da sua teoria económica no período da guerra civil. Ele liberalizou então o comércio externo e autorizou mesmo algumas empresas privadas na União Soviética (a Nova Política Económica - NEP). O fascismo só pode desenvolver-se pelo preço de uma terrível repressão. Ele acabou varrido pela Segunda Guerra Mundial. O progressismo permaneceu a regra certa até aos anos 80 quando foi contestado pela desregulamentação de Ronald Reagan e de Margaret Thatcher.

Este quarto modelo é agora também posto em causa pela destruição das classes médias provocada pela globalização. O Presidente Bush Sr acreditou que com o desaparecimento da URSS, a busca de prosperidade devia substituir a rivalidade militar entre Washington e Moscovo. Ele autorizou algumas empresas dos EUA a entrar em aliança com o Partido Comunista Chinês e a deslocalizar fábricas (usinas-br) para a costa chinesa. Mesmo quando os trabalhadores chineses não tinham qualquer formação, sendo o custo do seu trabalho vinte vezes inferior na China ao que era nos EUA, estas empresas acumularam lucros colossais que lhes permitiram impor uma concentração em certos sectores muito maior do que em 1929. Além disso, elas obtinham a maior parte doas seus lucros, não mais da produção de bens e serviços, mas de rendimentos sobre a sua liquidez. O capitalismo mudou uma vez mais de natureza. Já não se tratava de ser produtivo, mas de se tornar antes financeiro.

Tendo os trabalhadores chineses sido progressivamente treinados, tornaram-se hoje em dia tão caros quanto os trabalhadores dos EUA, de tal modo que as deslocalizações afectam agora o seu próprio país em proveito do Vietname (Vietnã-br) e da Índia desta vez. Voltou-se ao ponto de partida.

As empresas dos EUA que decidiram deslocalizar os seus empregos para a China e em financiarizar as suas actividades conseguiram fundir a sua ideologia de «globalização económica» com a mundialização da utilização de novas técnicas; duas coisas sem ligação entre si. Com efeito, se as novas técnicas podem ser utilizadas em qualquer lugar do mundo, elas não o podem ser ao mesmo tempo já que requerem energia e matérias-primas.

Portanto, estas convenceram o Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, a dividir o mundo em dois: de um lado, uma zona de consumo global, em torno dos EUA, da Rússia e da China, do outro uma zona de recursos encarregada de alimentar a primeira. O Pentágono decidiu então destruir as estruturas estatais do Médio-Oriente Alargado a fim de que as populações desta região não pudessem resistir a este projecto; o que George W. Bush chamou a «guerra sem fim». Efectivamente guerras eternas tiveram início no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria, no Iémene, em cada momento pretensamente por razões distintas, mas sempre com os mesmos agressores, os jiadistas.

Em 2017, Donald Trump e Xi Jinping decidiram, ao mesmo tempo, lutar contra este fenómeno, o primeiro através do nacionalismo protecionista e o segundo do nacionalismo económico. No entanto, a reforma tributária proposta por Trump foi rejeitada pelo Congresso: o Border Adjustment Act previa a liberalização das exportações e tributar em 20% todas as importações. Por seu lado, Xi Jinping criou durante o XIX Congresso do PCC um órgão de controle de conformidade dos objectivos das empresas com os da Nação, a Frente Unida. Um representante do Estado foi colocado no conselho de administração de cada grande empresa.

O fracasso de Trump em fazer aprovar o seu projecto fiscal levou-o a tentar obter os mesmos benefícios declarando uma guerra de tarifas aduaneiras apenas contra a China. O PCC respondeu-lhe tentando, ao mesmo tempo, desenvolver o seu mercado interno e orientar a sua superprodução para a Europa. Esta última pagou imediatamente o preço por isso. Como sempre, quando os governantes não estão atentos à situação difícil do seu povo, o problema económico provoca uma crise política.

Trump e UE

O directório que manda na UE finge por vezes pretender ter uma política externa autónoma. Mas a realidade é que não passa de um servil vassalo do imperialismo EUA. Participou e participa na destruição e ocupação de países soberanos, participa agora na escalada de provocações contra a Rússia e a China. Uma escalada que pode conduzir o mundo a uma tragédia sem precedentes.

Jorge Cadima

A pandemia faz estragos, mas o imperialismo não dá tréguas. O primeiro Director-Geral da Organização para a Proibição das Armas Químicas, OPAQ, foi impedido de testemunhar no Conselho de Segurança da ONU por EUA, Inglaterra e França (abrilabril.pt, 15.10.20). O brasileiro Bustani ia defender os inspectores dissidentes da OPAQ que acusam a respectiva chefia de ignorar as suas inspecções no local do alegado ataque com armas químicas em Douma, na Síria, em 2018, e de optar por publicar conclusões diferentes, com a versão politicamente correcta dos países que usaram o pretexto para um ataque missilístico à Síria.

Não é a primeira vez que Bustani enfrenta as mentiras belicistas.    Em 2002 foi afastado da OPAQ sob pressão dos EUA, por enfrentar a cabala das inexistentes armas de destruição em massa de Saddam Hussein. Desta vez, a França de Macron alinha com Trump. E a Alemanha de Merkel também.

Os multimilionários e a pandemia

#Publicado em português do Brasil

Prabhat Patnaik [*]

Os dados relativos à distribuição de riqueza são notoriamente difíceis de interpretar. Isto acontece porque variações nos preços das acções afectam a distribuição de riqueza, de modo que um boom no mercado de acções subitamente faz com que os ricos pareçam muito mais ricos, ao passo que um colapso do mercado de acções torna a distribuição de riqueza menos desigual da noite para o dia. Por outras palavras, o facto de que os ricos mantêm uma parte da sua riqueza na forma de acções torna difícil estimar a sua riqueza total a qual agora tem uma componente durável e outra que é potencialmente evanescente.

Entretanto, há certas ocasiões em que se pode dizer algo definitivo acerca da distribuição de riqueza – o período da pandemia tem sido uma destas ocasiões. Há poucas dúvidas de que mesmo durante os meses da pandemia, enquanto milhões de trabalhadores de todo o mundo sofriam de modo agudo com a perda de emprego e de rendimento, os multimilionários do mundo aumentaram enormemente a sua riqueza. E isto certamente significa um aumento na desigualdade de riqueza no mundo.

Segundo um relatório do banco suíço UBS, mencionado no Guardian de 7 de Outubro , a riqueza dos multimilionários do mundo aumentou em 27,5 por cento entre Abril e Julho deste ano, o período em que a pandemia estava no seu pico. A sua riqueza no fim de Julho havia atingido uma altura recorde de US$10,2 milhões de milhões (trillion) ou £7,8 milhões de milhões. O pico anterior da riqueza dos multimilionários era de US$8,9 milhões de milhões no fim de 2017. Desde então, enquanto o número de multimilionários aumentava ligeiramente de 2158 para 2189, a sua riqueza aumentou consideravelmente. De facto, entre o fim de 2017 e o fim de Julho de 2020 a riqueza per capita dos multimilionários aumentou em 13 por cento. O facto entretanto é que este aumento é o resultado líquido de dois movimentos contraditórios: uma queda até Abril de 2020 e uma ascensão drástica de 27,5 por cento desde então até o fim de Julho.

Esta ascensão tem uma significância particular. Uma vez que grandes massas do povo dificilmente possuem qualquer riqueza e o pouco que elas possuem não flutua muito em valor, ao contrário dos preços no mercado de acções, um aumento nos preços das acções ipso facto aumenta a desigualdade de riqueza na sociedade e, inversamente, uma redução nos preços das acções reduz a desigualdade de riqueza. Uma conclusão sólida, como vimos, acerca da magnitude da mudança na desigualdade de riqueza torna-se difícil de traçar.

Contudo, o aumento na desigualdade de riqueza depois de Abril é totalmente diferente. Segundo um porta-voz do UBS, quando os preços das acções estavam em queda antes de Abril de 2020 os multimilionários não só não liquidavam suas acções em pânico mas realmente compravam acções de possuidores mais pequenos que estavam empenhados no pânico da venda. Em consequência, quando os preços das acções aumentaram depois de Abril eles obtiveram enormes ganhos de capital. Estes ganhos decorrem essencialmente do facto de que pequenos possuidores de acções não têm a capacidade de reter suas acções. Portanto o aumento na concentração de riqueza durante a pandemia não foi apenas em relação aos muito pobres que de qualquer modo não têm riqueza, mas também em relação aos pequenos possuidores de riqueza. Não foi apenas o efeito espontâneo de uma ascensão geral nos preços das acções; foi um acto específico do que Marx chamou de centralização do capital.

Angola | Palavra de ditador não volta atrás

Multiplicam-se as manifestações de repúdio pelos actos de violência injustificada levados a cabo contra manifestantes pacíficos, bem como a exigência de que sejam libertados imediatamente. São disso exemplo a Friends of Angola (FoA) e o MIC – Movimento Independentista de Cabinda. Entretanto, Isaías Samakuva foi recebido em audiência concedida pelo chefe de Estado, João Lourenço, com quem analisou esta questão.

Oex-líder da UNITA, maior partido da oposição (que o MPLA ainda permite que exista em Angola), Isaías Samakuva, pediu hoje ao Presidente João Lourenço que dialogue com a Direcção do seu partido, com o objectivo de ultrapassar várias situações, nomeadamente a realização das eleições autárquicas.

Isaías Samakuva falava à imprensa no final de uma audiência concedida pelo chefe de Estado, dominada pelos últimos acontecimentos de sábado, dia em que a polícia frustrou a tentativa de manifestação de um grupo de jovens da sociedade civil e que contou com o apoio de dirigentes da UNITA.

“Mais uma vez nesses casos, as portas para se dialogar deviam estar abertas. Pedi ao Presidente da República que procurasse contactar a Direcção da UNITA directamente, é importante que se esclareçam algumas situações”, disse Isaías Samakuva.

Angola | Manifestantes gritam "Liberdade, já!" junto ao Tribunal de Luanda

Algumas dezenas de jovens estão hoje concentrados em frente ao Tribunal Provincial de Luanda, exigindo a libertação dos manifestantes detidos durante uma marcha, no sábado, na capital angolana.

Algumas carrinhas de transporte prisional chegaram ao tribunal, ainda não eram 11:00 (10:00 em Lisboa), e os detidos que transportavam foram recebidos aos gritos de "Liberdade, já!", à medida que saíam dos veículos.

No lado exterior do tribunal, ouvem-se vuvuzelas e críticas ao Presidente angolano, João Lourenço, e ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), enquanto os jovens manifestantes são observados pelo olhar vigilante dos agentes que formam o cordão policial que barra a entrada do tribunal.

Além de amigos e familiares dos detidos, estão presentes na manifestação também colegas dos jornalistas da Rádio Essencial, que foram detidos no sábado e devem comparecer hoje no tribunal.

Detidos no Uíge não foram presentes ao tribunal 48 horas depois da prisão

Cerca de uma dezena de angolanos foram detidos quando tentavam protestar contra o desemprego e a favor das eleições autárquicas

Uma dezena de activistas e políticos detidos no sábado, 24, quando pretendiam sair às ruas da capital da província angolana de Uíge para protestar contra o alto nível de desemprego e a favor da marcação das eleições autárquicas continuam presos depois de não terem sido presentes ao tribunal nesta segunda-feira, 26.

Libertador de Mentes Aprisionadas, um dos organizadores da marcha, considerou a acção da polícia fruto de Governo ditatorial que "impede a liberdade de expressão, direito de reunião e de manifestação" no país.

Para ele “não há diferença entre o Governo de José Eduardo dos Santos e de João Lourenço”.

Angola: movimento voltará às ruas se houver julgamento de manifestantes detidos

Autoridades negam, mas participantes e dirigentes da UNITA insistem que houve uma morte devido à repressão violenta do protesto de sábado em Luanda. Movimento diz que voltará às ruas caso manifestantes sejam julgados.

O Governo angolano anunciou que mais de 100 participantes da manifestação contra o alto custo de vida e adiamento das autarquias em Angola vão ser levados a julgamento sumário esta segunda-feira (26.10). O protesto foi realizado no último sábado (24.10) e foi convocado pela sociedade civil, tendo a participação de forças da oposição.

O secretário de Estado do Interior para o Asseguramento Técnico, Salvador Rodrigues, disse que os cidadãos terão que explicar ao juiz as razões que os obrigaram a "desobedecer” às autoridades.

Segundo declarações de Rodrigues à televisão estatal angolana, 103 pessoas foram detidas por desacato - entre as quais integrantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

"Não entendemos como é que dirigentes de um partido se envolvem na manifestação que acaba em arruaça e desacato às autoridades. Não me parece que seja de urbano este comportamento. Diante do tribunal a que serão submetidos, teremos mais elementos para saber o quê que os animou”, disse Rodrigues.

O Movimento Jovens pelas Autarquias - que convocou a manifestação em Luanda no fim de semana - ameaça organizar novos protestos caso ocorra dos manifestantes. "Como o caso é político, não vamos aceitar que os manifestantes vão a julgamento. Vamos desencadear um conjunto de ações para ver se conseguimos libertá-los - com manifestações e vigílias. O caso político e deve ser resolvido também de forma política”, defende Digo Dalí, porta-voz do movimento.

Manifestação em Luanda: Seis jornalistas entre os detidos

Informação foi avançada este domingo pelo presidente do sindicato da categoria. Três jornalistas permanecem detidos. Governadora de Luanda considerou protesto "ato de vandalismo e desacato às autoridades".

Em declarações à agência Lusa este domingo (25.10), o presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) repudiou os acontecimentos e afirmou que foram detidos três jornalistas da Rádio Essencial, bem como o seu motorista, dois jornalistas da TV Zimbo (um repórter e um operador de câmara) e um fotógrafo da agência de notícias francesa AFP.

Segundo Teixeira Cândido, a polícia obrigou o operador de câmara da TV Zimbo a apagar as imagens e agrediu o fotógrafo da AFP, apesar de este se ter identificado como jornalista.

O responsável salientou que a direção do sindicato vai reunir-se para analisar os acontecimentos de sábado (24.10) e irá tomar posição sobre a atuação da polícia.

"Há um ano, solicitámos um encontro ao comandante provincial da polícia de Luanda e saímos de lá com a garantia de que não haveria mais detenções nem agressões. Infelizmente, voltou a acontecer e com brutalidade", criticou.

Um deputado da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Nelito Ekuikui, foi também agredido, tal como alguns ativistas, que tiveram de ser assistidos no hospital. Vários manifestantes foram detidos.

A Lusa contactou a polícia para obter mais informações sobre as detenções, mas não obteve resposta até ao momento.

Portugal | Política e politiquice

Rui Sá* | Jornal de Notícia | opinião

À hora a que escrevo não sei qual será a posição do BE na votação do Orçamento do Estado para 2021. Mas importa frisar que a votação é na generalidade, ou seja, se o mesmo passar, desce à comissão para ser analisado e votadas as diversas propostas de alteração, sendo posteriormente sujeito a votação final. Só a partir daí teremos, ou não, Orçamento.

Este "pormenor" é fundamental, dado que tenho visto na Comunicação Social títulos que induzem as pessoas em erro, anunciando posições de partidos como definitivas quando estamos perante apenas um passo, indubitavelmente importante, do processo de aprovação do Orçamento.

Claro que, quando existem maiorias absolutas (que normalmente se traduzem em absolutismo), a discussão na especialidade transforma-se, apesar da bondade das propostas dos diferentes partidos, num trabalho de marcação de posições. Com uma situação de maioria relativa, em que cada voto conta, impõe-se aproveitar todas as oportunidades para melhorar o Orçamento (na perspetiva de quem apresenta as propostas de alteração).

Por isso, o BE tem tido uma posição que, mais do que tentar introduzir melhorias no Orçamento, visa um mediatismo que começa a enjoar. Os processos negociais exigem recato, até por uma questão de ética e de lealdade - essenciais para um clima de confiança entre os negociadores. Porque coisas difíceis de alcançar podem ser revertidas por força de suscetibilidades induzidas pelas notícias. Porque se chega a uma altura em que importa mais a "notícia", a tentativa de "ganhar" na opinião pública, do que conseguir melhorar o Orçamento.

Com isto não quero dizer que o Orçamento é bom e que não há propostas do BE positivas. Pelo contrário. Mas a forma como o BE se posicionou não abona a favor da sua credibilidade. À semelhança do que acontece com o PSD, que anuncia votar contra mas admite alterar a sua posição se houver um pedido de desculpas do Governo - ou seja, o problema não é o conteúdo do Orçamento, mas a retórica.....

*Engenheiro

Portugal | Mais 27 mortes e 2447 casos de covid-19, 66% no Norte

Portugal regista mais 27 mortes e 2447 novos casos de covid-19, 1633 dos quais no Norte. Recuperados são mais 1079. No total, desde o início da pandemia, morreram 2343 pessoas e 121.133 foram infetadas.

Foram registados, face a domingo, mais 2447 infetados com o novo vírus, de acordo com o boletim epidemiológico desta segunda-feira. No total, estão contabilizados 121.133 casos desde o início da pandemia. Desses, 48.834 correspondem a doentes ativos, dos quais 1341 foram contabilizados nas últimas 24 horas.

A região Norte continua a ser a que maiores aumentos regista (1633, num total de 51.932), representando cerca de 66% dos mais recentes contágios. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo, com mais 580 casos, em 53.412, e o Centro, onde há mais 167 infetados, em 10.118. O Alentejo contabiliza mais 24 (em 2436) e o Algarve mais 27 (2496). O arquipélago da Madeira soma mais 11 infetados, com um total de 394, e nos Açores há mais cinco casos, em 345.

Morreram em Portugal mais 27 pessoas, elevando para 2343 o número total de mortes por covid-19 (1197 homens e 1146 mulheres). Treze das vítimas mortais foram registadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, oito no Norte, cinco no Centro e uma no Alentejo. A maioria das vítimas (15) tinha 80 anos ou mais - 8 homens e 7 mulheres. Da faixa etária dos 50-59 anos morreu uma mulher, da faixa dos 60-69 dois homens, e da faixa dos 70-79 anos seis homens e três mulheres.

O número de internamentos em enfermaria - que ontem atingiu o valor diário máximo de 100 casos - continua a aumentar, havendo agora mais 98 pessoas internadas (total de 1672). Em unidades de cuidados intensivos, há hoje mais 10 (240). Por outro lado, sob vigilância estão 59.631 cidadãos, mais 882 do que ontem.

Rita Salcedas | Jornal de Notícias

Portugal | Orçamento de Estado será aprovado por PS, e os outros partidos?

OE2021 com luz verde. Deputada Cristina Rodrigues abstém-se e garante viabilização

A deputada não inscrita Cristina Rodrigues anunciou, esta segunda-feira, que se irá abster na votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2021, o que garante matematicamente a viabilização do documento.

Depois de o Bloco de Esquerda ter anunciado, no domingo, o voto contra ao Orçamento e o PAN a abstenção, o Governo e o PS precisavam de garantir pelo menos mais uma abstenção para aprovar, na generalidade, o Orçamento de 2021, pelo que o anúncio da deputada Cristina Rodrigues, feito em comunicado esta segunda-feira, dá luz verde à proposta.

O PS, com 108 deputados, precisava de oito votos a favor de outras bancadas ou de 15 abstenções para fazer passar o orçamento. Do lado do "chumbo", e depois do "não" do BE, contabilizam-se 105 votos - 79 do PSD, 19 do Bloco, cinco do CDS, um do Chega e outro da Iniciativa Liberal. O PCP, com 10 deputados, foi o primeiro a anunciar, na sexta-feira, que vai abster-se, a que se somaram, no domingo, os três deputados do PAN e a garantia da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira de que não iria votar contra.

Com a abstenção da deputada Cristina Rodrigues, falta conhecer o sentido de voto do PEV, que anuncia na terça-feira. Mas mesmo que os deputados ecologistas votassem contra, seriam 107 deputados pelo não e 108 pelo sim, o que garante a aprovação na generalidade, na quarta-feira.

Vasco Cordeiro diz que PS teve vitória "clara e inequívoca" nos Açores

O presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, definiu como "clara e inequívoca" a vitória do partido nas regionais de domingo, mesmo reconhecendo um novo "quadro parlamentar desafiante" que resulta da perda da maioria absoluta socialista.

"As eleições terminaram. O PS venceu estas eleições e, nos próximos tempos, começa esse trabalho de também ser esse garante de estabilidade, de segurança, para que os Açores e os açorianos possam sair desta situação complexa em que vivemos derivada da situação da pandemia de covid-19", disse.

O candidato a chefe do Governo dos Açores, e que ocupa o cargo desde 2012, falava no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, onde acompanhou a noite eleitoral açoriana.

O PS perdeu a maioria absoluta nas eleições regionais de domingo dos Açores, só tendo conseguido eleger 25 deputados do total de 57 parlamentares da Assembleia Legislativa Regional.

Os desabafos acerca do Império e do Inferno

Curto que vale cada palavra, por Pedro Cordeiro (em Miami), editor de internacional (logo vimos) na chafarica do tio Balsemão, o Expresso. A seguir vai poder consumir centenas de palavras sobre Trump e os figurões do Império do Mal, também denominado EUA. Do internacional sabe Pedro e vai ver que sim.

Das eleições desse tal Império o autor expõe o que sabe e o que parece evidência. Acontece que por baixo dos panos há muita maldade escondida. Muita que se vislumbra e outra que está oculta para os menos avisados. Dali não pode vir nada de bom. Exatamente por isso é que os Impérios têm vindo a cair, sempre. Historicamente confirma-se. Aquele não será exceção. Devemos ter muita pena, mesmo muita pena, dos povos norte-americanos. Claro que o mal irradiará por quase todo o planeta. Um dia do juízo-afinal tudo se comporá e os que por cá ficarem vão ter uma tarefa hercúlea para conquistarem dias melhores, Cada vez mais. Sejamos otimistas acerca do futuro da humanidade. Lembremo-nos que depois da tempestade surge sempre a bonança.

Certo que tudo seria mais bonançoso com o devido desprezo destinado ao Império, mas é igualmente certo que há gentes nas políticas e similares que se saracoteia perante ele e permite que a população mundial seja feita capacho.

Avancemos para além das evidentes maledicências desse tal putrefacto Império. Avante.

Portugal, jardim a flutuar na parte mais ocidental da Europa, avança com a segunda fase do covid-19. O covid-19 tem estado e vai estar a “DAR JEITO”. Pense. Muitos têm sido os afetados e muitos já foram desta vida para melhor – é o que dizem. Faz espécie que saibam que é melhor. É que não há notícia que alguém de lá tenha voltado para contar a experiência. Para além dos que dizem que quando estão a morrer vêem um túnel escuro e só lá no final uma maravilhosa luz, de mais nada se sabe. Pensando melhor, é de temer essa exponencial luminosidade e dá o que pensar… Será que o Melancia, a EDP, quando lá chegados e ainda encandeados nos apresenta uma conta de eletricidade escandalosa? Talvez. Nunca se sabe, mas com o Melancia e os nossos amigos chineses pode ser que aconteça assim. E se lá chegados não tivermos levado dinheiro para pagar a conta? Oh, pois, vamos para o inferno… Ainda mais? Então mas esta horrorosa subvivência não é o inferno? Adiante. Pois.

Sobre Trump e Biden... Tudo farinha do mesmo saco. O Império é o Império e um Império que se preze vê nos povos os subjugados. Usa-nos com sofismas e em interesses próprios. Mente e age propalando que zela pelos nossos interesses, dos povos. Nada mais falso.

Um bombom: o Chile votou e deu fim à constituição dos tempos da ditadura do assassino Pinochet. Vamos ver se não será um bombom amargo ao fazerem do decidido no pleito letra morta. Não seria a primeira vez...

Vamos longos. Desculpem. Sabemos que esta é conversa (prosa) de serrar presunto, acontece. Todos os dias somos vítimas disso mesmo… Mas com os políticos e outros “artistas” colunáveis….

Vamos sair desta. Já nem acrescentamos o que pode ler de maior interesse no Curto. Será sobre o Orçamento? Será sobre a Fórmula 1 algarvia de ontem?

Vá ler e ficar a saber. Repetimos: a peça de Pedro Cordeiro vale o tempo de leitura. Vá nessa.

Boa semana e cuide-se. Ponha a máscara sempre. Lave as mãos repetidamente, com bom sabão. Use o alcoolgel amiúde. Apele à paciência e seja tolerante com esta jigajoga. Refugie-se nos sonhos de como seriam as nossas vidas se não tivéssemos estas subvidas de merda e comecemos a exigir a sério aos poderes, aos vigaristas e aos ladrões de alto gabarito, que se deixem de ganâncias, de mentiras, de omissões e etc. que nos estão a esgotar a paciência e a dignidade que todos os cidadãos do mundo devem ver respeitada. Sem sobras de dúvidas.

Fim dos “desabafos”, finalmente. Livra! Tem muito que ler, do anafado Curto.

Bom dia e um queijo – mesmo que oferecido pela tia que dirige o Banco da Fome. Que se lixe.

MM | PG

Quanto mais a UE aperta seu controle, mais países escapam de seus dedos

#Publicado em português do Brasil

Tom Luongo

Finalmente parece que a saga de quatro anos e meio do Brexit está chegando ao fim vergonhoso. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou o blefe final dos burocratas incompetentes em Bruxelas, afastando-se das negociações comerciais e deixando a porta aberta.

Mas essa porta só estará aberta se a UE estiver disposta a se ajoelhar e dar ao Reino Unido o que ele quer, um acordo mínimo de livre comércio, ao estilo do Canadá, que foi oferecido pelo então presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

A UE jogou duro, cedendo terreno zero por quatro anos, enquanto minava o Reino Unido de dentro de suas próprias estruturas políticas e burocráticas. Foi tão transparente quanto cínico, mas não conseguiu influenciar o povo britânico e isso deu a Johnson a vontade política de simplesmente dizer não.

E foi essa postura de negociação obstinada que funcionou no passado que finalmente quebrou como ondas ao longo dos penhascos de Dover. O motivo do fracasso foi que a arrogância foi alimentada por forças poderosas que os protegiam,

Eles acreditavam que o poder de coerção era mais forte do que a vontade do povo britânico.

E eles estavam errados. Completamente errado.

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